Sala de Imprensa | Notícias
15/03/2024 • 3 mins de leitura
Mercado de AAIs: Pier Mattei no Brazil Journal
Com a queda dos juros e o endurecimento das regras…
As ações do Itaú Unibanco avançam na sexta-feira após o banco apresentar resultados sólidos no primeiro trimestre. Embora o lucro líquido tenha vindo em linha com as expectativas de mercado, com alta 2,2% em relação ao trimestre anterior ao atingir R$ 11,128 bilhões, a qualidade do resultado surpreendeu. Por volta das 14h30, o papel subia 4,95% a R$ 37,07.
O analista-chefe de renda variável da Mantaro Capital, Pedro Gonzaga, diz que o balanço da companhia reforça sua posição de destaque entre os grandes bancos do país. Ele ressalta que, em um ambiente ainda desafiador, o banco conseguiu manter a qualidade de sua carteira de crédito, com queda na inadimplência, algo que chama a atenção nesta época do do ano, que tende a ser mais difícil.
“Um dos pontos mais comentados foi a clareza nas comparações dos números com trimestres anteriores. Enquanto outros bancos ainda patinam para se adaptar a mudanças nas regras contábeis, o Itaú conseguiu mostrar resultados consistentes e transparentes, evidenciando o bom trabalho da sua área de controladoria”, diz o profissional da Mantaro.
A Monte Bravo também avalia positivamente os números, que vieram ligeiramente acima de suas expectativas. A corretora acrescenta que o Itaú foi o banco que melhor apresentou detalhes de como a implementação das novas práticas contábeis impactou ou deverá impactar os balanços do setor.
Na mesma linha, o BTG Pactual afirma que a qualidade do resultado e do balanço continua surpreendendo positivamente e melhorando trimestre após trimestre, mesmo sobre uma base de expectativas já elevada. Os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura escrevem que tanto os índices de inadimplência acima de 90 dias quanto os de inadimplência em cerca de 120% no trimestre, reforçando a “qualidade” dos resultados.
O BTG mantém recomendação de compra para o Itaú, com preço-alvo de R$ 38.
Como ponto negativo, Gonzaga, da Mantaro, aponta que as receitas com tarifas cresceram pouco e os custos aumentaram mais do que o esperado, além de a carga tributária vir acima das previsões. “Ainda assim, o lucro subiu 14% em relação ao ano passado e o retorno para os acionistas seguiu em alta”, pondera.
A Monte Bravo também apontou os serviços como ponto fraco do trimestre. “Eles cresceram abaixo da inflação, com desaceleração nas receitas com cartões e algumas outras linhas performando abaixo dos últimos trimestres”, afirma a corretora.
Matéria publicada no Valor Econômico.