Investimentos
16/02/2024 • 3 mins de leitura
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Um dos efeitos colaterais da regra de transparência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que entrou em vigor em novembro de 2024, é a difusão do “fee fixo” — modelo de assessoria em que o serviço de distribuição é pago diretamente pelo investidor.
Na Monte Bravo Corretora, o modelo de taxa fixa vem sendo adotado há dois anos, desde que era um escritório de assessoria de investimentos. Atualmente, 35% dos mais de R$ 45 bilhões sob custódia na corretora estão rodando nesse formato de remuneração.
“Quando começamos, a ideia era testar, porque como nos Estados Unidos a gente entendeu que era o futuro para o mercado brasileiro e queríamos liderar esse movimento”, diz Filipe Portella, sócio-fundador e coexecutivo-chefe da instituição.
“Outras casas têm o modelo, não por convicção, mas por defesa. A gente realmente acha que vai crescer e ser dominante no Brasil, é mais alinhado com o investidor, não porque não se ganha comissão, mas porque o assessor cresce com o cliente ao longo do tempo, o relacionamento fica mais forte”, continua Portella.
Portella avalia que o modelo ainda não é muito disseminado na distribuição de investimentos porque, em um primeiro momento, ele é um “detrator de receitas”. Apesar de ter a XP como sócia, a Monte Bravo usa só a custódia e a tecnologia da plataforma, tem a sua própria casa de análise, um comitê de alocação dentro da divisão de multifamily office (MFO, de gestão de patrimônio) e um economista-chefe que alimenta todas as segmentações.
“Com o fee based, o cliente tende a ter mais produtos, um maior relacionamento com o ‘advisor’ (assessor) e melhor rentabilidade da carteira, é um ciclo que se retroalimenta. Nosso desejo é ter 100% da base nesse modelo”, afirma Portella.
Na conferência com analistas para comentar os resultados do primeiro trimestre, Thiago Maffra, principal executivo da XP), disse que o modelo de taxa fixa vem crescendo progressivamente. Era praticamente zero dois anos atrás e em 2024 já representou R$ 40 bilhões do R$ 1 trilhão em custódia da plataforma, excluindo-se a atividade de gestão de riqueza (“wealth”) e de consultoria de valores mobiliários, 100% fee based. Para este ano, o executivo estima chegar a R$ 100 bilhões. “A ‘take rate’ [rentabilidade do cliente] cai um pouco quando comparamos os dois modelos, mas a parcela da carteira do cliente na companhia aumenta muito.”
Maffra disse que a instituição tem investido muito em modelos que permitam consolidar a carteira do cliente fora do ambiente XP. “Implementamos no ‘B2C’ [atendimento direto ao cliente] há dois, três meses e o crescimento é rápido. Esse modelo de consultoria e ‘fee based’ vão crescer neste e nos próximos anos.”