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22/02/2024 • 2 mins de leitura
PIB de 2024: Monte Bravo eleva projeção de 1,80% para 2,0% no Broadcast
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São Paulo, 24/10/2025 – O grande movimento de diversificação dos investimentos globais vem favorecendo o Brasil, onde os cortes de juros previstos para o ano que vem podem também apoiar uma nova pernada de valorização das ações negociadas em bolsa. Apesar disso, economistas ponderam que o País pode não aproveitar tanto quanto outros mercados a onda de liquidez internacional, dadas as incertezas sobre a eleição do ano que vem, além dos sempre presentes riscos fiscais.
Estados Unidos, onde os juros menores podem promover mais investimentos em ações, México e mercados asiáticos, no mundo emergente, são vistos como os mais bem-posicionados. Segundo o economista-chefe da corretora Monte Bravo, Luciano Costa, o cenário de maior liquidez será mais bem aproveitado pelo Brasil se o País estiver com os fundamentos em ordem. “Nossa fragilidade fiscal pode ser um vetor que vai conter um pouco esse fluxo. A eleição também é um ponto de incerteza, podendo limitar um pouco esse benefício. Talvez outros emergentes possam ser mais beneficiados nesse momento”, afirma o economista.
“O Brasil está razoavelmente bem posicionado, com política monetária crível e reservas robustas, mas poderia estar bem melhor se houvesse uma trajetória fiscal mais saudável e previsível, capaz de estabilizar a dívida pública de forma convincente”, concorda Marcello Estevão, economista-chefe do Institute of International Finance e professor da Universidade de Georgetown, em Washington.
Se o Brasil mantiver fundamentos positivos – inflação controlada, disciplina fiscal e juros mais baixos -, o chefe de investimentos do ASA, Rogério Freitas, entende que uma valorização de 15% a 30% do Índice Bovespa (Ibovespa) nos próximos 12 ou 18 meses não está fora de questão. Contudo, o País, por sua alta liquidez e forte carry trade [ganhos com a diferença entre taxas de juros], deve capturar mais “capital tático”, isto é, investimentos que buscam oportunidades de curto a médio prazo.
Com a queda dos juros globais, observa Freitas, os fluxos tendem a se concentrar primeiro em economias que combinam estabilidade macroeconômica com crescimento forte e narrativas estruturais de longo prazo. Índia e México são exemplos citados pelo chefe de investimentos do ASA. Na sequência, o fluxo pode ir para economias que se beneficiam da recuperação do setor de tecnologia, como Coreia e Taiwan. Vietnã e Indonésia, por sua vez, devem atrair investimentos ligados à realocação das cadeias de produção.
Para Marco Antonio Caruso, economista do Santander, dúvidas eleitorais e fiscais reduzem o fluxo que o Brasil poderia receber num ambiente de liquidez elevada. “Parece muito mais centrado em Ásia emergente. Então, Índia, Indonésia, quiçá Vietnã, dependendo da visão [do investidor] e de como ficará a relação entre China e Estados Unidos, já que o Vietnã é uma proxy da China”, diz Caruso, para quem economias vizinhas também podem se beneficiar mais do que o Brasil. “A estabilidade institucional de outros países da América Latina e o potencial que a Ásia emergente tem de atrair capital colocam eles na nossa frente”, acrescenta o economista do Santander.
Reportagem produzida por Eduardo Laguna, para Broadcast.