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21/02/2024 • 4 mins de leitura
Cenário econômico e política fiscal no Suno Notícias
Cenário econômico: com a aprovação pelo Congresso, a execução do…
O IPCA acumulado em 12 meses cedeu de 5,35% em junho para 5,23% em julho, o nível mais baixo em cinco meses, e o mercado financeiro está fazendo revisões; alguns analistas acreditam que o IPCA pode chegar até o teto da meta (4,5%). Também já se discute se haveria espaço para o Copom começar a cortar os juros ainda este ano.
André Galhardo, economista-chefe da Análise Econômica revisou sua projeção para o IPCA em 2025, que passou de 4,99% para 4,86%, refletindo inclusive a valorização recente do real, que já soma 3,4% de ganhos frente ao dólar neste mês. Segundo ele, esse movimento pode viabilizar, por exemplo, uma redução no preço da gasolina pela Petrobras nas próximas semanas, contribuindo para aliviar a pressão inflacionária.
Para Galhardo, embora o índice ainda esteja acima do teto da meta de inflação para 2025, os dados qualitativos indicam espaço para discutir um eventual corte da Selic já na última reunião do Copom deste ano, em dezembro.
A Monte Bravo revisou sua projeção do IPCA de 5,3% para 5,0%. E a XP revisou a projeção para o IPCA de 2025 de 5,0% para 4,8%, após surpresas baixistas. Mesmo com essa melhora, Alexandre Maluf, economista da XP, mantém a previsão de que o Copom só deve iniciar o ciclo de cortes da Selic em janeiro de 2026, após manter a taxa em 15% ao ano em 2025 e reduzi-la para 12% em 2026.
Do ponto de vista setorial, o coordenador de Índices de Preços do FGV IBRE, André Braz, considera que a desaceleração no acumulado de 12 meses é um sinal positivo e espera que continue caindo nos próximos meses.
– Nossa taxa Selic está em 15% ao ano, o que é bastante alta, então quanto antes a autoridade monetária conseguir reduzir essa taxa, melhor. Mesmo que, na minha opinião, isso só deva ocorrer em 2026, e não em 2025.
André Valério, economista sênior do Banco Inter, mantém a expectativa de que o Copom inicie o ciclo de cortes na reunião de dezembro, com um corte inicial de meio ponto, embora ressalte que o início do ciclo depende de sinais mais claros de desaceleração da atividade econômica e do crédito. Ele afirma que o resultado de julho traz alívio para o Copom, ao refletir uma deflação maior em alimentos e vestuário, e menor inflação em habitação.
Notícia publicado no O Globo.