Suspensão do ‘tarifaço’ de Trump movimenta os mercados

29/05/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

Na noite de quarta-feira (28), a Corte de Comércio Internacional dos EUA decidiu que Donald Trump excedeu sua autoridade ao impor as tarifas “recíprocas”. O tribunal determinou a anulação das ordens tarifárias contestadas.

A administração Trump já recorreu à Corte de Apelações do Circuito Federal dos EUA. Segundo o Goldman Sachs, a Casa Branca deve encontrar formas de contornar a decisão judicial que derrubou as tarifas recíprocas. A instituição também apontou que, embora seja provável que o governo tente reimpor parte das tarifas, é improvável que consiga fazer isso para todos os países afetados no “Dia da Libertação”.

As taxas dos títulos do Tesouro dos EUA operam em leve alta. A taxa dos papéis de 30 anos subiu quase 5 pontos base, para 5,00%. A taxa dos títulos de 10 anos avançou 5 p.b., para 4,54%. A taxa dos títulos de 2 anos subiu 4 p.b. e atingiu 4,04%.

O índice do dólar dos EUA (DXY) — que mede o desempenho da moeda frente a uma cesta de outras moedas desenvolvidas — avançou 0,20% após a decisão judicial contrária às tarifas do ex-presidente Trump.

O ouro recuou para a mínima em mais de uma semana, com o ouro à vista caindo 0,30% e cotado a US$ 3.281,19 por onça.

Os preços do petróleo subiram, com os contratos futuros do Brent avançando 1,50%, para US$ 65,84 o barril.

Os mercados asiáticos fecharam majoritariamente em alta. As bolsas europeias abriram em alta, acompanhando os futuros dos EUA, impulsionadas pela decisão judicial contra as tarifas e pelos fortes resultados da Nvidia. As ações da fabricante de chips subiram mais de 5,00% no after-market. A empresa superou as expectativas de receita e lucro no primeiro trimestre, com sua divisão de data centers registrando crescimento anual de 73,00%.

Ontem, o Ibovespa encerrou em queda de 0,47%, aos 138.888 pontos. O dólar comercial fechou em alta de 0,89%, a R$ 5,695, enquanto os juros futuros subiram ao longo de toda a curva devido ao aumento do risco fiscal.

Economia

EUA: Após decisão do Tribunal de Comércio Internacional dos EUA, o presidente Donald Trump enfrenta um revés significativo em sua política tarifária. A corte considerou que Trump excedeu sua autoridade ao usar a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA) para impor tarifas amplas sobre diversos países. A decisão determinou a suspensão permanente da maioria dessas tarifas e proibiu futuras modificações, concedendo ao governo 10 dias para formalizar o fim das medidas. A Casa Branca recorreu imediatamente da decisão.

Apesar do impacto, o governo ainda possui alternativas para manter sua estratégia comercial. Embora a decisão bloqueie tarifas gerais e adicionais aplicadas a países como China, Canadá e México, tarifas setoriais — como as tarifas sobre aço, alumínio e automóveis — permanecem válidas.

As opções legais disponíveis ao governo são 2 leis, que possuem 3 seções que poderão ser acionadas. A Seção 122 da Lei de Comércio de 1974 permite tarifas de até 15% sem necessidade de investigação formal, embora por tempo limitado. Outras alternativas incluem as Seções 301 e 338 da Lei de Comércio de 1930, que permitem investigações e imposição de tarifas mais específicas. A administração Trump, portanto, pode buscar novas formas legais para manter ou reestabelecer parte de sua política tarifária.

Brasil: Em abril de 2025, a economia registrou criação líquida de 257,5 mil postos formais, superando amplamente as projeções do mercado, que eram de abertura de 170 mil vagas. Com ajuste sazonal, as admissões cresceram 2,4% e os desligamentos caíram 1,0%, resultando em um saldo de 176 mil vagas — desempenho superior ao de março, embora ligeiramente abaixo de abril de 2024. Todos os grandes setores geraram empregos, com destaque para a agropecuária, que foi o único a superar o resultado do primeiro quadrimestre de 2024, impulsionada pela perspectiva de safra recorde.

Apesar dos juros elevados, indústria e construção civil mostraram resiliência na geração de empregos, enquanto os serviços e comércio recuaram. A construção civil tem sido favorecida por obras públicas, expansão do programa Minha Casa, Minha Vida e aumento dos investimentos do BNDES no programa Nova Indústria Brasil. Quanto aos salários, as médias reais de admissão e desligamento seguem em alta, mas a proporção de reajustes acima da inflação caiu para 67,7% em abril, frente a 79,1% em março. A amostra, no entanto, foi reduzida, o que pode implicar revisões futuras. O ritmo de geração de vagas até abril indica que a economia deverá registrar abertura líquida de 1,5 milhão de empregos formais em 2025.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

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