Mercados processam resultados robustos de big techs nos EUA

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Mercados

Os mercados globais avaliam na manhã de hoje (31) o encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, que ocorreu ontem (30) na Ásia. A semana também foi marcada por decisões de bancos centrais, balanços do setor de tecnologia e uma trégua provisória nas tarifas entre EUA e China.

Trump afirmou ter fechado um acordo de um ano com Xi sobre terras raras e outros minerais críticos. Além disso, após a reunião na Coreia do Sul, Washington reduzirá para 10% as tarifas relacionadas ao fentanil.

Outros pontos de tensão, como os controles de exportação sobre os chips avançados de inteligência artificial da Nvidia e a exigência de desinvestimento das operações do TikTok nos EUA, permanecem sem solução.

Atualmente, os mercados atribuem uma probabilidade de 74,80% para um corte de 25 pontos base na taxa de juros, abaixo dos 91,10% registrados há uma semana. Os juros dos Treasuries  — títulos do Tesouro dos EUA — sobem nesta sexta-feira. A taxa do título de 10 anos, referência para o mercado global, avança para 4,10%, enquanto a de 2 anos recua marginalmente para 3,61%. Já a taxa do papel de 30 anos sobe para 4,67%.

O dólar se mantém próximo ao maior nível em três meses frente às principais moedas. O Índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana contra seis divisas, está estável em 99,50 pontos.

A corrida pelo ouro dá sinais de arrefecimento. O metal precioso, tradicional refúgio em momentos de volatilidade, caiu após a decisão do Fed. Hoje, o ouro à vista recua 0,30%, cotado a US$ 4.011,60 por onça.

O petróleo caminha para o terceiro mês consecutivo de queda. O Brent também registra queda de US$ 0,38, ou 0,60%, a US$ 64,62 por barril.

Na Ásia, o índice Hang Seng de Hong Kong caiu 1,43%, enquanto o CSI 300 da China continental recuou 1,47%. O Nikkei 225 do Japão subiu mais de 2% e atingiu novo recorde, aos 52.411,34 pontos.

Na Europa, os mercados operam em baixa nesta sexta-feira. Nos EUA, os futuros das bolsas sobem com os investidores digerindo os resultados trimestrais robustos das gigantes de tecnologia Apple e Amazon.

As ações da Amazon disparam mais de 12% após a empresa anunciar que a receita de sua unidade de computação em nuvem cresceu 20% no terceiro trimestre, superando as estimativas de Wall Street.

A Apple sobe 1,80%, impulsionada pelos resultados fortes do quarto trimestre fiscal e pelas projeções positivas para o trimestre de dezembro. A líder do streaming, Netflix, avança mais de 3% após anunciar um desdobramento de ações na proporção de 10 para 1.

Na Berkshire Hathaway, é o fim de uma era: com a aposentadoria de Warren Buffett, a próxima carta da companhia será escrita pelo vice-presidente Greg Abel. Buffett também não estará no palco na reunião anual de maio, com Abel assumindo o protagonismo.

Ontem (30) no Brasil, o Ibovespa subiu 0,10%, aos 148.780 pontos, nova máxima histórica. O dólar comercial encerrou em alta de 0,42%, cotado aos R$ 5,38. Já os juros futuros encerraram o dia em elevação ao longo de toda a curva.

Economia

China: O PMI da indústria recuou de 49,8 em setembro para 49,0 pontos em outubro, retornando à zona contracionista. A produção caiu de 51,9 para 49,7 pontos, os novos pedidos de 49,7 para 48,8 pontos e o emprego de 48,5 para 48,3 pontos.

O tempo de entrega dos fornecedores também enfraqueceu. Os setores como alimentos processados, automóveis e equipamentos de transporte tiveram expansão acima de 52 pontos, enquanto têxteis, produtos químicos e minerais não metálicos registraram queda na atividade. Os subíndices ligados ao comércio exterior mostraram retração, com queda em novos pedidos de exportação e importações.

O PMI de serviços e construção subiu levemente de 50,0 para 50,1 pontos, impulsionado pelo setor de serviços, que avançou a 50,2 pontos. Segmentos ligados a consumo e turismo, como transporte aéreo, hotelaria e entretenimento, superaram 60 pontos — refletindo os efeitos dos feriados do Dia Nacional e do Festival do Meio Outono, além do início do “Double Eleven”.

O PMI de construção recuou para 49,1 pontos, indicando fraqueza persistente. Segundo o NBS, a desaceleração de outubro pode ter sido influenciada pelo adiantamento da demanda em setembro e pela reintensificação das tensões comerciais com os EUA.

Brasil – O mercado de trabalho manteve desempenho sólido em setembro, com criação líquida de 213 mil vagas, superando as expectativas do mercado. Com ajuste sazonal, a economia criou 101,4 mil vagas em setembro, acelerando em relação à abertura de 42,1 mil vagas de agosto. Todos os grandes setores registraram saldo positivo no mês, com destaque para a agropecuária.

Os dados também apontam aumento de 5,7% nos pedidos de demissão em relação a setembro de 2024, sugerindo que trabalhadores seguem confiantes em encontrar melhores oportunidades. A taxa de desligamentos voluntários mostrou leve desaceleração na margem, mas segue em níveis historicamente elevados. Os salários nominais cresceram em linha com a inflação de serviços — alta de 5,9% nas admissões e 7,0% nos desligamentos —, enquanto os rendimentos reais continuam em expansão, reforçando o aquecimento do mercado de trabalho.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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Por:

Alexandre Mathias	Luciano Costa	Bruno Benassi
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora	Economista-chefe da Monte Bravo Corretora	Analista de Ativos CNPI: 9236