Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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Os futuros das bolsas americanas abrem o dia em compasso de espera e após queda no dia anterior — que encerrou uma sequência de 7 dias de rompimento de máximas históricas. As dúvidas sobre os próximos passos nas negociações entre EUA e China e um pouco de realização de lucros ajudam a explicar o movimento.
As reuniões entre representantes da China e dos EUA realizadas em Estocolmo foram consideradas positivas pelos participantes, mas sem a assinatura de um acordo e com uma nova extensão de prazos agora dependendo de Donald Trump. Os acordos fechados trouxeram algum alívio para os mercados, porém existem parceiros importantes que não tiveram um acordo assinado e ainda estão negociando, como México, Canadá e Coreia do Sul.
A decisão de política monetária e o discurso de Jerome Powell serão analisados com lupa durante a tarde desta quarta-feira (30). Os mercados buscam ter maior clareza sobre quais passos e em qual velocidade o FED irá caminhar. A decisão, além dos possíveis impactos nos mercados, é importante pois acontece em um momento em que o presidente americano e alguns aliados próximos têm feito bastante pressão sobre o Fed. Nosso time continua esperando que o Fed corte os juros três vezes em 2025, com início em setembro e se estendendo pelas duas reuniões seguintes.
As taxas dos Treasuries norte-americanos operam próximas da estabilidade na manhã de hoje. As taxas de 10 anos operam em 4,32%, a de 2 anos está em 3,86%, e a de 30 anos negocia a 4,86%.
O índice do dólar (DXY) opera próximo da estabilidade, aos 98,91 pontos. O índice voltou a ganhar força nos últimos dias após o fechamento dos acordos que parecem favorecer a economia americana.
O ouro à vista opera próximo da estabilidade cotado a US$3.329,25 por onça. Entre as criptomoedas, o Bitcoin subia 0,45%, negociada a US$118.439,10.
O petróleo opera em queda com o Brent caindo e sendo cotado a US$71,77 por barril, com a commodity apresentando uma alta nos últimos dias após o presidente Donald Trump ter afirmado que está cogitando diminuir o prazo para impor novas sanções à Rússia.
Na Ásia-Pacífico, os mercados encerraram o pregão mistos, esperando por avanços nas relações comerciais entre EUA e China após as reuniões realizadas na Suécia. Na Europa, as bolsas operam mistas, digerindo os resultados corporativos e os impactos das negociações comerciais para o continente.
O Ibovespa encerrou a terça-feira (29) em alta de 0,45%, aos 132.725 pontos. O dólar à vista fechou em queda de 0,38%, cotado a R$5,5689.
EUA: O número de vagas de emprego nos EUA recuou em junho, sinalizando uma desaceleração contínua no mercado de trabalho. Segundo dados do JOLTS divulgados nesta terça, as aberturas de vagas caíram 275 mil, para 7,44 milhões, ligeiramente abaixo das expectativas. O recuo foi puxado principalmente pelos setores de lazer e hospitalidade (-264 mil) e educação e saúde privadas (-255 mil). As taxas de abertura (4,4%) e de contratação (3,3%) recuaram levemente, enquanto as taxas de demissão voluntária (2,0%) e dispensa involuntária (1,0%) permaneceram estáveis.
EUA: O índice de confiança do consumidor medido pelo Conference Board subiu 2 pontos em julho, para 97,2, superando levemente as projeções. A melhora foi puxada pela alta no componente de expectativas, enquanto a avaliação da situação atual teve leve queda. A diferença entre os consumidores que veem o mercado de trabalho como favorável e os que enfrentam dificuldades para encontrar emprego caiu para 11,3 pontos, o menor nível desde março de 2021. Esse indicador reflete a percepção dos consumidores a respeito do aquecimento do mercado de trabalho, e a queda da diferença sinaliza que as condições do emprego estão menos favoráveis.
A expectativa de inflação para os próximos 12 meses recuou 0,1 ponto percentual, para 5,8%, menor nível desde fevereiro. Segundo o Conference Board, “a percepção sobre a situação atual pouco se alterou”, mas houve uma leve melhora no otimismo em relação ao futuro.
Brasil: O IGP-M recuou 0,77% em julho, após queda de 1,67% em junho, indicando desaceleração no ritmo de deflação. No acumulado do ano, o índice registra baixa de 1,70%, mas sobe 2,96% em 12 meses. Em julho de 2024, a alta havia sido de 0,61% no mês e 3,82% em 12 meses.
A moderação na queda reflete menor recuo nos preços ao produtor, influenciados por pressão nas commodities minerais (minério de ferro) e no petróleo. No varejo, o IPC voltou a acelerar com aumentos disseminados em categorias como habitação e despesas diversas.
Na decisão do Copom de hoje, a expectativa é que a taxa Selic permaneça estável no patamar de 15,00% ao ano. A inflação permanece acima da meta e o desafio de desinflacionar a economia requer a persistência da política monetária em patamar contracionista, com o objetivo de desacelerar o crescimento, arrefecer o mercado de trabalho e criar uma trajetória da atividade que seja compatível com a meta no horizonte relevante.
No início de 2026, com a inflação indicando convergência para a meta no horizonte relevante — que incluirá o 2° trimestre de 2027 —, o Banco Central deverá iniciar o ciclo de corte de juros e levar a taxa Selic para 11,0% a.a. até dezembro de 2027.
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
Por:
Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |