Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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Os mercados iniciam a semana com foco em três frentes principais: política monetária nos Estados Unidos, geopolítica e comércio internacional.
O presidente dos EUA Donald Trump e o presidente chinês Xi Jinping se encontram quinta-feira (30) na Coreia do Sul para discutir as questões comerciais. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que as tarifas de 100% sobre importações chinesas estão descartadas e que a China deve realizar compras expressivas de soja e adiar restrições à exportação de terras raras.
Na Argentina, as eleições legislativas no domingo (26) resultaram em vitória expressiva para o presidente Javier Milei. Os eleitores demonstraram apoio às reformas pró-mercado e às medidas de austeridade. O partido do presidente, La Libertad Avanza, obteve 41,50% dos votos na província de Buenos Aires e superou os 40,80% da coalizão peronista — uma virada política no tradicional reduto peronista. Em âmbito nacional, o partido conquistou 64 cadeiras na Câmara dos Deputados, ante 37 anteriormente.
A decisão de juros do Federal Reserve, marcada para quarta-feira (29), é o principal evento econômico da semana. A expectativa é de corte na taxa básica, especialmente após os dados de inflação abaixo do previsto divulgados na semana passada.
As taxas dos Treasuries sobem nesta segunda-feira (27). A taxa do título de 10 anos avança para 4,02%, enquanto a da nota de 2 anos está em 3,50%. A taxa do Treasury de 30 anos também sobe 2 pontos base, para 4,61%.
O petróleo opera em queda, com o Brent recuando 1,00%, cotado a US$ 65,25.
O índice do dólar americano (DXY) recua 0,15%, para 98,80 pontos. Os contratos futuros de ouro para entrega em dezembro caem 2,10%, negociados a US$ 4.049 por onça, acumulando perda superior a 7% desde 10 de outubro.
Na Ásia, o índice Nikkei 225, do Japão, ultrapassou pela primeira vez os 50 mil pontos nesta segunda — o índice subiu 2,46% e encerrou o pregão em 50.512 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng teve alta de 1,05%, fechando em 26.433,70 pontos, enquanto o CSI 300, da China continental, subiu 0,83%.
Na Europa, as bolsas iniciam a semana com leve alta, enquanto os futuros das ações americanas operam em território positivo.
Na sexta-feira (24), por aqui o Ibovespa fechou em alta de 0,31%, aos 146.172 pontos. O dólar encerrou em leve alta, de 0,11%, cotado a R$ 5,39, enquanto os juros futuros fecharam em queda diante do IPCA-15 abaixo da previsão.
EUA: A inflação mostrou novo sinal de alívio em setembro, com o núcleo do CPI avançando apenas 0,23% no mês, abaixo das previsões de 0,30%. Em termos anuais, a taxa desacelerou para 3,0%, contrariando a expectativa de aceleração. O resultado refletiu o impacto limitado das tarifas sobre os preços de bens, que subiram 0,2%, enquanto a deflação de carros usados e medicamentos compensou altas em vestuário, móveis e veículos novos.
Os serviços também contribuíram para a leitura mais favorável, com os aluguéis imputados registrando a menor alta desde 2020 (0,1%). A moderação da inflação, somada à perda de fôlego do mercado de trabalho, reforça a expectativa de que o Fed reduza os juros em 25 pontos base na reunião de 29 de outubro — levando a taxa para 4,0% ao ano.
Brasil: O IPCA-15 de outubro subiu 0,18%, abaixo das expectativas do mercado e reforçando a tendência de desinflação. A composição do índice foi benigna, com desaceleração dos preços de bens e alívio nas pressões de serviços refletindo a valorização do real, a menor demanda por bens duráveis e os efeitos defasados da política monetária. O resultado aumenta a confiança de que a inflação seguirá convergindo para a meta nos próximos trimestres.
Os núcleos de inflação também mostraram melhora consistente. A média móvel trimestral anualizada desacelerou de 4,1% para 3,7%, enquanto o núcleo de bens ficou praticamente estável (0,01% em outubro) e o de serviços, excluindo passagens aéreas, subiu 0,24% — beneficiado por quedas em seguros e manutenção de automóveis. Em linha com a leitura mais favorável, a projeção para o IPCA foi revisada de 0,27% para 0,20% em outubro. A projeção de 2025 foi revista de 4,7% para 4,6%.
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(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
Não há divulgação de indicadores relevantes.

Por:
| Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
| Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |