Corte de juros pelo Fed e acordos comerciais dominam os noticiários

30/10/2025 • 5 mins de leitura

Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui.

Mercados

Os mercados de risco operam em modo de consolidação nesta quinta-feira (30), assimilando a decisão do Federal Reserve e as notícias sobre acordos comerciais na Ásia.

O presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que o banco central pode não reduzir novamente a taxa de juros na reunião de dezembro, contrariando expectativas do mercado. “Uma nova redução da taxa de juros na reunião de dezembro não é uma conclusão óbvia. Muito pelo contrário”, afirmou. Ontem (29), o Fed cortou sua taxa básica de juros em 25 pontos base. Para mais detalhes, confira nossa análise completa.

A probabilidade de uma nova redução de 25 p.b. em dezembro recuou para cerca de 68%, ante 98% na véspera. Os juros dos Treasuries avançam levemente nesta manhã. Os rendimentos dos títulos de 10 anos sobem para 4,07%, enquanto os de dois anos estão em 3,59%. Já os juros dos papéis de 30 anos ganham dois p.b., para 4,62%.

O índice do dólar (DXY) recua após ter atingido uma máxima de duas semanas frente a seus principais pares na sessão anterior. A moeda americana devolve parte dos ganhos, mas permanece próxima da máxima quinzenal, cotada a 99,10 pontos frente a uma cesta de moedas. Os preços do ouro avançaram nesta quinta. O ouro à vista subiu 1,80%, cotado a US$ 3.998,10 por onça.

Os preços do petróleo recuaram hoje, com investidores avaliando uma possível trégua na disputa comercial entre Estados Unidos e China. Os contratos futuros do Brent caíram US$ 0,53, ou 0,82%, para US$ 64,39 por barril.

Os mercados da China e de Hong Kong encerraram o pregão em queda nesta quinta, enquanto os demais mercados asiáticos apresentaram desempenho misto. As bolsas europeias operam em baixa nesta manhã, em linha com os futuros de ações dos Estados Unidos.

Alphabet, Meta e Microsoft divulgaram seus balanços após o fechamento de mercado na quarta-feira. A Meta registrou seu maior crescimento de receita desde o primeiro trimestre de 2024, mas informou que a lei “One Big Beautiful Bill Act”, promovida pelo presidente Donald Trump, gerou um impacto contábil único de US$ 15,93 bilhões. A empresa espera que a legislação pressione os pagamentos de impostos federais em dinheiro nos Estados Unidos até o fim deste ano e nos próximos.

As ações da Microsoft recuam após a companhia revelar que seu investimento na OpenAI reduziu o lucro em US$ 3,10 bilhões no trimestre gerando preocupações sobre a continuidade dos gastos com inteligência artificial.

Ontem, no Brasil, o Ibovespa fechou em alta de 0,82%, aos 148.632 pontos —novo recorde de fechamento. O dólar encerrou o dia estável, a R$ 5,3595, e os juros futuros fecharam em alta ao longo da curva.

Economia

EUA: O Fed reduziu a taxa básica de juros em 25 p.b., para a faixa entre 3,75% e 4,00% ao ano, e anunciou o fim do processo de redução do balanço patrimonial em 1º de dezembro. Embora o comunicado não tenha trazido grandes mudanças na avaliação do cenário, o Fed reconheceu um aumento nos riscos de desaceleração do mercado de trabalho, mesmo com a economia ainda crescendo em ritmo moderado e a inflação permanecendo ligeiramente acima da meta. A decisão de encerrar o enxugamento do balanço reflete preocupações com a liquidez dos mercados de curto prazo.

Em sua coletiva, o presidente Jerome Powell adotou um tom mais cauteloso, afirmando que um novo corte de juros em dezembro “está longe de ser uma conclusão inevitável”. Segundo ele, o comitê está dividido sobre os próximos passos da política monetária após uma sequência de reduções totalizando 150 pontos-base. Powell observou que as taxas atuais estão próximas do nível neutro — entre 3% e 4% — e que parte dos dirigentes prefere pausar o ciclo de afrouxamento para avaliar se o crescimento econômico recente é sustentável e se o mercado de trabalho não está enfraquecendo além do esperado.

Apesar da incerteza sobre os próximos passos, mantemos a expectativa de corte de 25 p.b. em dezembro, pois o impacto das tarifas na inflação deverá seguir moderado, enquanto os sinais de desaceleração do mercado de trabalho deverão ganhar mais nitidez.

EUA: O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um acordo com o presidente chinês, Xi Jinping, que prevê a redução das tarifas sobre produtos chineses em troca de avanços no combate ao tráfico de fentanil e da retomada de compras de commodities americanas. As tarifas médias sobre importações da China cairão de 57% para 47%, incluindo a redução pela metade das tarifas sobre precursores de fentanil, de 20% para 10%, enquanto Pequim se compromete a intensificar o controle sobre o envio da substância aos EUA.

O entendimento também inclui a suspensão, por um ano, das restrições chinesas à exportação de terras raras e a ampliação do comércio bilateral em setores estratégicos. As duas partes acordaram ainda retomar as compras chinesas de soja e energia dos EUA e suspender as tarifas portuárias recíprocas aplicadas desde abril, sinalizando um movimento de distensão nas relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

Brasil: O IGP-M recuou 0,36% em outubro, após alta de 0,42% em setembro, acumulando queda de 1,30% no ano e leve alta de 0,92% em 12 meses.

A deflação reflete principalmente a queda nos preços ao produtor, influenciada pelo recuo de importantes matérias-primas agropecuárias, como leite in natura, café, soja e bovinos.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

Indicadores de hoje

Indicadores do dia anterior

Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

Se você tem
Monte Bravo, Bravo!

Invista com quem ajuda você a alcançar o próximo topo.

Abra sua conta