Live Carta Mensal | Julho 2025: Trump desorganiza tabuleiro global
Por: Monte Bravo
16/07/2025 • 4mins de leitura
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A guerra tarifária de Donald Trump segue causando instabilidade no cenário global e já começa a mostrar seus primeiros reflexos na inflação nos Estados Unidos.
No entanto, mesmo com o cenário mais complexo, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve retomar os cortes de juros no país no fim deste ano, considerando a perspectiva de preços mais comportados até o fim de 2026.
Essa perspectiva alimenta um cenário mais positivo para os investimentos de risco (como as ações nas bolsas de valores) e os ativos brasileiros em geral.
Na live de julho de 2025 sobre a Carta Mensal da Monte Bravo, nossos analistas se aprofundam nos detalhes do documento e explicam a nossa estratégia de investimentos para renda fixa, ações e outros ativos.
Entenda a seguir:
Quais são os riscos mais relevantes no Brasil e no mundo
Onde estão as oportunidades de investimento considerando o atual cenário
Como montar uma carteira resiliente e com potencial de valorização, mesmo com incertezas no caminho
Assista à gravação da live e veja o resumo da discussão:
Confira os principais pontos da live
Cenário global: Estados Unidos
Incertezas sobre guerra tarifária permanecem: tarifas de importação subiram de 2,4% para até 22,4% desde o chamado Liberation Day (Dia da Libertação), evento em 2 de abril de 2025 em que Trump anunciou pela primeira vez uma rodada de taxação sobre produtos importados.
Tarifa efetiva de importação para os EUA está hoje em 19,7%, um percentual que deve cair para algo entre 15% e 20%, a depender das negociações com os países afetados.
Políticas tarifárias de Trump começam a ter impacto na inflação: o CPI americano encerrou junho em 2,9% no acumulado de 12 meses. Com tarifas médias entre 10% e 15%, nossos analistas projetam um efeito inflacionário adicional de até 1,5 ponto percentual, com a inflação encerrando 2023 em torno de 3,1%.
Fed deve retomar cortes nos juros americanos: mesmo com o impacto inflacionário das tarifas, autoridade monetária deve fazer cortes graduais de juros nos EUA a partir do fim de 2025, com expectativa de inflação recuando para 2,2% até 2026.
Desaceleração moderada, porém controlada: o crescimento da economia chinesa desacelerou de 5,4% no primeiro trimestre de 2025 para 5,2% no segundo trimestre. Essa desaceleração é considerada suave e ainda acima do limite crítico de 4%, que poderia sinalizar estagnação econômica ou risco de crise mais séria.
A expectativa para os próximos trimestres é de crescimento na faixa de 4,5% a 4,7%, o que ainda sustenta a posição da China como uma das principais locomotivas econômicas globais.
Exportações adiantadas ajudaram a manter o ritmo: a postergação das tarifas dos EUA contra a China permitiu que empresas chinesas antecipassem exportações. A aceleração pontual ajudou a impulsionar os dados do segundo trimestre, mas o impulso tende a perder força com a implementação das tarifas.
Como a China representa uma fatia significativa da demanda global por commodities e bens industriais, sua desaceleração afeta países exportadores, como o Brasil.
Cenário econômico no Brasil
A taxa Selic deve ser mantida em 15% até o fim de 2025, com previsão de cortes de 0,5 ponto percentual por mês a partir de janeiro de 2026 — encerrando o ano por volta de 11%.
O IPCA (inflação) é projetado em 5,5% (2025) e 4,5% (2026), com o PIB crescendo 1,9% este ano e 2% no próximo. O câmbio deve se manter volátil, com dólar cotado acima de R$ 5,80 no fim de 2025, e R$ 5,25 em 2026.
A maior preocupação, segundo os analistas, é o avanço da dívida pública — que pode saltar de 72% para 85% do PIB até 2026. O déficit primário em torno de 0,9% compromete a sustentabilidade fiscal e aumenta o risco de juros altos por mais tempo.
As eleições presidenciais de 2026 devem acirrar ainda mais a polarização, com o presidente Lula perdendo apoio e candidatos de centro-direita (como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas) ganhando tração.
A possibilidade de mudança no comando do Executivo pode influenciar fortemente os ativos de risco.
Oportunidades de investimento
O dólar deve enfraquecer marginalmente, beneficiando moedas emergentes e ativos de risco globais. Porém, mesmo com essa tendência, a moeda americana continua sendo uma âncora de estabilidade em tempos de incerteza.
Tecnologia e produtividade sustentam uma visão de longo prazo construtiva para ativos nos EUA.
Bolsa pode subir até 60% até 2026: possibilidade de ajuste fiscal a partir de 2027 deve impulsionar valorização da bolsa brasileira. Títulos públicos atrelados à inflação (NTNBs longas) também ganham destaque, com potencial de alta de 45% a 50%.
Diversificação internacional é essencial para quem busca proteger o patrimônio e capturar oportunidades globais.
Portfólios com ativos no exterior, expostos a setores como tecnologia, inovação e saúde, devem fazer parte de qualquer estratégia patrimonial de médio e longo prazo.
É recomendada a diversificação entre:
Renda fixa brasileira (base sólida e Selic alta)
Ativos de risco (fundos imobiliários, multimercado, ações, ativos alternativos)
Ativos internacionais (proteção contra riscos brasileiros e alto potencial de valorização)
Carteira Monte Bravo
A carteira de ações da Monte Bravo teve desempenho positivo no acumulado do ano, embora ligeiramente abaixo do Ibovespa no mês de junho.
O foco segue sendo diversificação com proteção, visando equilíbrio entre retorno e resiliência frente à volatilidade.
Movimentações e ajustes recentes
BB Seguridade: manteve-se como uma das posições principais, destacada pela resiliência em momentos de incerteza.
CPFL: posição foi zerada, sinalizando uma reavaliação do papel no portfólio.
ETF SPXR11: houve aumento de exposição, reforçando a tese de diversificação internacional com foco nos EUA.
Nubank: foi incluído na carteira, refletindo uma aposta em crescimento e inovação no setor financeiro.
Itaú substituído por Itaúsa: a troca busca aumentar o dividend yield e capturar o fechamento do desconto de holding, além de manter exposição ao mesmo grupo financeiro com maior eficiência.
Exposição internacional
A carteira passou a contar com maior alocação em ativos globais, principalmente via ETFs como o SPXR11.
Essa decisão está alinhada com a visão de que a diversificação internacional é fundamental para proteger o portfólio contra riscos fiscais e políticos do Brasil.
Sensibilidade a tarifas e cenário externo
Algumas empresas com exposição internacional — como Weg, Suzano, Vale e Embraer — devem sofrer com o impacto das tarifas americanas:
Impacto marginal em Weg e Suzano já precificado.
Vale menos sensível, dada a demanda estrutural por minério.
Embraer segue buscando acordos comerciais e diversificação, mas está no radar por atuar em setores mais sensíveis (defesa e aviação).
Conclusão: diversificação de investimentos é a chave
Em um cenário repleto de incertezas, a melhor maneira de proteger e rentabilizar o seu patrimônio é por meio de uma estratégia de investimentos diversificada, com foco no seu perfil e objetivos.
Para isso, você pode contar com as recomendações dos nossos especialistas. Fale com seu assessor de investimentos na Monte Bravo para saber como colocar esses insights em prática na sua carteira.
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