MB Sócios
17/09/2021 • 2 mins de leitura
O que a tensão entre os três poderes pode ensinar ao investidor?
Resumo do artigo A única forma de evitar “quebrar” no…
Resumo do artigo
Por Rebeca Nevares, Sócia da Monte Bravo.
Existe um mito muito grande sobre as mulheres investidoras que diz que nós somos mais conservadoras que os homens. Rotular é sempre um caminho ruim.
Por isso, decidi escrever este artigo baseado no livro “Warren Buffett Investe Como as Mulheres”, da escritora Louann Lofton. Nele, a autora explica as semelhanças entre o maior gestor de ações do mundo e, nós, mulheres, na hora de escolher onde alocar os nossos recursos.
Vale ressaltar que a obra baseia-se em um longo trabalho desenvolvido durante vários anos por Louann a partir da crise de 2008.
As afirmações presentes no título são fruto de estudos e teses acadêmicas sobre os hábitos de investimento feminino. Além disso, o próprio Buffett teve acesso ao conteúdo e concordou de forma bem humorada com a teoria defendida no livro.
Em primeiro lugar, ela enumerou algumas pesquisas que revelam que as mulheres são menos ansiosas e tendem a tomar menos risco na bolsa que os homens por uma questão simplesmente biológica: os níveis de testosterona mais baixos.
Claro que isso não vale para 100% dos casos. As pessoas são muito diferentes entre si e a ideia defendida gira em torno do investidor americano médio. De acordo com Lofton, as meninas são mais conscientes e não deixam o ego afetar muito a capacidade de análise dos papéis.
Elas confrontam crenças da mesma forma que Buffett é reconhecido pela competência na seleção dos investimentos.
Teoricamente, ela sugere que o temperamento feminino é mais favorável para atingir sucesso no mercado acionário. Na prática, segundo a autora, é preciso ter critérios bem embasados, muita calma e muita humildade para atingir o sucesso no mercado.
Além disso, Buffett é o tipo de gestor que não investe em modelos de negócio que não entende. Ele prefere comprar ações e mantê-las por vários anos na carteira do que ficar girando os papéis no portfólio.
As lições vindas do empresário americano são mais um motivo para aumentar a representatividade feminina na bolsa brasileira, que é de apenas 23%, apesar de termos dobrado a nossa participação no ano passado.
O problema é que nós sempre tivemos pouca participação na vida financeira de nossas respectivas famílias.
Os afazeres domésticos e criação dos filhos historicamente sempre sobraram para nós e a conquista de uma vida no mundo das finanças é muito recente, afinal somente em 1962 conseguimos abrir conta em bancos sem precisar de autorização do pai ou marido!
Lidar com dinheiro para mulheres é uma questão cultural que começou a ser mudada recentemente e ainda vai levar algum tempo até que seja equilibrada.
E aqui vai um pedido meu para os homens: envolvam mais as meninas do seu contexto social neste mundo! Todos nós sairemos ganhando, afinal homens e mulheres juntos transformam a sociedade em um lugar melhor!
Até lá, nos manteremos firmes e fortes seguindo os ensinamentos de Buffett!