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21/02/2024 • 4 mins de leitura
Cenário econômico e política fiscal no Suno Notícias
Cenário econômico: com a aprovação pelo Congresso, a execução do…
IPCA perde força com queda de parte dos alimentos, das passagens aéreas e dos combustíveis; em contrapartida, bandeira amarela pesa e energia sobe 3, 62%
A inflação oficial voltou a perder força em maio, pelo terceiro mês consecutivo. O índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,26% no mês passado, ante uma elevação de 043% em abril, segundo informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Assim, o IPCA acumulado em 12 meses ficou em 5,32%, interrompendo três meses seguidos de avanços.
Para o economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa, a inflação corrente bem comportada traz algum conforto em relação à expectativa de médio prazo, de que o índice possa convergir para uma trajetória em direção ao centro da meta de inflação – de 4,5%, embora esse ainda não seja um fator determinante para decisões de política monetária.
“O Banco Central está com uma agenda de preocupações em que coloca peso, principalmente, em questões de médio prazo da inflação, está olhando para o horizonte relevante da política monetária e considerando o que já foi feito até agora, um ciclo já claramente contracionista”, disse Costa.
Em maio, os gastos das famílias com habitação subiram 1,19%. Parte desse grupo, a energia elétrica residencial teve alta de 3,62%, impulsionada pela entrada em vigor da bandeira tarifária amarela, que adiciona R$ 1,885 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Foi o subitem de maior pressão no IPCA, com contribuição de 0,14 ponto porcentual, mais da metade da inflação do mês.
“A energia elétrica teve reajuste tarifário em algumas regiões, alta de PIS/Cofins e a bandeira tarifária amarela. E tem novo impacto sobre a energia elétrica, da bandeira vermelha em vigor agora em junho”, afirmou Fernando Gonçalves, gerente do IPCA no IBGE.
Para o IPCA de junho, o economista Fábio Romão, da LCA Consultores, prevê uma taxa de 0,30% – calculando que a alta da energia seja mitigada por quedas em alimentação e transportes.
Ainda no grupo habitação, em maio o gás de botijão subiu 0,51%, e o gás encanado, 0,25%. A taxa de água e esgoto avançou 0,77%. Por outro lado, os recuos nos preços das passagens aéreas e dos combustíveis voltaram a impedir uma inflação mais salgada. As passagens ficaram 11,31% mais baratas, e foram o subitem de maior impacto negativo no IP-CA do mês (-0,06 ponto porcentual). “Esse acaba sendo um período de menos demanda de viagens de férias e lazer, em maio e em abril”, justificou Gonçalves.
No mês passado, os preços dos combustíveis caíram 0,72%: o óleo diesel recuou 1,30%; o gás veicular, 0,83%; o etanol, 0,91%; e a gasolina, 0,66%. Quanto ao grupo Alimentação e bebidas, o ritmo de alta foi mais brando em maio, 0,17%. Houve quedas no tomate (-13,52%), arroz (-4,00%), ovo de galinha (-3,98%) e frutas (-1,67%). •
Notícia publicada também na versão on-line do jornal: Estadão.