IPCA-15 de outubro tem comportamento benigno e fortalece perspectivas de redução da Selic

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Por: Monte Bravo
24/10/2025 • 3 mins de leitura

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  • ‘Prévia da inflação’ subiu 0,18% em outubro, surpreendendo positivamente;
  • Índice teve composição benigna no mês, reforçando a trajetória de desinflação da economia;
  • Resultado consolida as perspectivas de cortes de juros a partir de 2026;
  • Após o IPCA-15, revisamos nossas projeções para o IPCA em outubro e acumulado em 2025.

O IPCA-15 registrou alta de 0,18% em outubro. O resultado surpreendeu favoravelmente nossa expectativa e o consenso do mercado, que projetavam alta de 0,26% e 0,25%, respectivamente.

O índice trouxe uma composição benigna no mês, reforçando a trajetória de desinflação da economia e abrindo espaço para o início do ciclo de corte de juros pelo Banco Central.

Os núcleos de inflação mostraram melhora, especialmente em serviços, enquanto os bens seguiram em desaceleração — um reflexo da valorização cambial e do arrefecimento das vendas de bens duráveis.

O processo de desinflação, aliado à moderação do mercado de trabalho e ao aperto das condições de crédito, indica que os efeitos da política monetária estão se propagando. Este cenário cria condições para cortes de juros nos próximos meses.

Nossa avaliação é que, até o início de 2026, a inflação projetada pelo Banco Central para o horizonte relevante estará em linha com a meta. Isso deve levar a autoridade monetária a iniciar o ciclo de cortes de juros a partir de janeiro de 2026 e reduzir a taxa Selic para 11% ao ano em dezembro de 2026.

Os núcleos se mantiveram bem comportados, registrando alta de 0,22% em outubro. A média móvel de 3 meses anualizada do núcleo desacelerou de 4,1% em setembro para 3,7% em outubro.

Em termos anuais, o núcleo desacelerou de 5,1% para 4,9% nesse período, ficando abaixo de 5,0% pela primeira vez desde março desse ano. 

O núcleo de bens teve forte desaceleração na margem, passando de 0,36% em setembro para 0,01% em outubro. No acumulado de 12 meses, o núcleo desacelerou para 3,5% em outubro.

O núcleo de serviços, excluindo passagens aéreas, também surpreendeu positivamente, com alta de 0,24% na margem em outubro — um reflexo da deflação em seguros e manutenção de automóveis, além de menor pressão de alimentação fora do domicílio.

Em termos anuais, o núcleo de serviços mostrou inflexão relevante: a média móvel trimestral anualizada recuou para 4,9% em outubro, após permanecer 12 meses consecutivos acima de 5,0%.

Com os dados do IPCA-15, revisamos a projeção do IPCA de outubro de 0,27% para 0,20%. Nossa projeção para o IPCA de 2025 também foi ajustada, de 4,7% para 4,6%.

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