Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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Os mercados globais abriram em tom positivo nesta quarta-feira (23), embalados pelas perspectivas de acordos comerciais que ajudam a reduzir a percepção de risco.
Trump afirmou, em publicação no Truth Social na noite de terça-feira (22), que os Estados Unidos fecharam um “acordo gigantesco” com o Japão. Segundo ele, o pacto prevê tarifas “recíprocas” de 15% sobre exportações japonesas com destino ao mercado americano.
O presidente também mencionou reuniões com autoridades europeias para tentar avançar nas negociações de um acordo com a União Europeia.
Um encontro entre representantes dos EUA e da China está previsto para a próxima semana, em Estocolmo, com o objetivo de estender até 12 de agosto o prazo para fechar um tratado comercial. A informação foi revelada pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent.
Enquanto isso, Trump voltou a criticar o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, chamando-o de “cabeça-dura” por manter os juros em níveis elevados e afirmou que Powell deixará o cargo em oito meses.
O índice do dólar americano operava perto da mínima em duas semanas frente a seus pares. O dólar recuava 0,10%, aos 97,20 pontos.
O ouro cede nesta quarta-feira, acompanhando o aumento apetite por risco. O ouro à vista recua 0,20%, cotado a US$ 3.422,71 por onça.
Os preços do petróleo se mantinham estáveis após três sessões consecutivas de queda. O Brent caía US$ 0,12, ou 0,20%, sendo negociado a US$ 68,47 por barril.
Na Ásia, os mercados fecharam em alta, com destaque para o Nikkei, em Tóquio, que avançou 3,51%.
As bolsas europeias também operavam em território positivo: o índice pan-europeu STOXX 600 subia 0,90%, com destaque para o setor automotivo — particularmente sensível a tarifas —, que saltava 3,50%. Os futuros das bolsas americanas indicavam ganhos.
Ontem, por aqui o Ibovespa recuou 0,10%, a 134.036 pontos, aumentando sua perda mensal para 3,47%. O dólar comercial encerrou em leve alta de 0,04%, a R$ 5,566. Os juros futuros fecharam em queda ao longo de toda a curva.
Brasil: O governo anunciou a liberação de R$ 20,6 bilhões em despesas no Orçamento de 2025, reduzindo o congelamento de gastos de R$ 31,3 bilhões para R$ 10,7 bilhões. A medida foi viabilizada após a revisão da projeção de receitas, impulsionada pela retomada da validade do decreto que eleva o IOF — validado parcialmente pelo STF — e por uma expectativa maior de arrecadação com leilões de petróleo no pré-sal, que devem render R$ 14,8 bilhões neste ano. A decisão consta no segundo relatório bimestral de receitas e despesas divulgado pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento.
Apesar do alívio imediato sobre o caixa de programas sociais e emendas parlamentares, o desbloqueio foi baseado em ganhos de arrecadação, que podem frustrar. O governo também anunciou uma reconfiguração do contingenciamento: a reserva de R$ 20,7 bilhões foi revertida, mas o bloqueio de despesas aumentou para R$ 10,7 bilhões, refletindo a alta nas projeções de gastos obrigatórios, como os do BPC. A liberação parcial dos recursos não representa sinal verde para novos gastos: uma nova programação financeira será definida no fim de julho para limitar o ritmo de execução orçamentária dos ministérios.
A meta oficial segue sendo zerar o déficit primário em 2025, mas a equipe econômica já admite trabalhar com o piso da meta — um déficit de R$ 31 bilhões. Com os dados atualizados, a projeção do governo é de um déficit de R$ 26,3 bilhões, que representa 0,2% do PIB, ainda aquém do centro da meta, que é zero, mas dentro do intervalo inferior do limite de resultado primário (0,25% do PIB). É importante ressaltar que o resultado primário incluindo os precatórios — que é o que impacta a dinâmica da dívida pública — é um déficit de R$ 74,9 bilhões, que representa 0,6% do PIB.
Nossa expectativa de resultado primário sem descontos foi revista de 0,9% para 0,8% do PIB, devido à incorporação de receitas do IOF e do leilão de petróleo do pré-sal.
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
Não houve divulgação de indicadores ou eventos relevantes
Por:
Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |