Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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As tarifas seguem no centro do palco. No fim de semana, o presidente dos EUA Donald Trump anunciou novas taxas de 30% sobre produtos vindos da União Europeia e do México. A medida entra em vigor em 1º de agosto.
Trump afirmou que, caso a UE ou o México reajam com tarifas mais altas, “o percentual que escolherem será somado aos 30% que cobramos”. Líderes europeus e mexicanos sinalizaram interesse em seguir negociando com Washington neste mês, na tentativa de reduzir a alíquota proposta.
Outro ponto de atenção para os investidores é o embate entre o governo Trump e o Federal Reserve. No domingo, o diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett, declarou à ABC News que o presidente poderia demitir Jerome Powell, presidente do Fed, “caso haja justificativa”.
Enquanto isso, autoridades da Casa Branca analisam os custos das reformas no edifício principal do banco central em Washington, D.C. — obra criticada por Trump. O Fed, por sua vez, rebate algumas das acusações.
Na agenda de dados, os mercados esperam pelos índices de preços ao consumidor e ao produtor dos EUA nesta semana, que podem oferecer pistas sobre os próximos passos da política monetária.
A expectativa atual é de corte de 50 pontos base nos juros do Fed até o fim do ano. As taxas dos Treasuries se mantêm quase estáveis nesta segunda-feira (14). O juro do título de 10 anos permanece em 4,42%, enquanto o de 30 anos está em 4,97%. Já o de 2 anos recuou 2 p.b., para 3,89%.
O índice do dólar (DXY), que mede a moeda frente a seis pares importantes, segue estável em 97,50 pontos. O ouro brilhou: a demanda por ativos de proteção impulsionou o metal ao maior valor em três semanas. O preço à vista subiu 0,40%, cotado a US$ 3.367,89 por onça — pico desde 23 de junho.
A alta do Bitcoin continua com a criptomoeda líder rompendo pela primeira vez a marca de US$ 120.000. A cotação mais recente é de US$ 122.150,30, alta de 2,50% no dia e valorização de 30,40% no acumulado do ano.
Os preços do petróleo também avançaram, atingindo o maior nível em três semanas. Os investidores estão atentos a novas sanções dos EUA contra a Rússia, que podem afetar a oferta global. O Brent subiu US$ 0,58, ou 0,80%, cotado a US$ 70,94 por barril.
Na Ásia-Pacífico, o dia fechou misto. O índice Hang Seng de Hong Kong avançou 0,26%, enquanto o CSI 300 da China continental ficou estável. O Nikkei 225 do Japão recuou 0,28%.
Na Europa, as bolsas abriram em queda, reagindo à nova ameaça tarifária dos EUA. O índice STOXX 600 recua 0,50%, em linha com os futuros de ações norte-americanas.
Por aqui, na sexta-feira (11) o Ibovespa fechou em queda de 0,41%, aos 136.187 pontos. O índice acumulou perdas de 3,59% na semana. O dólar comercial encerrou em leve alta de 0,10%, a R$ 5,547, com os investidores ainda digerindo a tarifa de 50% contra o Brasil. Os juros futuros fecharam em alta.
Brasil: O setor de serviços cresceu 3,6% em maio frente ao mesmo mês de 2024, superando a mediana das projeções de mercado. No acumulado de janeiro a maio, houve avanço de 2,5% ante o mesmo período do ano anterior. Na margem, o setor cresceu 0,1% entre abril e maio, marcando o quarto resultado positivo seguido, com alta acumulada de 1,6% no ano. O patamar de maio foi o segundo maior da série com ajuste sazonal. O crescimento foi impulsionado por serviços técnico-profissionais, de TI e financeiros auxiliares, todos com forte desempenho e participação relevante na composição do índice.
Por outro lado, houve retração nos serviços prestados às famílias, afetados principalmente pelo segmento de alojamento, apesar de medidas de estímulo ao consumo e eventos de grande porte. O grupo de transportes também recuou, pressionado pela queda na logística de cargas, possivelmente ligada ao fim da colheita da soja. Em sentido oposto, o transporte aéreo se destacou positivamente, com forte alta na receita real, beneficiada pela queda nas tarifas e pela retomada da demanda. Enquanto o transporte de passageiros manteve tendência de crescimento, o de mercadorias segue estagnado mesmo diante da safra recorde de grãos. Considerando os dados de serviços e varejo divulgados para maio, o tracking do PIB aponta crescimento de 0,2% na margem no 2° trimestre.
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(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
Por:
Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |