Economia
25/05/2022 • 2 mins de leitura
Como funcionam os ciclos econômicos?
Resumo do artigo As bolsas de valores, neste caso, tendem…
Resumo do artigo
Os Estados Unidos são a principal economia do mundo e o que acontece por lá tem o poder de interferir nas demais nações.
Neste contexto, as eleições marcadas para o início de novembro são um dos eventos mais importantes na cena econômica, com forte impacto no mercado financeiro.
Antes de adentrar na questão norte-americana em específico, cabe lembrar que o mercado financeiro acompanha com agitação eleições de uma maneira geral.
Isso porque o resultado quase sempre é incerto, e as bolsas mundiais não são muito chegadas a incertezas. Qualquer planejamento que tenha sido feito até o dia do pleito pode ruir do dia para a noite, dependendo de quem vence a disputa.
Em linhas gerais, o mercado muda de humor quando o período pré-eleitoral é marcado pelos seguintes eventos:
Já deu para perceber por que o mercado financeiro fica atento ao processo eleitoral, e não poderia ser diferente nos Estados Unidos.
Com PIB equivalente a 20% da economia global e com a sexta maior renda per capita, os EUA são um importante parceiro econômico dos países desenvolvidos e um fundamental importador de produtos agrícolas das nações em desenvolvimento.
Por si só, uma eleição por lá faz muita gente perder o sono.
A disputa entre Donald Trump e Joe Biden tem fatores inéditos, que dão ingredientes adicionais para a dor de cabeça do mercado financeiro.
Investidores de diferentes perfis têm razões de sobra para se preocupar com a vitória de um ou de outro – dependendo não apenas do diapasão político-ideológico pessoal, mas principalmente dos rumos que cada um pretende dar ao país.
Outsider, Trump surpreendeu no início do mandato ao apresentar bons indicadores econômicos, com redução do desemprego e aumento da renda média.
Entretanto, sua personalidade imprevisível e a condução considerada desastrosa da pandemia de coronavírus – os EUA lideram o número de mortes no mundo – podem ter colocado tudo a perder.
Uma eventual reeleição pode animar os segmentos beneficiados por sua política austera e pela agenda de costumes, como a indústria bélica e as áreas afetadas por gestões protecionistas, mas tende a afastar ainda mais investidores que esperam uma relação mais parcimoniosa com os parceiros globais.
Já Joe Biden chegou ao pleito como um candidato apático, um contraponto impossível à personalidade arredia do adversário. Aos poucos, deu a moderação que se espera de uma eleição deste porte, o que agrada o mercado financeiro.
Biden não deve ter comportamento dúbio com declarações infelizes no Twitter e nem desmerecer aliados internacionais em potencial. Entretanto, ainda o assombra a defesa de aumento de impostos, sempre mal vista entre os investidores.
O resultado das eleições parlamentares também interessa. Eventual hegemonia nas duas casas pesa contra os dois partidos, porque uma oposição engajada em apontar falhas é sempre melhor do que a unanimidade.
Há ainda fatores conjunturais importantes. A vitória de uma agenda conservadora dá musculatura a empresas que estimulam este debate, por conseguinte a seus papéis.
Já a vitória do campo progressista alimenta a pauta da diversidade nas organizações e da preservação ambiental.
Tudo isso muda a vida do investidor, porque determinados papéis deixam de ser relevantes ou se tornam mais fortes, ao sabor dos ventos democráticos.
Aliás, o grande vitorioso de um processo eleitoral sempre deve ser a democracia. Rupturas na ordem democrática – aí sim – fazem o país perder índices de confiança e notas nas agências de classificação de risco, o que seria um tanto incomum em uma nação como os Estados Unidos.