Mesmo com tensões comerciais, resultados de bancos impulsionam Wall Street

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Mercado

Os contratos futuros de ações dos Estados Unidos sobem nesta quinta-feira (16). Os mercados sobem impulsionados pelos fortes resultados dos grandes bancos, que ajudam a desviar a atenção dos investidores dos riscos domésticos e externos em meio ao prolongamento da paralisação do governo norte-americano e à persistência das tensões comerciais com a China.

Os futuros do Dow Jones avançam 155 pontos, ou 0,30%. Os do S&P 500 sobem 0,30%, enquanto os do Nasdaq 100 ganham 0,50%. Ontem (15), o pregão foi marcado por volatilidade, mas tanto o S&P 500 quanto o Nasdaq encerraram em alta — sustentados pelos balanços positivos das principais instituições financeiras do país.

A volatilidade aumentou ao longo da semana, à medida que as tensões comerciais entre EUA e China voltaram a escalar. O índice de volatilidade Cboe (VIX) — conhecido como o “termômetro do medo” de Wall Street — encerrou o dia em 20,60 pontos.

As ações têm oscilado desde que o presidente Donald Trump ameaçou impor um embargo ao comércio de óleo de cozinha com a China, em resposta à redução das compras de soja americana. Trump também reiterou a possibilidade de aplicar tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses caso Pequim mantenha as novas restrições à exportação de minerais raros.

Os investidores também seguem atentos à paralisação parcial do governo americano, que entra em sua terceira semana. A interrupção das atividades federais suspendeu indefinidamente a divulgação de dados econômicos relevantes, reduzindo a visibilidade sobre o mercado de trabalho e o impacto das tarifas sobre o consumo.

A taxa da Treasury de dez anos recua 1 ponto base, a 4,03%. O dólar cede 0,20% frente a uma cesta ponderada de moedas, enquanto o ouro avança 1,10%, atingindo novo recorde a US$ 4.255,00 por onça-troy.

Os mercados da Ásia-Pacífico encerraram o dia em alta. O índice Kospi, da Coreia do Sul, atingiu uma máxima histórica, enquanto o S&P/ASX 200 da Austrália também renovou recorde. Na Europa, as bolsas operam em alta nesta quinta, mantendo o padrão de volatilidade observado ao longo da semana.

O Ibovespa fechou em alta ontem, aos 142.678 pontos. O dólar encerrou em leve queda de 0,13%, a R$ 5,46 e as taxas de juros tiveram comportamento misto: as taxas curtas subiram após dados mais fortes do varejo, enquanto as longas recuaram diante da melhora do ambiente global.

Economia

EUA: O índice Empire State industrial subiu 19,4 pontos e atingindo 10,7 pontos em outubro. O resultado ficou bem acima das expectativas do mercado, que previam um desempenho negativo. A composição do relatório foi sólida: os subíndices de novos pedidos, embarques e emprego avançaram e voltaram para território expansionista.

Os componentes de preços recebidos e de preços esperados também subiram e atingiram o nível mais alto desde abril — indicando pressões inflacionárias persistentes.

Além disso, o índice de condições de negócios para os próximos seis meses avançou 15,5 pontos, para 30,3 pontos. Este é o maior patamar desde janeiro — um sinal de otimismo renovado entre as empresas do setor manufatureiro.

Brasil – O comércio varejista brasileiro mostrou leve melhora em agosto. Na comparação mensal, com ajuste sazonal, o varejo restrito cresceu 0,2%, revertendo a sequência de quatro pequenas quedas e mantendo o setor em um patamar próximo da máxima histórica registrada em março.

Entre os segmentos, o varejo alimentício liderou o desempenho positivo, com alta de 0,4% no mês, e interrompeu uma série de quatro quedas consecutivas. Vestuário e calçados, produtos farmacêuticos e cosméticos e equipamentos de escritório e informática também tiveram bom desempenho, impulsionados parcialmente pelas vendas associadas ao Dia dos Pais. Em contrapartida, combustíveis e artigos de uso pessoal e doméstico registraram retração, refletindo menor dinamismo em setores ligados ao consumo discricionário.

No conceito ampliado, as vendas de veículos, motos, partes e peças subiram 2,3% em agosto, em linha com o impulso temporário gerado pelo programa “Carro Sustentável”, que concedeu isenção de IPI para modelos mais eficientes. A recuperação, porém, tende a ser passageira: os emplacamentos já mostraram queda em setembro, enquanto o crédito restrito segue afetando as vendas de caminhões. Apesar da desaceleração observada desde o segundo trimestre, o varejo restrito permanece próximo dos níveis pré-pandemia, enquanto o ampliado segue cerca de 13% abaixo dessa tendência.

Considerando os dados das vendas do varejo e do setor de serviços, o tracking do PIB segue apontando alta de 0,1% na margem no 3° trimestre, com o crescimento de 2025 ficando em 1,9%.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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Por:

Alexandre Mathias	Luciano Costa	Bruno Benassi
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora	Economista-chefe da Monte Bravo Corretora	Analista de Ativos CNPI: 9236