Qual é o futuro da bolsa de valores brasileira? Veja o que esperar

Qual é o futuro da bolsa de valores brasileira?

10/02/2021 às 10:52

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Quarta

Fev

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Nunca antes na história do mercado brasileiro houve tanta adesão a investimentos em renda variável quanto nos últimos anos.

Muitos fatores explicam esse progresso: taxa de juros baixa, interesse maior dos investidores por ativos diferentes, empresas investindo cada vez mais em seu crescimento, e etc.

Apesar de parecer um progresso rápido, muito se fez para que a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) alcançasse essa boa fase. Engana-se quem acha que só bastaram os recentes incentivos do governo ao mercado de investimentos.

Mas até que ponto vamos conviver com este crescimento exponencial? Será que já podemos projetar um mercado de ações comparável ao dos EUA? 

Baseado no MB Capital #29, nosso podcast semanal sobre as atualidades do mercado financeiro, vamos elencar possíveis cenários para a bolsa de valores brasileira.

Ouça nosso Podcast sobre o assunto: 

Começo de 2020 foi esperançoso, mas…

Depois de 2019, quando o número de investidores na Bolsa simplesmente duplicou, também tivemos muitos adeptos à renda variável no ano seguinte. Mesmo havendo um crescimento menor (+2,92% contra 31,9% em 2019), o ano de 2020 começou com novas esperanças.

Estimava-se, na época, que a B3 passaria dos 130 mil pontos, algo inédito em sua história. Porém ninguém contava com a pandemia causada pelo novo coronavírus, que fez cair as bolsas do mundo inteiro e, por aqui, não seria diferente.

Após seis circuit breakers e queda de 39% do valor da Bolsa, a desconfiança perante ao mercado de ações voltou e ocasionou um movimento contrário ao que se viu nos anos anteriores. Tanto que o número de investidores em poupança aumentou durante o ano.

Mesmo com fator covid-19 durante boa parte do ano, a Bolsa de Valores conseguiu se recuperar.

Entre o final de 2020 e o começo de 2021, ultrapassou o patamar dos 120 mil pontos, um feito comemorado por muitos profissionais da área. Além disso, o número de investidores voltou a crescer, o que concedeu uma boa guinada nas negociações diárias.

Os motivos? O anúncio da vacinação pelo mundo (o que demorou para acontecer no Brasil, mas já está encaminhada), novos IPOs acontecendo, aumento em investimentos de Fundos Imobiliários e Commodities, além de outros fatores. 

Por isso, tudo indica que a bolsa deverá crescer muito mais em 2021, com uma estimativa otimista em alcançar os 135 mil pontos, segundo a XP Investimentos.

B3 investe pesado para manter robustez

Desde a fusão entre a BM&FBOVESPA e a Cetip em 2017, posteriormente chamada de B3, a nossa Bolsa de Valores passou a ter maior força no mercado financeiro, se transformando em uma das maiores bolsas do mundo. 

A junção das empresas trouxe novos benefícios aos investidores. Afinal, além de negociar ações de empresas listadas, também há a possibilidade de realizar transações de commodities, câmbio, fundos imobiliários, ouro, entre outros ativos disponíveis em uma só instituição.

Mas esse pode ser só o começo. Segundo Rodrigo Franchini, Head de Relações Institucionais da Monte Bravo, os contínuos investimentos em estrutura por parte da B3 pode resultar em negociações de diversos novos produtos, os quais que ainda não estejam disponíveis no mercado, com moldes parecidos com a Nasdaq, bolsa norte-americana voltada a empresas de tecnologia.

A B3 tem potencial de atrair não só investidores locais, mas também atrair o mercado externo. Com uma tecnologia mais robusta, podemos beneficiar, também, as Startups ‘unicórnios’, nos dando destaque internacional.”, completa.

Os seguintes movimentos de expansão da B3 causam uma consequência jamais vista no mercado brasileiro: aberturas de IPOs em larga escala. 

IPOs já viraram rotina

A bolsa brasileira tem dado mais espaço e oportunidades para captações de empresas de diversos tamanhos e setores. Abrir um IPO no Brasil deixou de ser um sonho distante para estes tipos de empresas e se tornou uma realidade durante 2020.

Foram 20 IPOs no total, com uma captação recorde de R$ 117 bilhões. Empresas já conhecidas como Estapar, Enjoei, Méliuz, Locaweb, Petz, Track & Field, dentre outras, foram destaques durante o ano, com estreias além do esperado. Em 2021, esse resultado pode ser ainda maior.

Para este ano, há quase 50 companhias na fila de abertura do capital, já com documentação entregue à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o regulador de capitais do país.

As candidatas para abertura de capital planejam usar os recursos que serão captados para investir no negócio e expandir suas operações. 

Grande parte delas também querem acelerar os investimentos em tecnologia, ponto que virou mandatório com a pandemia. Outro uso previsto para o dinheiro é a redução de dívidas dessas empresas.

Durante o MB Capital #29, José Brás, fundador do Bolso Forte e veterano na mesa de operações de grandes corretoras, comentou sobre esse crescimento de IPOs no Brasil e que esse fato não é nada pontual.

Segundo ele: “Mais empresas terão interesse no mercado financeiro com intuito de expandir o seu negócio ao lado dos milhões de investidores na bolsa de valores. Isso veio para ficar.”.

Futuro promissor ao lado de juros baixos

O fato da bolsa de valores ter se valorizado muito nos últimos quatro anos está em paralelo com a diminuição da taxa básica de juros. Desde 2016, as ações políticas na economia deram mais espaço para novos tipos de investimentos.

Por que? Com a taxa de juros saindo de 14% a.a. para os atuais 2% a.a., os ativos de renda fixa deixaram de ser atrativos para os brasileiros, “forçando” um movimento de optar por novos tipos de produtos. Dentre eles, a renda variável foi a mais aderida entre os investidores. Resultado: foi duplicado o número de CPFs na bolsa de valores.

Além disso, os juros baixos estimulam as empresas a tomar créditos para serem reinvestidos visando o seu crescimento. Isso, aliás, é um dos fatores da grande quantidade de abertura de IPOs.

Uma taxa de juros baixa é um estímulo a mais para a economia. A intenção deste estímulo econômico é simples: tornar os empréstimos e financiamentos mais acessíveis, fazendo com que o consumo volte a crescer, o que melhora o desempenho das empresas, pois elas estão produzindo e contratando mais.

Com o fator coronavírus, a baixa dos juros pode não ter tanto efeito assim na economia. Globalmente, vários empregos e empresas foram comprometidos por conta da crise financeira. São danos que atrapalharam o crescimento de todos os países, inclusive o Brasil. Portanto, os resultados serão vistos a longo prazo.

Afinal, teremos uma nova bolsa de valores?

Esta é uma pergunta feita há anos entre o mercado financeiro. A bolsa de valores, como empresa, está inserida em um cenário de concorrência global. A B3 já bate de frente com diversas bolsas pelo mundo, chegando a ser a maior da América Latina. 

Inclusive, possui concorrência até mesmo na abertura de capitais de empresas brasileiras, como é o caso da XP Inc. com capital aberto na Nasdaq.

Mas existe espaço para uma nova bolsa dentro do Brasil? Bom, não é tão simples assim. É bom esclarecer que haver mais de uma bolsa de valores dentro de um país não é uma política usual. Exceções são claras, como nos EUA, porém isso vai além de apenas concorrência local.

Os custos de manter mais de uma bolsa acabam sendo pouco vantajosos para as corretoras, já que é preciso contratar os serviços destas bolsas, além de custos maiores de comunicação entre as empresas, encarecendo o processo de venda dos ativos de cada uma. 

No caso de haver uma segunda bolsa no Brasil, ela certamente seria cliente da B3. Durante uma entrevista, Gilson Finkelsztain, CEO da bolsa brasileira, explicou como seria essa convivência: “Nós formamos um ecossistema completo dentro do mercado financeiro. Englobamos diversos negócios e produtos, fornecendo serviços de todos os tipos, principalmente para outros índices.”.

Mas eis uma novidade: em novembro de 2020, foi anunciada uma nova bolsa de valores: a BVM12. Ela será voltada para aplicar recursos em startups e companhias menores, focadas em ESG. 

Porém ela não será uma concorrente direta da B3. Pelo contrário: a BVM12 será um pontapé inicial para empresas de pequeno e médio porte, aproximando-as dos investidores. Será uma nova maneira de “apostar” no sucesso de novas companhias.

Para finalizar o pensamento 

Há espaço e otimismo para a bolsa de valores no Brasil. Com o estímulo contínuo do governo, o aumento expressivo de investidores, e novas oportunidades para empresas de diferentes tipos, o mercado só tende a continuar progredindo para o sucesso.

Para estar sempre a par da renda variável, contar com uma assessoria de investimentos de excelência e pronta para montar uma carteira funcional é essencial para o sucesso do seu patrimônio. 

Por isso, conte com a Monte Bravo, principal empresa credenciada à XP Investimentos, e uma equipe de assessores especialistas em diversos produtos disponíveis no mercado. Faz a diferença ter a Monte Bravo cuidando do seu futuro. Conheça agora:

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