O que é inflação e como ela afeta a vida do investidor - Monte Bravo

O que é inflação e como ela afeta a vida do investidor

03/06/2020 às 14:52

03

Quarta

Jun

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Sabe aquela sensação de que com R$ 100 você comprava muito mais coisas no passado do que hoje em dia? A explicação dessa desvalorização do dinheiro ou alta no valor dos produtos tem nome: inflação.

Em termos técnicos, a inflação é o aumento generalizado e contínuo de bens e serviços. Ainda que seja baixa, a inflação faz com que a moeda corrente tenha sempre mais valor hoje do que no futuro.

Por elevar custos, a inflação tem impacto na vida das pessoas e das empresas. Especialmente se as altas nos preços não forem acompanhadas por reajustes no salário mínimo, reduzindo o poder de compra da população.

Para o investidor, acompanhar o índice de inflação (calculado pelo IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é crucial para o seu planejamento financeiro. Seja para guardar ou investir dinheiro corretamente, em um rendimento que o faça ter rendimentos iguais ou maiores que a inflação.

Como é medida a inflação de um país?

A inflação é medida por índices de uma cesta de produtos e serviços consumidos por um segmento da população com determinado nível de renda e moradora de certas regiões. Isso é feito de acordo com uma proporção que reflita o padrão de consumo.

O índice oficial de inflação do Brasil é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

A taxa IPCA é uma reflete o custo de vida para famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos residentes em regiões metropolitanas e alguns municípios.

Os dados do IPCA são coletados do primeiro ao último dia de cada mês. Nos dados são contemplados vários setores do comércio, assim como prestadores de serviço, valores de aluguel e também concessionárias de serviço público.

O que causa a inflação?

Quando acontece de o governo injetar dinheiro na economia, a demanda fica maior do que a oferta. Com isso, a moeda começa a valer menos. O desequilíbrio dos gastos públicos traz uma aumento nos preços.

Se a economia está inerte, pode fazer com que empresas pensem que pode estar perto de um momento de alta inflacionária. Neste caso pode ocorrer uma elevação nos preços de forma preventiva.

O cenário econômico externo também pode impactar na inflação. Isso ocorre quando, por exemplo, há uma menor importação de insumos. Com isso, o preço pode sofrer com uma alta generalizada.

Falta de mão de obra, aumentos de salário, questões climáticas, aumentos de impostos, também são exemplos de fatores que impactam no custo de produção, que é frequentemente repassado ao consumidor final. Assim, novamente os preços elevam-se e a inflação sobe.

Há uma série de outros motivos que encarecem a produção. Entre eles podemos citar:

  • A alta dos preços dos produtos negociados em bolsa, como petróleo, soja e minério de ferro;
  • A elevação de tarifas de utilidades públicas, como água e luz;
  • A alta do dólar, que aumenta os preços dos insumos importados, entre outros.

O IPCA acumulado do ano geralmente serve como base para planejar o ano fiscal seguinte. Ou seja, se houve uma grande inflação em um ano, as empresas podem aumentar os preços para o próximo ano.

Quando a economia está bem, há uma alta no consumo e na renda, com mais moeda no mercado. Se essa quantidade não for controlada, há uma alta no IPCA, ou seja, o dinheiro perde o poder de compra. Para que isso não ocorra, o Banco Central estipula uma meta de inflação. Assim, pode utilizar alguns mecanismos para controlar a desvalorização.

Impactos da Inflação

A desvalorização monetária leva a um menor poder de compra, se o rendimento não seguir o nível do índice da inflação. O mesmo ocorre quando você aplica seu dinheiro: a remuneração deve ter uma taxa que seja a mesma ou maior que a inflação, para que você não perca suas reservas. A inflação também leva parte do dinheiro do investidor, e a rentabilidade real é a que excede essa taxa.

Por isso, manter o dinheiro em casa, como muitos faziam antigamente, é a certeza de perda e desvalorização.

A inflação baixa estimula a economia, incentivando a produção e gerando crescimento. Inflação alta tem efeito perverso, especialmente para as classes mais baixas. Com um orçamento mais apertado, não há uma reserva que se possa cortar no caso de aumento dos preços dos produtos. A inflação, nesses casos, leva a uma diminuição do poder de compra e no padrão de vida. 

Deflação

Se a inflação é um problema, a deflação, ou seja, a diminuição dos preços de forma  contínua, também é. Ela desestimula o consumo, por tornar poupar mais vantajoso, já que os preços diminuirão. O consumo em queda, reduz a produção, a geração de empregos e o crescimento, brecando a roda da economia.

E para o investidor?

Além de funcionar como um termômetro para a economia brasileira, o IPCA serve como instrumento de correção de algumas aplicações financeiras, como o Tesouro Direto.

Como o investidor é, também, um consumidor, ele precisa estar atento ao IPCA e a outros índices, para, assim, transformar a inflação de vilã à aliada.

O IBGE também divulga o IPCA-E (índice de Preços ao Consumidor Amplo-Especial), a cada 3 meses. A principal diferença é o cálculo é feito com base no IPCA-15 do período de referência. Em 2019, o IPCA-E acumulado foi de 3,91%, ligeiramente abaixo do IPCA, que finalizou o ano em 4,31%.

Calculadora de IPCA

Existe uma forma de saber o IPCA em determinado período. É através da Calculadora do Cidadão do Banco Central (BC). Nela, você seleciona o índice de seu interesse (no caso, o IPCA), e define o período que quer saber e o valor a ser corrigido. 

O IPCA e índices que o influenciam

Além do IPCA, existem outros índices que são usados para precificar outra áreas, como aluguéis e juros base da economia.

São eles:

IPCA X Selic

Há uma ferramenta que o Banco Central utiliza para verificar se o Governo Federal atingiu as metas de inflação do IPCA. Quem faz essa avaliação é o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que pode fazer com que a taxa de juros no Brasil aumente, se mantenha ou diminua – a taxa Selic (taxa básica de juros). 

Quando temos muito dinheiro circulando, a taxa Selic sobe para impedir o aumento da inflação. Quando o índice cai, é porque o Banco Central ofereceu incentivos para que o consumo pudesse aumentar aumentar, para as outras taxas de juros baixarem. 

Ou seja, a taxa Selic é o mecanismo de controle do IPCA no Brasil. 

IGPM X IPCA

Outro índice importante no Brasil é o IGPM (O Índice Geral de Preços do Mercado), estabelecido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). 

O IGPM é a principal taxa para precificação de aluguéis, portanto, se ele subir, os aluguéis sobem e influenciam no IPCA.

IPCA X INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) é outro calculado todo mês pelo IBGE. Alguns itens também são monitorados pelo IPCA.

A principal diferença entre INPC e IPCA é que o primeiro considera famílias menor poder aquisitivo (com renda de até 5 salários mínimos mensais). Ele é utilizado para reajustes salariais. 

IPCA-15

O IPCA-15 é uma prévia do IPCA, utilizado para reajuste do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Diferentemente do IPCA, ele é medido a partir do dia 16 ao dia 15 do mês seguinte.

Conclusão: para se proteger da inflação, o investidor brasileiro precisa estar atento ao IPCA e garantir que sua rentabilidade seja maior que a inflação do período.

Seu ganho real, deduzida a inflação, taxas e tributos, precisa ser calculado na compra de qualquer ativo, aquele que, no final das contas, traga lucros e não prejuízos. 

Quer saber onde investir para garantir ganhos acima da inflação? Fale com a Monte Bravo, temos uma variedade de aplicações para você que rendem de acordo com a taxa básica de juros ou mais, com ótima liquidez.

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