Monte Bravo Experience Porto Alegre recebe Jorge Gerdau: ‘Quero seguir fazendo tudo o que faço hoje’

30/10/2025 • 5 mins de leitura

A Monte Bravo realizou nesta quinta-feira (30/10/2025), em Porto Alegre, a 7ª edição de 2025 do Monte Bravo Experience.

O evento, promovido desde 2017, reúne especialistas, grandes gestores do mercado financeiro e clientes selecionados para discutir as principais tendências no cenário econômico e nos investimentos.

Nesta edição, o encontro contou com a participação de José Rocha, gestor e fundador da Dahlia Capital, e Alex Carpenter, Head de Investimentos Globais do Monte Bravo Family Office, em discussões sobre perspectivas para a economia brasileira e para o cenário global.

A continuidade da redução dos juros nos Estados Unidos, a corrida da Inteligência Artificial (IA) e as eleições 2026 no Brasil reforçam a importância da diversificação de investimentos no exterior e fazem surgir oportunidades em setores estratégicos como energia,

O evento também contou com a presença do empresário Jorge Gerdau, do Grupo Gerdau, em uma conversa sobre sua trajetória e os aprendizados compartilhados no livro “A Busca: os aprendizados de uma jornada de inquietações e realizações”.

Veja a seguir os principais insights de cada painel do evento.

Painel 1: Cenário Macroeconômico e Perspectivas de Mercado

O painel reuniu Alexandre Mathias, estrategista-chefe da Monte Bravo, e José Rocha, gestor e fundador da Dahlia Capital, para discutir as perspectivas macroeconômicas globais e brasileiras. A moderação foi de Felipe Carbonar, diretor comercial da Monte Bravo.

Os especialistas destacaram que investir fora do Brasil deixou de ser tendência e virou necessidade. O investidor brasileiro “descobriu a América” — e hoje entende que a diversificação geográfica é uma forma de proteger e expandir patrimônio.

Cenário global incomum

  • O mundo vive um raro “pouso suave”: inflação em queda, crescimento moderado e juros ainda restritivos, mas com ativos de risco performando bem. Risco principal é uma nova alta inflacionária como em 2022, mas a probabilidade é baixa.
  • A Inteligência Artificial deve gerar um novo ciclo de produtividade, com mais crescimento e menos inflação — o chamado “pouso suave turbinado”.
  • Juros nos EUA: Fed cortou os juros em 0,25 ponto, mas a decisão sobre cortes futuros está em aberto. É possível que a autoridade monetária faça mais um corte (0,25) devido ao risco de enfraquecimento do mercado de trabalho, já que o impacto inflacionário das tarifas tem sido muito moderado e residual.
  • Mudança no Fed: O presidente Donald Trump poderá substituir Jerome Powell em maio de 2026. Trump é vocal em querer juros mais baixos.
  • Política de Desvalorização da Moeda: A combinação de fiscal frouxo (governo gastando bastante) com política monetária frouxa (juros baixos) gera a desvalorização da moeda.
  • Consequências: O mercado já antecipa isso, evidenciado pela alta do Euro e do Ouro (que subiu de R$ 3.200 para R$ 4.200).
  • Comportamento do investidor: Se o Brasil faz política frouxa, o brasileiro compra dólar; se os EUA fazem política frouxa, o americano compra ativos reais (ouro, Bitcoin, empresas de tecnologia).

Inovação é uma vantagem competitiva dos EUA

  • EUA vs. Resto do Mundo: Os EUA mantêm a liderança global em inovação, liberdade econômica e geração de novas ideias (Apple, Google, Meta, Microsoft).
  • Foco no Estrutural: O investidor não deve basear a carteira em acertar projeções de curto prazo, mas sim em tendências estruturais de longo prazo, como a inovação tecnológica e a Lei de Moore (a capacidade de processamento de chips dobra a cada dois anos).

Oportunidades no Brasil

  • Risco Político: O país tem um risco político de curto prazo maior, mas o cenário de longo prazo é positivo devido à mudança na política brasileira, com a ascensão de partidos de centro-direita (governadores) e a fragilidade dos partidos de esquerda (PT). Acredita-se que o Brasil está em um momento de transição política que pode gerar um ciclo de crescimento e estabilidade.

Painel 2: Diversificação internacional: como montar uma carteira à prova de Brasil

Participaram do painel Alex Carpenter, Head de Investimentos Globais do Monte Bravo Family Office, e Guilherme Loureiro, CIO da Monte Bravo. A moderação foi de Pier Mattei, cofundador e CEO da Monte Bravo.

Soluções de investimento no exterior

  • A Monte Bravo, em parceria com a Avenue, criou um fundo de alocação que replica a estratégia de investimento internacional de grandes fortunas (Family Office), com o objetivo de gerar retornos de 7% a 8% ao ano em janelas de 3 a 5 anos, com baixa volatilidade (queda máxima de 10%). O fundo está disponível na plataforma Avenue com um valor mínimo de $5.000, democratizando o acesso a classes de ativos como hedge funds e private equity.
  • Gestão Ativa e Dinâmica: A alocação é gerenciada ativamente, com rebalanceamento disciplinado. Exemplo: Aumento para 30% em caixa (T-Bills) no final de 2021, antes da queda do mercado em 2022, e posterior recompra gradual de ativos.
  • Dry Powder: Atualmente, a alocação em caixa está sendo aumentada (7% a 8%) para criar uma reserva (dry powder) para oportunidades em caso de correção de mercado.
  • Ouro e Commodities: A alocação em ouro (cerca de 5%) e commodities (cerca de 2%) é vista como uma proteção contra a desvalorização do dólar, funcionando como uma “outra moeda” no portfólio.
  • Motivação para o Ouro: O aumento recente do preço do ouro é explicado principalmente pela compra contínua de bancos centrais (China, Índia, Polônia) após o congelamento das reservas russas, gerando desconfiança no dólar como ativo de reserva.
  • Diversificação em Outras Moedas: Para clientes que desejam diversificar para fora do dólar, a sugestão é investir em títulos de países com rating AAA e dívida/PIB baixa, como Noruega, Austrália e Nova Zelândia.

Painel 3: A Busca – Os Aprendizados de uma Jornada de Inquietações e Realizações

O último painel do evento foi uma conversa entre Pier Mattei e o empresário Jorge Gerdau, membro do Grupo de Controle da Gerdau.

Também com raízes gaúchas, Gerdau relembrou sua trajetória, narrada no livro “A Busca: os aprendizados de uma jornada de inquietações e realizações”.

O empresário defendeu que o sucesso e o desenvolvimento do país dependem de valores sólidos, ética e coerência entre discurso e prática. Enfatizou a importância de dominar o core business antes de diversificar e apontou a educação e a produtividade como os maiores desafios do Brasil, já que o analfabetismo funcional impede o avanço na era da IA.

  • Construindo Negócios à Prova do Tempo:
    • Valores Claros e Praticados: O conceito mais importante é ter uma definição clara de valores que não fiquem apenas no quadro, mas sejam praticados diariamente pela liderança.
    • Cultura de Poupança: A poupança surge da necessidade (“frio”), sendo definidora do sucesso dos países (ex: Norte da Europa vs. Sul da Itália).
    • Visão Internacional e Financeira: A Gerdau se beneficiou da cultura financeira internacional de seu pai (ex-inspetor do Deutsche Bank) e da visão de mercado de capitais (foi pioneira no acesso ao mercado de capitais no Brasil, na década de 50).
    • Política de Recursos Humanos (RH): É a maior diferenciação. A filosofia de RH da Gerdau possibilitou formar pessoas para a expansão internacional (ex: principal executivo nos EUA é gaúcho). O pai de Jorge Gerdau oferecia a opção de comprar ações da empresa aos empregados já na década de 50.
  • Core Business e Excelência:
    • Foco Paranóico: O sucesso só é alcançado se o core business for melhor que o concorrente. O empresário deve ter uma “paranóia de excelência” e buscar padrões internacionais.
    • Terceirização: Áreas como financeiro e pessoal podem ser terceirizadas, mas o domínio do core business é insubstituível.
  • A Busca (Título do Livro): O título se refere à “busca da excelência” em todas as áreas, não apenas nos negócios, mas na participação na comunidade e na sociedade (saúde, educação, cultura).
  • Humildade e Aprendizado Contínuo: A vaidade é o inimigo da evolução. Quem perde a humildade para de aprender e fica obsoleto. A chave para a sobrevivência é “continuar aprendendo e se manter atualizado”.
  • O Desafio do Brasil:
    • Problema Político: O maior desafio é a qualidade da representação no Congresso (estima-se que apenas 10-15% dos políticos colocam o Brasil em primeiro lugar).
    • O Fracasso da Educação: O Brasil tem 29,5% de analfabetos funcionais, um padrão que não muda há 20 anos.
    • Caminho para o Sucesso: O Brasil tem capacidade técnica (ex: sucesso da agropecuária no Cerrado), mas o avanço depende de uma solução política e de uma revolução na educação (com regras de mercado, remuneração variável e gestão).
    • Responsabilidade Social: O empresariado precisa se organizar e participar ativamente do processo político e da melhoria da educação, pois “nós temos até nojo de chegar perto da política”, mas sem isso, o país não avança.
    • Ser Útil: A coisa mais importante é “continuar a ser útil”, pois a falta de utilidade leva à expulsão do mercado. O critério de aposentadoria deveria ser a utilidade, não a idade.

“O importante é continuar sendo útil. Tenho 88 anos e quero seguir fazendo aos 98 tudo o que faço hoje.”

— Jorge Gerdau, Grupo Gerdau


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