Distensão comercial e dados na China impulsionam os mercados

20/10/2025 • 4 mins de leitura

📄 Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui.

Mercados

Os contratos futuros de ações americanas sobem nesta segunda-feira (20). Os investidores voltando suas atenções para a divulgação de balanços de grandes companhias e para os dados de inflação que serão divulgados nos próximos dias.

O sentimento positivo no início da semana é impulsionado por reportagem do Wall Street Journal indicando que o presidente Donald Trump isentou dezenas de produtos das tarifas recíprocas nas últimas semanas. O texto acrescenta que o governo estuda liberar centenas de outros itens, refletindo uma percepção crescente entre autoridades de que o país deve reduzir taxas sobre bens que não são produzidos internamente.

As bolsas vêm de uma semana volátil, mas encerraram em alta apesar do aumento das tensões entre Estados Unidos e China, das perdas em bancos regionais e do recuo de ações ligadas à inteligência artificial. O início sólido da temporada de resultados do terceiro trimestre ajuda a sustentar o otimismo. A expectativa de que o Federal Reserve reduza novamente os juros em 25 pontos base na reunião marcada para o fim de outubro também ajuda os mercados.

Os três principais índices de Wall Street fecharam em leve alta na sexta-feira, após Trump demonstrar otimismo sobre um possível acordo comercial com a China antes do encontro com o presidente Xi Jinping previsto para este mês na Coreia do Sul.

Nesta semana, diversas empresas de grande porte divulgarão seus resultados trimestrais. Entre elas, destacam-se Netflix, Coca-Cola, Tesla e Intel. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de setembro será divulgado na sexta-feira (24) e deve indicar que a inflação permanece elevada. O relatório será acompanhado de perto, especialmente diante da escassez de dados econômicos provocada pela paralisação parcial do governo americano.

A taxa do Treasury de 10 anos sobe 2 pontos base, a 4,02%. O dólar avança 0,10% frente a uma cesta ponderada de moedas, enquanto o ouro ganha 1,40%, cotado a US$ 4.274,00 por onça-troy.

Os mercados da Ásia-Pacífico encerraram o dia em alta, à medida que os investidores avaliaram os novos indicadores econômicos divulgados pela China. As bolsas europeias também operam em terreno positivo nesta manhã, após dias de volatilidade marcados por preocupações com o crédito bancário em Wall Street.

Na sexta-feira (17), o Ibovespa fechou em alta de 0,84%, aos 143.424 pontos. O dólar encerrou em queda de 0,69%, a R$ 5,41, enquanto as taxas de juros operaram próximas da estabilidade em toda a curva.

Economia

China: O crescimento do PIB real desacelerou menos do que o esperado no terceiro trimestre, avançando 4,8% em relação ao ano anterior acima do consenso de 4,7%. O resultado foi impulsionado por um aumento pontual na produção industrial de setembro, que cresceu 6,5%, beneficiada por mais dias úteis. Apesar disso, a demanda doméstica perdeu força com o enfraquecimento do impulso fiscal, refletido na desaceleração dos investimentos em ativos fixos e nas vendas no varejo.

Para conter a perda de fôlego da atividade e estabilizar o crescimento no quarto trimestre, Pequim anunciou um pacote fiscal adicional de 500 bilhões de yuans, dentro do limite legal de endividamento, após já ter recorrido a outro instrumento quase fiscal de valor semelhante em setembro.

As medidas devem reforçar o investimento em infraestrutura nos próximos meses, sustentando o PIB real em torno de 4,6% a 4,7% no quarto trimestre. Esse impulso torna mais provável o cumprimento da meta oficial de 5% de crescimento para 2025 e reduz a necessidade de novos estímulos de grande escala neste ano.

Ainda assim, o quadro econômico segue misto: enquanto a oferta mostra resiliência, a demanda continua enfraquecendo. O avanço da produção industrial em setembro mascarou fragilidades subjacentes, com a deflação persistindo e o PIB nominal recuando. Embora o pacote fiscal recente alivie pressões de curto prazo, a economia chinesa permanece dependente de medidas estatais para sustentar o crescimento, em meio à desaceleração estrutural do consumo e dos investimentos privados.

Destaques do Boletim Focus do Banco Central (10/10/2025):

  • IPCA/2025 caiu de 4,72 para 4,70%, enquanto o IPCA/2026 caiu de 4,28% para 4,27%;
  • PIB/2025 subiu de 2,16% para 2,17%, enquanto o PIB/2026 ficou estável em 1,80%;
  • Dólar/2025 ficou estável em R$ 5,45, enquanto o Dólar/2026 ficou estável em R$ 5,50;
  • Selic/25 ficou estável em 15,00% a.a., enquanto a Selic/2026 ficou estável em 12,25% a.a.;
  • Primário/25 ficou estável em -0,50%, enquanto Primário/26 ficou estável em -0,60%.

Para acessar o relatório completo, clique aqui.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

Indicadores de hoje

Indicadores do dia anterior

Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

Se você tem
Monte Bravo, Bravo!

Invista com quem ajuda você a alcançar o próximo topo.

Abra sua conta