Informe diário Monte Bravo Corretora — 26/07/2024 - Monte Bravo

Informe diário Monte Bravo Corretora — 26/07/2024

26/07/2024 às 09:12

26

Sexta

Jul

4 minutos de leitura
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Mercados

A volatilidade nos mercados globais voltou com força nesta semana. Uma intensa pressão vendedora sobre os papeis de tecnologia derrubou os mercados de ações. Alguns resultados decepcionantes no trimestre e o aumento da incerteza nas eleições dos EUA após a virtual nomeação de Harris para substituir Biden, combinados com a cobertura acelerada de posições vendidas em ienes, desencadearam a correção dos mercados.

O iene dominou o movimento este mês, subindo rapidamente para um pico de três meses — cotado a 151,9 por dólar — depois de começar o mês no ponto mais fraco em 38 anos. O movimento segue a suspeita de intervenções e a proximidade da reunião do Banco de Japão, que pode subir os juros no país.

Muitos investidores costumavam financiar as posições em iene para aplicar em países com juros altos. O súbito fortalecimento do iene leva à zeragem destas posições, apreciando o iene e depreciando as moedas dos países que recebiam as aplicações — principalmente produtores de comodities.

Hoje, a atenção estará voltada para os dados de gastos pessoais dos EUA,a medida de inflação preferida do Federal Reserve. Espera-se que o núcleo do PCE venha em 0,2% no mês, mantendo a taxa anual em 2,6%.

O Fed se reúne semana que vem e deve mudar a comunicação, abrindo espaço para um corte em setembro. O mercado tem embutido um total de 67 p.b. de afrouxamento este ano, i.e., dois cortes de 25 p.b. e mais 68% de chance do terceiro corte — convergindo para cenário base Monte Bravo, que projeta três cortes.

As taxas de juros dos títulos do Tesouro dos EUA estão estáveis, com a taxa do Tesouro de 10 anos em 4,25% e a taxa de 2 anos em 4,43%.

Os mercados asiáticos, em sua maioria, tiveram um dia de recuperação, mas o o índice japonês Nikkei 225 foi exceção — estendendo as perdas pelo oitavo dia consecutivo com uma queda de 0,53%. Nesta manhã de sexta-feira (26), os mercados europeus abriram em alta, em linha com os futuros de ações dos EUA. No Brasil, o dólar caiu 0,15% ontem (25), cotado a R$ 5,6478 após atingir R$ 5,70 na máxima do dia. Os juros futuros subiram fortemente em toda a curva com a percepção de que a ala política impede a Fazenda de avançar nas medidas de ajuste fiscal. O Ibovespa fechou em queda de 0,37% aos 125.954 pontos.

Economia

EUA – O PIB Real cresceu 2,8% na margem no 2° trimestre de 2024, superando as expectativas de 2,0%. O consumo das famílias aumentou 2,3% no 2° trimestre, impulsionado pelos gastos em bens duráveis. No entanto, as despesas com serviços cresceram a um ritmo mais lento, registrando alta de 2,2% — abaixo dos 3,3% nos dois trimestres anteriores. O consumo deverá desacelerar devido à moderação do emprego e ao alto custo do crédito.

Os investimentos surpreenderam positivamente, especialmente, em equipamentos, com um crescimento de 5,2% no 2° trimestre, aceleração na comparação com os 4,4% no 1° trimestre. Em contraste, o investimento residencial caiu 1,4%, após crescer 16% no primeiro trimestre, impactado por altas taxas de hipoteca. Apesar do PIB acima do esperado, a demanda doméstica — que é o consumo mais o investimento — cresceu 2,6% na margem no 2° trimestre, ficando estável em relação ao 1° trimestre.

Brasil – O IPCA-15 de julho subiu 0,30%, acima da nossa expectativa (0,25%) e do consenso do mercado (0,22%). A inflação foi impulsionada por aumentos nos combustíveis, energia elétrica e passagens aéreas. Houve reversão na deflação de móveis e aparelhos eletrônicos, indicando repasse da depreciação cambial. Alimentos tiveram deflação de 0,44%, com menor impacto das enchentes no Rio Grande do Sul e queda nos preços de produtos in natura.

Os núcleos subiram 0,34% em julho levando a variação acumulada em 12 meses de 3,5% para 3,7%. Serviços subiram na margem; o núcleo dos serviços (excluindo passagens aéreas) subiu 0,58% em julho e 4,9% em termos anuais.

Portanto, o IPCA-15 mostrou uma surpresa desfavorável, sugerindo dificuldades na trajetória de queda da inflação. A projeção para o IPCA de julho foi revisada de 0,35% para 0,40%, mantendo-se a previsão de 4,5% para 2024. É importante ressaltar que o movimento recente do câmbio enseja um aumento de preocupação em relação à inflação de 2025. Cotejando o nível atual do câmbio contra a taxa usada no último Copom, R$ 5,30 por dólar, já temos a média de 21 dias úteis subindo para R$ 5,50 por dólar. Esta depreciação, se mantida por mais um ou dois meses, provocaria um impacto de cerca de 0,3% na inflação esperada para os próximos 12 meses. Este desvio adicional deveria levar a uma discussão sobre alta de juros caso a meta de 3,0% seja, de fato, o objetivo perseguido sem acomodar desvios no intervalo de tolerância.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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