Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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A Casa Branca confirmou que Donald Trump parte para a Malásia hoje (24) e, em seguida, seguirá para o Japão e a Coreia do Sul. O encontro com Xi Jinping está previsto para a próxima quinta-feira (30), após sua participação no CEO Summit da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC).
O Federal Reserve — assim como os investidores — tem navegado às cegas nas últimas semanas, em meio à paralisação do governo e a consequente suspensão da divulgação de dados oficiais. Embora ainda não haja perspectiva de solução, um dado específico do índice de preços ao consumidor (CPI) será divulgado hoje pela manhã graças a uma brecha legal. Como a legislação da Previdência Social exige a apuração do CPI para calcular os reajustes do custo de vida, funcionários públicos foram convocados de volta aos escritórios para realizar os cálculos.
Previsto originalmente para o dia 15 de outubro, o indicador será o último dado econômico antes da reunião do Federal Reserve marcada para a próxima semana. Economistas projetam alta de 0,40% nos preços ao consumidor em setembro, repetindo o ritmo do mês anterior. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses deve atingir 3,10% — 0,20 ponto percentual acima do registrado em agosto. O núcleo do índice, que exclui alimentos e energia, deve subir 0,30% no mês e 3,10% em 12 meses, mantendo os mesmos níveis do mês anterior.
As taxas dos Treasuries sobem nesta sexta. A taxa de 10 anos avança para 4,01%, enquanto a da nota de 2 anos sobe para 3,50%. A taxa do título de 30 anos também registra alta, alcançando 4,60%.
O índice do dólar (DXY) — que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis divisas, incluindo euro e iene — sobe 0,10%, aos 99,10 pontos. Os futuros de ouro recuam 2,0%, seguindo o movimento de realização. Os futuros do petróleo tipo Brent estão estáveis, com leve alta de 0,2%, cotados a US$ 66,2.
Os mercados asiáticos encerraram o pregão majoritariamente em alta. Já as bolsas europeias operam em queda nesta sexta. Nos Estados Unidos, os futuros de ações sobem nas primeiras horas do dia.
A Intel não apenas fechou novos contratos e superou as expectativas de lucro. A empresa divulgou na noite de ontem (23) um lucro ajustado de US$ 0,23 por ação, bem acima dos US$ 0,01 projetados por Wall Street. O CEO atribuiu o desempenho à crescente demanda por inteligência artificial e apresentou uma visão otimista para o futuro da companhia, que fabrica CPUs tradicionais compatíveis com chips de IA de empresas como a Nvidia.
O Ibovespa fechou em alta de 0,59% nesta quinta-feira, aos 145.721 pontos. O dólar encerrou em alta de 0,20%, a R$ 5,3860, enquanto as taxas de juros operaram em ligeira queda em toda a curva.
Zona do euro: A atividade econômica acelerou em outubro, com o índice PMI composto subindo para 52,2 pontos — o maior nível em 17 meses — e superando as expectativas do mercado. O resultado refletiu uma recuperação mais sólida na Alemanha e avanços consistentes em outras economias do bloco, compensando a fraqueza da França, onde a incerteza política continua pesando sobre a confiança empresarial.
O setor de serviços liderou o crescimento, com o PMI avançando para 52,6 pontos e o emprego registrando o ritmo mais forte desde meados de 2024. A indústria mostrou sinais de estabilização, com o PMI atingindo 50,0 pontos, mas ainda sem indicar retomada significativa. O impulso recente das exportações para os Estados Unidos se dissipou com a expectativa de novas tarifas, levando a uma perda de fôlego na produção e à continuidade da redução de postos de trabalho no setor manufatureiro.
China: O governo chinês anunciou que o 15º Plano Quinquenal (2026–2030), priorizará o aumento do consumo doméstico e do investimento público em bem-estar social, em uma tentativa de reequilibrar o modelo de crescimento. Embora o governo mantenha o foco em inovação tecnológica e fortalecimento industrial, as novas diretrizes sinalizam uma mudança gradual para uma economia mais orientada à demanda interna.
Segundo Han Wenxiu, vice-diretor da Comissão Central de Assuntos Financeiros e Econômicos, o objetivo é sustentar um ritmo de crescimento “razoável” e reduzir a dependência de investimentos baseados em dívida. A ênfase em consumo e inclusão social reflete o reconhecimento de que o dinamismo econômico do país dependerá, cada vez mais, da renda e da confiança das famílias chinesas.
Brasil: A arrecadação federal somou R$ 216,7 bilhões em setembro, alta real de 1,4% em relação ao mesmo mês de 2024. O avanço foi impulsionado, sobretudo, por receitas de IR e COFINS acima do esperado. Enquanto a indústria e o varejo mostraram retração em agosto, o setor de serviços e o mercado de trabalho contribuíram positivamente para a arrecadação, com forte expansão da massa salarial.
Entre os tributos, os resultados foram mistos. Impostos sensíveis à atividade — como IPI, PIS/PASEP, COFINS e CSLL — registraram desaceleração, refletindo o menor dinamismo econômico. Em contrapartida, o Imposto de Renda e o Imposto de Importação tiveram alta moderada. O IOF foi o principal destaque, com aumento expressivo de 33,4% após o reajuste das alíquotas, adicionando cerca de R$ 2,5 bilhões à receita. No acumulado do ano, mesmo com a perda pontual em setembro, a arrecadação total mostra crescimento real de 3,5%.


(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.

Não houve divulgação de dados relevantes.
Por:
| Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
| Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |