Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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Os contratos futuros de ações americanas sobem nesta quarta-feira (15), após uma sessão volátil na véspera. Os investidores avaliam os novos desdobramentos da disputa comercial entre Estados Unidos e China e aguardam a divulgação de balanços de grandes companhias.
Os futuros do Dow Jones avançam 188 pontos, ou 0,40%, enquanto os do S&P 500 e do Nasdaq 100 sobem 0,60% e 0,80%, respectivamente.
Bank of America, Morgan Stanley e PNC Financial divulgam seus resultados antes da abertura dos mercados. Os números seguem a sequência positiva de balanços divulgados na terça-feira (14), quando Goldman Sachs e Wells Fargo reportaram lucros acima das expectativas.
Os temores em torno do comércio levaram a uma sessão turbulenta ontem. O S&P 500 chegou a esboçar recuperação, mas encerrou o dia em queda após o presidente Donald Trump ameaçar impor um embargo sobre óleo de cozinha à China, em retaliação à falta de compras de soja americana por parte de Pequim.
A taxa do Treasury de 10 anos recua 3 pontos base, para 4,00%. O ouro sobe 1,30%, alcançando novo recorde em US$ 4.218,00 por onça-troy.
O dólar cai para o menor nível em quase uma semana frente a uma cesta de moedas, após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizar novos cortes de juros em meio à intensificação das tensões comerciais. O índice DXY recua para 98,77 pontos.
Os mercados da Ásia-Pacífico encerraram o dia em alta, contrariando o desempenho negativo de Wall Street após a nova troca de ameaças comerciais entre EUA e China.
Na Europa, as bolsas operam em alta nesta quarta, impulsionadas por empresas do setor de luxo. Os índices se recuperam após atingirem a mínima de duas semanas na sessão anterior.
O Ibovespa fechou próximo da estabilidade ontem, aos 141.682 pontos. O dólar encerrou em leve alta de 0,14%, a R$ 5,47, enquanto as taxas de juros recuaram de forma moderada ao longo de toda a curva.
EUA: O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizou que o banco central pode estar se aproximando do fim do processo de redução de seu balanço patrimonial, indicando que essa etapa pode ser concluída “nos próximos meses”. Powell observou que as condições de liquidez estão “gradualmente se apertando” e destacou a abordagem cautelosa do Fed para evitar tensões semelhantes às de 2019.
Powell reafirmou que o objetivo do Fed é manter, em sua maioria, títulos do Tesouro americano em seu balanço e não descartou a possibilidade de vender títulos lastreados em hipotecas (MBS) para acelerar essa transição.
Em relação à política monetária, Powell afirmou que “as perspectivas para o emprego e a inflação não parecem ter mudado muito desde nossa reunião de setembro”. Ele observou, porém, que os dados divulgados antes da paralisação do governo federal indicam que o crescimento da atividade “pode estar em uma trajetória um pouco mais firme do que o esperado”. Powell reiterou que os riscos de baixa para o emprego “parecem ter aumentado” e destacou que os indicadores de aperto no mercado de trabalho — provenientes de pesquisas com famílias e empresas — “continuaram em trajetória de queda” desde setembro.
Durante a sessão de perguntas e respostas, Powell afirmou que “novas reduções nas vagas de emprego podem muito bem começar a se refletir na taxa de desemprego”. Sobre a inflação, ele observou que o aumento de preços de bens relacionados a tarifas exerceu pressão altista sobre a inflação subjacente, mas ressaltou que as expectativas de inflação de longo prazo permanecem bem ancoradas. Mantemos a expectativa de dois cortes adicionais de 25 pontos base nas reuniões de outubro e dezembro do Fed.
Brasil: O setor de serviços manteve trajetória de crescimento em agosto, com alta de 0,1% em relação a julho e 2,5% ante o mesmo mês de 2024. Foi o sétimo avanço consecutivo na margem, levando a uma expansão acumulada de 2,6% no ano e à quinta máxima histórica seguida. Quatro dos cinco grandes segmentos apresentaram desempenho positivo, com destaque para transporte terrestre e tecnologia da informação, que atingiram novos recordes.
O avanço foi impulsionado também pelos serviços de alojamento e alimentação, que cresceram 1,7% após quatro meses de estabilidade, e pelos serviços técnico-profissionais, que registraram novo pico histórico. O setor aéreo recuou 3,1% em agosto, acumulando queda de 7% entre junho e agosto, após forte alta no primeiro semestre. O segmento de informação e comunicação também apresentou retração, penalizado pela queda nas atividades audiovisuais, especialmente na distribuição cinematográfica. Considerando o desempenho dos serviços, o tracking do PIB segue indicando alta de 0,1% na margem no 3° trimestre, com alta de 1,9% em 2025.


(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.


Por:
| Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
| Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |