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21/02/2024 • 4 mins de leitura
Cenário econômico e política fiscal no Suno Notícias
Cenário econômico: com a aprovação pelo Congresso, a execução do…

São Paulo, 16/10/2025 – A Monte Bravo reduziu hoje sua projeção para o dólar deste ano, de R$ 5,80 para R$ 5,60. Em carta mensal antecipada à Broadcast. Conforme a corretora, o aumento do risco fiscal, combinado à sazonalidade negativa das contas externas – marcada por menor superávit comercial, maiores remessas de lucros e dividendos e aumento das despesas com serviços, como viagens e fretes – tende a pressionar o câmbio.
“Embora a valorização recente do real tenha sido mais forte do que o prevista, alterando o ponto de partida para os próximos meses, mantemos expectativa de depreciação de 4% a 5% até o fim de 2025”, diz Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, que assina o documento.
Já a estimativa para o resultado primário consolidado deste ano da Monte Bravo foi mantida em déficit de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo -0,6% do PIB para o governo central e -0,2% para Estados e municípios. Em 2026, espera deterioração adicional das contas do governo central para um resultado negativo de 0,8% do PIB, enquanto Estados e municípios devem manter déficit de 0,2% – levando o dado consolidado a -1,0% do PIB.
Em relação às contas externas, a corretora cita que houve deterioração nos últimos trimestres, refletindo a redução do superávit comercial, o aumento das despesas com serviços e a elevação das remessas de lucros e dividendos. O déficit em conta corrente atingiu 3,5% do PIB em agosto, contra 1,9% em agosto de 2024, menciona. Ainda, acrescenta que a entrada de investimento direto no País desacelerou, passando de 3,6% do PIB em fevereiro para 3,2% em 12 meses até agosto, o que faz com que esses fluxos já não cubram integralmente o déficit em conta corrente. “Essa situação deixa o financiamento externo mais vulnerável, dependente de captações corporativas e do apetite estrangeiro por ativos de renda fixa e variável”, avalia Costa.
De acordo com o economista, a vulnerabilidade é ainda mais evidente ao se considerar que o déficit nominal, que inclui o pagamento de juros, está em 7,8% do PIB. “Assim, os chamados déficits gêmeos – soma do déficit nominal e do déficit em conta corrente – chegam a 11,3% do PIB. Em economias emergentes como a brasileira, patamares dessa magnitude costumam resultar em forte correção da taxa de câmbio real caso não haja ajuste fiscal”, avalia.
Matéria publicada na plataforma Broadcast.