Mercados operam em alta com redução das incertezas no cenário comercial

29/07/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

As bolsas americanas abrem mais um dia em alta nesta terça-feira (29). Os mercados refletem a redução das incertezas em relação aos acordos comerciais e uma temporada de resultados que, até agora, entregou números melhores do que o esperado.

Apesar do bom humor, o mercado monitora de perto a evolução das negociações entre China e EUA, que acontecem em Estocolmo e devem resultar em uma prorrogação de mais 90 dias para que um acordo seja assinado. Além das questões tarifárias, possíveis surpresas negativas em resultados poderiam levar o mercado para uma realização, já que essa semana é uma das mais agitadas e com uma concentração importante de companhias do S&P reportando resultados — com destaque para os números da Meta, Microsoft, Amazon e Apple.

Não podemos nos esquecer que a semana ainda conta com a divulgação de uma série de dados de emprego, que vão trazer mais detalhes sobre a saúde da economia americana, e a decisão de política monetária pelo Fed, que — apesar da manutenção das taxas nos patamares atuais — deve nos ajudar a entender quais serão os próximos passos.

As taxas dos Treasuries norte-americanos operam em queda na manhã de hoje. A taxa de 10 anos opera em 4,39%, a de dois anos está em 3,914% e a de 30 anos negocia a 4,93%.

O índice do dólar (DXY) opera próximo a estabilidade aos 98,72 pontos. O índice voltou a ganhar força nos últimos dias após o fechamento dos acordos que parecem favorecer a economia americana.

O ouro à vista opera em ligeira alta, cotado a US$ 3.320,25 por onça. Entre as criptomoedas, o Bitcoin subia  0,20%, negociada a US$ 118.257,80.

O petróleo opera em estabilidade com o Brent subindo e cotado aos US$ 70,07 por barril. A commodity apresenta uma alta nos últimos dias após o presidente Donald Trump afirmar que está cogitando diminuir o prazo para impor novas sanções à Rússia.

Na Ásia-Pacífico, os mercados encerraram o pregão mistos, esperando por avanços nas relações comerciais entre EUA e China — com reunião marcada para negociação hoje na Suécia.

Na Europa, as bolsas iniciaram o dia em alta, acompanhando os futuros de ações dos Estados Unidos.

O Ibovespa encerrou a segunda-feira (28) em queda de 1,04%, aos 132.129 pontos, em sessão marcada pelas tensões comerciais com os Estados Unidos. O dólar fechou em alta de 0,52%, cotado a R$ 5,5904.

Economia

EUA: O novo acordo comercial entre Estados Unidos e União Europeia ajusta a estrutura tarifária entre os dois blocos, elevando a tarifa-base dos EUA para produtos europeus de 10% para 15%, mas com cortes importantes em setores estratégicos. Itens como aeronaves e peças, certos produtos químicos, medicamentos genéricos, equipamentos de fabricação de semicondutores, produtos agrícolas e matérias-primas críticas terão tarifas zeradas. No caso dos automóveis, a tarifa cairá de 25% para 15%. No caso do aço e alumínio, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que haverá cortes nas tarifas e implementação de cotas, mas sem detalhar os valores. Apesar da alta na tarifa-base, a expectativa é de que o impacto líquido sobre o nível geral de tarifas seja modesto, dado o número de exceções incluídas.

Do lado europeu, as tarifas sobre exportações dos EUA — que hoje têm média ponderada em torno de 1% — devem ser eliminadas por completo, especialmente nos mesmos setores beneficiados pelo acordo com Washington. A medida segue o padrão de outros acordos recentes, como o firmado com o Japão, e pode incentivar novos entendimentos com países como Coreia do Sul, Canadá e México. A UE também se comprometeu a comprar US$ 750 bilhões em energia dos EUA ao longo de três anos — um salto frente aos atuais US$ 80 bilhões por ano —, com destaque para o gás natural liquefeito. O pacote inclui ainda um compromisso de investimento europeu de US$ 600 bilhões. No entanto, incertezas permanecem sobre quando os EUA aplicarão tarifas de 15% a semicondutores e produtos farmacêuticos, que hoje estão isentos.

Brasil: A carteira de crédito cresceu 10,7% em junho na comparação anual, atingindo cerca de R$ 6,7 trilhões, mas com clara desaceleração frente ao mês anterior (11,8%). Em termos reais, o crescimento recuou para 5,0% — o menor desde março de 2023. A queda no ritmo foi generalizada, com destaque para empresas (PJ) com crédito livre, especialmente nas modalidades de Desconto de Duplicatas e Financiamento à Exportação. A proporção da carteira em relação ao PIB caiu para 54,6%, e o crédito livre manteve maior contribuição ao crescimento do que o crédito direcionado.

As novas concessões de crédito caíram de forma generalizada em junho, com exceção do crédito livre para pessoas físicas, impulsionado pelo cartão à vista. O crédito consignado privado recuou novamente, apesar do programa reformulado (Crédito do Trabalhador), que tem perdido força. No crédito direcionado para empresas, a retração foi intensa, puxada por crédito rural. O crédito livre para empresas teve forte queda em Desconto de Duplicatas.

O endividamento das famílias subiu para 49% da Renda Nacional Disponível Bruta até maio, maior nível desde o fim de 2022, e o comprometimento da renda com dívidas alcançou 27,8%, próximo do recorde da série (27,9%). O programa Desenrola havia reduzido esse indicador em 1,5 ponto percentual, mas a melhora foi totalmente revertida.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

Indicadores de hoje

Indicadores do dia anterior

Não houve divulgação de indicadores ou eventos relevantes.

Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

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