Como os acontecimentos dos EUA afetam a economia brasileira?

Como os acontecimentos dos EUA afetam a economia brasileira?

02/10/2020 às 15:16

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Sexta

Out

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Todos os dias recebo no meu Instagram perguntas sobre como notícias nos EUA podem impactar os investimentos no Brasil. Estamos próximos às eleições americanas, certo? E faltando 35 dias para elas, venho explicar como eventos internacionais, principalmente nos Estados Unidos, podem influenciar nosso mercado local. Bom, para entendermos o todo dessa questão, vamos por partes.

Você sabia que os Estados Unidos são o país com a economia considerada mais “segura” do mundo? 

A economia e as empresas são mais sólidas e resilientes e a moeda é a mais segura do mundo. Não à toa, em momentos de crise, o dólar se valoriza frente a muitas moedas globais. O mundo demanda dólar em busca de proteção e por uma questão de oferta e demanda, ele se valoriza.

Por serem uma das maiores potência do mundo, ditam os rumos do mercado, além de possuírem a capacidade de se recuperar mais rapidamente quando se deparam com situações mais críticas.

Entendido isso, vamos entender como as notícias americanas podem impactar o mercado local

Observando a nossa realidade como país emergente, historicamente sofremos mais com a volatilidade dos mercados financeiros e possuímos moedas mais sensíveis aos acontecimentos globais e macroeconômicos.

Instabilidade política e econômica, crises, resultados de indicadores abaixo do esperado (como o PIB), casos de corrupção,  alto número de desempregos, insegurança jurídica e quaisquer notícias que aumentem as incertezas dos investidores impactam suas decisões de alocação de capital e direcionamento de investimentos.

Entendem a lógica? 

A insegurança diante das instabilidades aumenta a aversão ao risco, impactando a demanda por ativos como os de renda variável e ações.

Pensando nas empresas, as ações refletem a expectativa de geração de valor desses ativos no longo prazo. Então, como deixar o capital investido nesses ativos esperando a valorização sem saber o que pode acontecer em 6 meses? 

Como exemplo recente, com a pandemia, observamos a nossa Bolsa de valores enfrentar seis Circuit Breakers e oscilar tanto esse ano. Por essas razões, os investidores podem preferir deixar o capital alocado em outros ativos considerados mais seguros e previsíveis. 

Uma vez entendido que notícias internas, cada uma em sua devida proporção, afetam a segurança dos investidores brasileiros e estrangeiros de seguirem investindo no nosso mercado, vamos considerar também o noticiário externo.

Imaginem um ambiente de crises e situações de impacto na economia americana? Os investidores, pensariam: se os Estados Unidos, que são o país mais sólido e seguro, está vivenciando certa instabilidade e pode enfrentar uma crise, imagina como isso não poderia respingar nos demais?

Então, o que fazer? 

Uma alternativa que os investidores encontram é a de migrar possíveis investimentos que estão em países emergentes para os desenvolvidos, principalmente para os EUA. A instabilidade de um país desenvolvido se comporta de forma mais resiliente que a dos demais emergentes.

Se acontecer algo negativo na economia ou na política dos Estados Unidos, o mais provável é que os reflexos de uma crise influenciem também o comportamento do nosso mercado e dos nossos principais ativos, bem como outros emergentes, dada a sua relevância no mercado. 

Um tema recorrente e gerador de incertezas é a tensão entre os Estados Unidos e a China, que acarreta preocupações, aversão ao risco e quedas de bolsas de valores pelo mundo. Além disso, as eleições americanas também podem causar dúvidas no mercado financeiro, trazendo maior volatilidade e necessidade de cautela ao iniciar seus investimentos.  

Por fim, para refletirmos: como se proteger da volatilidade e de incertezas no mercado local e/ou internacional? 

Por meio da diversificação, tanto entre classes de ativos locais (renda fixa, juros, inflação, ações, fundos imobiliários, dentre outros) como internacionais (fundo de ações no exterior, COEs com estratégias internacionais, fundos multimercado, etc), e ainda, agindo com cautela na hora de iniciar a sua carteira de investimentos e escolha de quais percentuais alocar nas classes de maior risco e volatilidade. 

Dessa maneira estaremos sempre buscando minimizar o efeito de crises que impactem os investimentos locais, maximizar os ganhos em mercados mais sólidos e mais maduros e melhorando a diversificação de riscos e busca por retornos de nossas carteiras.

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