Investimentos
16/03/2022 • 3 mins de leitura
Como declarar ações no Imposto de Renda de 2022?
Com o aumento da quantidade de investidores no mercado de…
A tributação de dividendos no Brasil não é um tema novo. Isentos de Imposto de Renda desde 1996, eles frequentemente são mencionados em propostas de reforma tributária criadas nos últimos anos.
Agora, em 2025, um projeto de lei está em vias de ser aprovado no Congresso. O PL 1.087/2025 estabelece uma alíquota mínima de 10% de Imposto de Renda sobre lucros e dividendos acima de R$ 50 mil por mês. Se aprovada neste ano, a medida entra em vigor em janeiro de 2026.
Entenda, a seguir:
Pela primeira vez em quase 30 anos, o Brasil caminha para retomar a tributação de lucros e dividendos.
Antes da isenção, decretada pela Lei 9.249/1995, o governo brasileiro cobrava imposto de até 15% sobre esses proventos. Alterada por leis ao longo de um século, a taxação vigorou no país entre 1892 e 1995, segundo o Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET).
Foram diversos os projetos de lei que discutiram a retomada do imposto nos últimos anos, sob o argumento de reduzir a carga tributária de empresas (de até 34%) e alinhar a legislação brasileira à prática internacional.
Agora, na esteira da Reforma Tributária no Brasil (e no momento em que o país encara uma dívida pública crescente), a taxação de dividendos se soma a outras iniciativas, como:
O Brasil, ao lado de Estônia, Letônia, Hong Kong e Singapura, é um dos poucos países que ainda oferecem isenção de Imposto de Renda sobre lucros e dividendos.
A maioria dos países adota algum tipo de tributação, embora as alíquotas e os sistemas variem significativamente. Veja alguns exemplos na lista abaixo:
A tributação de dividendos nos EUA é complexa e depende do tipo de dividendo e da renda do investidor.
A alíquota pode variar de 0% a 20% para dividendos qualificados. Para atenderem a essa classificação, eles precisam:
Os dividendos não qualificados são tributados como renda comum, com alíquotas que podem chegar a 37%. Para investidores não residentes nos EUA, o imposto é de 30%, pago na fonte.
É importante notar que muitos países possuem acordos para evitar a dupla tributação, o que pode reduzir a carga tributária para investidores estrangeiros.
O PL 1.087/2025 tem grande chance de ser aprovado ainda neste ano. O texto prevê uma alíquota mínima de 10% de Imposto Retido na Fonte sobre lucros e dividendos acima de R$ 50 mil por mês.
Além disso, quem somar mais de R$ 600 mil por ano em rendimentos poderá estar sujeito a um imposto complementar, que pode chegar a 10% para rendas acima de R$ 1,2 milhão anuais.
Mas há um limitador. A soma da tributação na empresa e na pessoa física não poderá ultrapassar:
Acima disso, aplica-se um redutor, garantindo que não haja sobrecarga tributária.
A nova tributação afetará especialmente:
Situação:
Sócio recebe R$ 80 mil em dividendos mensais de sua holding (R$ 960 mil anuais).
Retenção mensal:
10% sobre R$ 80 mil = R$ 8 mil de IR retido na fonte.
Anual:
Como supera R$ 600 mil, entra no IRPF mínimo
Alíquota IRPFM:
Aproximadamente 6% (fórmula: 960.000/60.000 – 10)
Resultado:
Parte do IR retido mensalmente será compensado na apuração anual, evitando dupla cobrança
Janela de oportunidade:
Regras de transição
(!) ATENÇÃO: Existe uma importante regra de transição que permite otimizar o planejamento tributário.
Dividendos deliberados até dezembro de 2025 mantêm a isenção, mesmo que sejam pagos em 2026. Isso significa que empresários e investidores têm até o final deste ano para:
Com a proximidade da mudança legislativa, é fundamental:
Entenda mais sobre o impacto da medida no vídeo a seguir, com Marina Gonçalves, head de Wealth Planning da Monte Bravo.
A nova tributação de dividendos representa uma mudança estrutural no planejamento patrimonial brasileiro. Investidores, empresários e famílias devem se preparar para revisar suas estratégias tributárias e sucessórias para otimizar seus portfólios.
Por isso, é essencial buscar orientação qualificada para:
O momento é de reforçar o planejamento patrimonial. Aproveite os próximos meses para adequar sua estratégia ao novo cenário tributário que se aproxima.
Aqui na Monte Bravo, estamos acompanhando de perto esse movimento para ajudar nossos clientes a fazerem um planejamento patrimonial eficiente. Fale com seu assessor para saber mais detalhes.
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