Mercados globais seguem voláteis, refletindo as tensões entre Israel e Irã

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Por: Monte Bravo
17/06/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

Os mercados globais continuam atentos aos desdobramentos do confronto entre Israel e Irã, após novos ataques com mísseis e bombardeios registrados na segunda-feira. O sentimento de mercado oscila entre os riscos de escalada e os sinais de distensão no Oriente Médio.

Pelo quinto dia consecutivo de confrontos diretos, Israel atingiu, na segunda-feira, a emissora estatal iraniana, enquanto o diretor da agência nuclear da ONU relatou danos significativos à principal instalação de enriquecimento de urânio do Irã.

Trump, que retornou antecipadamente da cúpula do G7 no Canadá, fez um apelo para que os iranianos deixem Teerã, citando a recusa do país em aceitar um acordo de limitação do programa de armas nucleares. Relatos indicam ainda que Trump solicitou ao conselho de segurança nacional que permanecesse de prontidão na sala de situação.

Investidores também aguardam a reunião do FED dos EUA, prevista para começar ainda hoje, com decisão marcada para quarta-feira. A expectativa é de que o FED mantenha as taxas estáveis, mas a atenção está novamente voltada para os sinais que o presidente Jerome Powell possa oferecer sobre possíveis cortes futuros. O mercado já precifica dois cortes até o fim do ano.

Os juros dos títulos do Tesouro dos EUA recuam nesta terça-feira. A taxa do título de 10 anos está em 4,42% e a do papel de 2 anos caiu para 3,94%.

O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de pares relevantes, registra alta de 0,1% nesta sexta-feira, sendo negociado em torno de 98,10. O ouro à vista avança 0,4% nesta terça-feira, cotado a US$ 3.396,67 por onça, impulsionado pelo aumento das tensões geopolíticas.

Os preços do petróleo sobem mais de 2% diante da intensificação das tensões, com temores renovados de agravamento do conflito Israel Irã e interrupções no fornecimento.

Os mercados asiáticos fecharam sem direção única em um pregão volátil nesta terça-feira. O índice europeu Stoxx 600 recua 0,8% nesta manhã, em linha com os futuros das bolsas americanas.

Ontem, aqui no Brasil, o dólar fechou em queda de 1,03%, cotada a R$ 5,4855, menor nível desde outubro de 2023. A bolsa encerrou com um avanço de 1,49%, aos 139.256 pontos.

Economia

China – A produção industrial e os investimentos em ativos fixos em maio ficaram levemente abaixo das expectativas do mercado, enquanto as vendas no varejo superaram as projeções de forma significativa.

As vendas no varejo nominal cresceram 6,4% em maio, acelerando frente aos 5,1% de abril e superando as expectativas do mercado. O avanço foi impulsionado por um forte crescimento nas vendas de bens, tanto online quanto offline, além do aumento nas receitas de restaurantes. Destaque para os eletrodomésticos e equipamentos de comunicação, cujas vendas saltaram devido à antecipação de compras ligadas ao festival online “618”. Apesar disso, o desempenho pode não se sustentar em junho. As vendas de automóveis continuaram fracas, sugerindo pressões deflacionárias no setor, mesmo com produção em alta.

A produção industrial da China desacelerou em maio, com alta de 5,8% na comparação anual, ante 6,1% em abril. A desaceleração foi puxada por menor crescimento nas indústrias de máquinas elétricas e produtos químicos, apesar do avanço na produção de automóveis. Por outro lado, houve melhora na produção de smartphones e computadores, refletindo uma antecipação de exportações diante da trégua comercial entre China e EUA.

Os investimentos em ativos fixos também perderam força, com crescimento de 2,9% em maio, abaixo dos 3,6% de abril, afetados por quedas nos investimentos em infraestrutura e no setor imobiliário. O investimento em serviços e agricultura recuou 0,2%, enquanto o setor manufatureiro seguiu resiliente, com alta de 7,8% na comparação anual.

Brasil – O IBC-BR subiu 0,16% em abril na comparação mensal, registrando o 4° avanço consecutivo e renovando a máxima histórica da série com ajuste sazonal, embora com ritmo mais moderado. Na comparação anual, o índice cresceu 2,5%, próximo às projeções de mercado. O destaque do mês foi a agropecuária, que cresceu 18% na comparação anual, impulsionada pela reta final da colheita da safra recorde de soja.

Apesar do bom desempenho anual, o componente agropecuário recuou 0,9% na margem, interrompendo sete meses de resultados positivos ou estáveis. Com o fim da colheita da soja, a expectativa é de novas quedas até agosto. O IBC-BR excluindo agropecuária ficou praticamente estável, refletindo a combinação de queda da indústria (-1,1%) e alta de serviços (+0,4%) e impostos (+0,6%). Mantemos a expectativa de alta de 0,2% na margem do PIB no 2° trimestre, com o crescimento do ano terminando em 1,9%.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
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Analista de Ativos
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