Desaceleração da inflação nos EUA alimenta expectativa por corte nos juros

12/06/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

O sentimento global não melhorou com as últimas atualizações sobre tarifas dos EUA. As altas alíquotas impostas a produtos chineses devendo permanecer em vigor e as negociações com parceiros comerciais estratégicos norte-americanos caminham devem se estender para além do prazo inicial de 9 de julho.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, sugeriu na quarta-feira (11) que o governo Trump poderá estender a pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas para os países que demonstrarem “boa fé” nas conversas comerciais.

No campo dos dados, o núcleo do CPI subiu apenas 0,10% em maio, após uma alta de 0,20% em abril. (Veja análise abaixo). Os dados de inflação mais fracos que o esperado nos EUA alimentaram expectativas de cortes na taxa básica de juros pelo Federal Reserve.

As taxas de juros dos Treasuries americanos operam de lado nesta quinta-feira (12). A taxa de juros do título de 10 anos recua para 4,38%, enquanto o papel de 2 anos está em 3,93%.

O índice do dólar norte-americano cai 0,80%, para 97,80, aproximando-se da mínima de dois meses.

Os preços do ouro sobem nesta quinta, impulsionados pela intensificação das tensões no Oriente Médio e pela fraqueza do dólar. O ouro à vista avança 0,70%, a US$ 3.375,06 por onça. Os preços do petróleo registram leve alta, com os contratos futuros do Brent subindo US$ 0,15, ou 0,20%, para US$ 69,92 o barril.

Os mercados da Ásia fecharam de forma mista. As bolsas europeias abriram em queda, assim como os futuros em Wall Street.

Ontem (11), por aqui o Ibovespa fechou em alta de 0,51%, aos 137.128 pontos. O dólar comercial (PTAX) fechou em queda de 0,56%, cotado a R$ 5,5390 e, na B3, os juros futuros tiveram movimentos distintos, com os curtos subindo levemente e os longos em queda marginal.

Economia

EUA: O núcleo do CPI subiu 0,13% em maio, abaixo das expectativas, com a taxa anual avançando levemente para 2,80%. Pressões baixistas vieram principalmente de transportes públicos, vestuário e carros usados, que juntos reduziram o núcleo em 7 pontos base. As quedas nas passagens aéreas e hospedagens podem refletir uma demanda mais fraca por viagens a trabalho e turismo internacional, além de efeitos sazonais.

Por outro lado, alguns itens pressionaram o núcleo para cima. Os preços de seguros de automóveis aumentaram 0,7%, eletrodomésticos subiram 4,3%, móveis residenciais avançaram 1,0% e computadores pessoais tiveram alta de 1,1%. Além disso, estima-se que o impacto das tarifas comerciais tenha elevado os preços de bens mais expostos em cerca de 1,2% em relação à tendência, contribuindo com 0,04 ponto percentual para a inflação do núcleo nos últimos três meses. Com base nesses dados, estima-se que o núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE) tenha subido 0,2% em maio, resultando em uma taxa anual de 2,6%.

Brasil: O governo anunciou uma redução na proposta de aumento do IOF, acompanhada de uma medida provisória com ações alternativas para compensar a perda de arrecadação. A estimativa de receita com as mudanças caiu de R$ 19,1 bilhões para entre R$ 6 e R$ 7 bilhões em 2025.

No caso do IOF, a alíquota sobre crédito a empresas retornará a 0,38%, igual à das pessoas físicas, e operações de risco sacado terão cobrança diária de 0,0082%. Na previdência privada, a nova tributação atingirá apenas contribuições anuais acima de R$ 600 mil. Operações cambiais relacionadas a retorno de investimento direto continuarão isentas.

A MP também prevê fim da isenção de IR sobre títulos como LCA e LCI, que passarão a ser tributados em 5% a partir de 2026, e estabelece alíquota fixa de 17,5% para outras aplicações financeiras, incluindo criptoativos.

No campo das despesas, a medida inclui a incorporação do programa Pé-de-Meia ao piso constitucional da educação, a limitação do auxílio-doença (via Atestmed) a 30 dias e a vinculação do seguro-defeso à disponibilidade orçamentária. Do lado das receitas, há aumento da tributação sobre juros sobre capital próprio (de 15% para 20%), da CSLL para fintechs (de 9% para 15%) e das apostas online, com a alíquota subindo de 12% para 18%.

Segundo o governo, o conjunto de medidas apresentada na MP deverá gerar R$ 10 bilhões de receitas esse ano e R$ 20 bilhões em 2026.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

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