Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
???? Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique…
📄 Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui.
Os mercados financeiros se encaminham para o fim de semana com foco nas negociações comerciais entre Washington e Pequim. O encontro acontece sábado (10), na Suíça.
O presidente Donald Trump anunciou ontem (08) um acordo comercial preliminar com o Reino Unido — o primeiro entre os EUA e um parceiro comercial desde o anúncio das tarifas “recíprocas” feito por Trump no mês passado. Os detalhes ainda não foram finalizados, mas o presidente afirmou que uma tarifa-base de 10% permanecerá em vigor para o Reino Unido.
O otimismo do mercado decorre da perspectiva do encontro entre o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, com seus homólogos chineses na Suíça.
Os juros dos Treasuries dos EUA pouco se moveram nesta sexta-feira (09). A taxa de juros do título de 10 anos subiu para 4,37%, enquanto o título de 2 anos recuou mais de 3 pontos base, para 3,86%.
O dólar caminha para um ganho semanal frente à maioria das principais moedas nesta sexta. A moeda norte-americana é impulsionado pelo acordo comercial EUA-Reino Unido, que elevou o otimismo em relação às negociações EUA-China. Além disso, as apostas em cortes iminentes de juros pelo Fed perderam força após o banco central sinalizar que não tem pressa.
Os preços do ouro subiram hoje. O ouro à vista avançou 0,70%, a US$ 3.326,99 por onça. Enquanto isso, o Bitcoin voltou a ultrapassar os US$ 100.000, refletindo uma renovação do apetite por risco.
Os preços do petróleo também subiram nesta sexta-feira, caminhando para um ganho semanal com os sinais de alívio nas tensões comerciais. O Brent avançou US$ 0,83, ou 1,30%, a US$ 63,27 por barril.
Os mercados da Ásia-Pacífico fecharam mistos hoje. Investidores analisam os dados de exportações e importações da China em abril e voltam suas atenções para as negociações comerciais entre Pequim e Washington.
As ações europeias tiveram um início positivo nesta sexta-feira, enquanto os futuros das bolsas americanas operavam com pouca variação.
Ontem, o Ibovespa subiu 2,12% e fechou o pregão aos 136.231,90 pontos. A bolsa brasileira chegou a avançar mais de 3% e atingiu o patamar dos 137.634,57 pontos — um novo recorde intradiário. Enquanto isso, o dólar à vista caiu 1,44%, cotado a R$ 5,6638.
China: As exportações da China cresceram 8,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas perderam força frente ao avanço de 12,4% registrado em março. Ainda assim, o resultado superou todas as estimativas — o consenso de mercado apontava para uma alta de 2,0%. No primeiro trimestre de 2025, as exportações acumulam crescimento de 5,8%, após uma expansão de 5,9% em 2024.
O crescimento das exportações da China manteve-se sólido em abril, apesar da implementação de tarifas recíprocas pelos EUA, superando com folga as expectativas do mercado. As importações também surpreenderam positivamente. Parte da força nas exportações se deve à base fraca de comparação do ano passado, mas — mais significativamente — parece refletir o redirecionamento do comércio por meio de outras economias.
Por região, o valor das exportações caiu de forma expressiva entre os principais parceiros comerciais, especialmente nas vendas para os Estados Unidos. Em contrapartida, as exportações para a ASEAN — sudeste asiático — dispararam em abril.
Na análise por produto, houve queda nas exportações de itens ligados ao setor habitacional, como eletrodomésticos, enquanto os embarques de chips registraram forte alta. Do lado das importações, o valor cresceu na comparação mensal em diversas categorias. No geral, o superávit comercial da China foi de US$ 96,2 bilhões em abril, ligeiramente abaixo do registrado em março.
Brasil: O IGP-DI avançou 0,30% em abril após queda de 0,50% em março, abaixo das projeções do mercado. No acumulado em 12 meses, a taxa desacelerou para 8,11%. O IPA-DI teve alta mensal de 0,20%, influenciado por menor queda nos preços industriais e por reversões positivas em itens como carne bovina, óleos vegetais, medicamentos e produtos químicos. O IPA agropecuário desacelerou para 0,98%, com destaque para a forte queda no milho, ovos e tomate. O índice de difusão industrial cresceu, e o núcleo do IPA-M manteve trajetória de alta.
O IPC-DI subiu 0,52% em abril, com aceleração no grupo saúde, impulsionado por medicamentos e planos de saúde. Houve desaceleração em alimentação, influenciada por ovos, carnes e arroz, apesar da alta da batata e do tomate. Transportes desaceleraram, com queda na gasolina e ônibus urbano, e Comunicação foi pressionada pela redução na telefonia móvel. O INCC-DI acelerou para 0,52%, com alta em materiais de construção.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
Por:
Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |