Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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O otimismo nos mercados segue diante da perspectiva dos EUA firmarem acordos comerciais sobre tarifas com outros países. Na semana passada, o Reino Unido assinou um acordo, enquanto EUA e China suspenderam a maioria das tarifas por 90 dias para avançarem nas negociações.
As gigantes de tecnologia registram desempenho expressivo na semana: Nvidia e Tesla acumulam altas superiores a 16% e a Meta avança 11,30% no período. Amazon e Alphabet subiram mais de 8% cada. O Nasdaq Composite acumula valorização de 6,80% na semana, seguido pelo S&P 500, com alta de 4,11%.
Embora os mercados já tenham colocados nos preços o estresse macroeconômico relacionado às tarifas, permanecemos atentos a uma possível segunda onda de volatilidade — desta vez impulsionada pela incerteza fiscal e pela deterioração dos dados econômicos dos EUA.
As taxas dos títulos do Tesouro americano estão em queda nesta quinta-feira (15). A taxa dos papéis de 10 anos recua para 4,51%, enquanto a dos títulos de 2 anos está em 4,03%.
Os preços do ouro caíram mais de 2% ontem (14), atingindo o menor nível em quase cinco semanas, à medida que o otimismo elevou o apetite por risco, afastando investidores do metal. Agora de manhã, o ouro cai 0,30%.
Os preços do petróleo caem acentuadamente nesta quinta-feira diante da expectativa de que EUA e Irã estejam próximos de um acordo sobre o programa nuclear de Teerã. O contrato futuro do Brent recua 3,60%, negociado a US$ 63,67 por barril, enquanto o WTI cai 4% no dia.
A perspectiva de um acordo nuclear entre EUA e Irã pode ter implicações profundas para os mercados de petróleo. Caso um acordo seja firmado e aplicado — o que muitos consideram improvável —, o Irã se comprometeria a interromper o enriquecimento de urânio em grau militar e suas exportações de petróleo bruto poderiam aumentar em até 1 milhão de barris por dia.
Os mercados asiáticos fecharam majoritariamente em queda nesta. As bolsas europeias operam em baixa, em linha com os futuros de ações dos EUA.
Ontem, o Ibovespa fechou em baixa de 0,39%, aos 138.423 pontos. O dólar à vista fechou em alta de 0,46%, cotado a R$5,6331.
Brasil: Serviços crescem em março, mas trimestre fecha no vermelho.
O setor de serviços avançou 1,9% em março ante o mesmo período do ano passado, em linha com as medianas de mercado. Na margem, o crescimento foi de 0,3%, a segunda alta seguida. Ainda assim, o setor encerrou o primeiro trimestre com retração de 0,2% frente ao quarto trimestre de 2024, sinalizando perda de tração.
Entre os destaques, os Serviços Prestados às Famílias subiram 3,5% na comparação anual, impulsionados pelo carnaval, eventos no Rio e pelo mercado de trabalho resiliente. Já os Serviços de Informação e Comunicação recuaram 0,2% no mês, após sequência de fortes avanços. O Transporte Terrestre caiu 2,3% na comparação anual, mas subiu 0,8% na margem.
EUA — Diretores do Fed: Philip Jefferson comentou que as tarifas e a incerteza relacionada podem desacelerar o crescimento e aumentar a inflação este ano. No entanto, a política monetária está bem-posicionada para responder conforme necessário. Ainda não está claro se as tarifas terão um efeito de curto ou longo prazo no crescimento dos preços, mas devem gerar um aumento temporário na inflação.
Já Austan Goolsbee, do Fed de Chicago, afirmou que os BCs não devem responder à volatilidade diária nos mercados de ações e declarações de políticas econômicas. Goolsbee observou que os dados econômicos permanecem estáveis por enquanto, mas há um risco de que consumidores e empresas reduzam seus gastos e planos de investimento devido à incerteza.
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
Por:
Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |