Mercado abre semana com expectativa por dados de inflação nos EUA

08/09/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

Nesta semana, os mercados acompanham dois relatórios cruciais de inflação nos EUA, em busca de sinais mais claros sobre a saúde da economia americana após os dados de emprego na sexta-feira (05), que vieram abaixo do esperado.

O índice de preços ao produtor de agosto será publicado na manhã de quarta-feira (10), seguido pelo índice de preços ao consumidor na quinta-feira (11). Esses dados sucedem o fraco relatório de empregos de agosto (ver adiante), que alimentou a expectativa pelo corte de juros neste mês. Os mercados embutem um corte de 25 pontos base neste mês, com uma probabilidade de 8% para um corte mais agressivo, de 50 p.b.

As taxas dos Treasuries apresentam pouca variação nesta segunda-feira (08). A taxa de 10 anos está em 4,08%, enquanto a de 2 anos permanece em 3,52%. O título de 30 anos segue estável em torno de 4,77%.

O dólar caiu frente às principais moedas na sexta, após os dados de emprego. Nesta manhã, o índice dólar (DXY) — que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de divisas de parceiros comerciais relevantes — está estável em 97,70 pontos.

O ouro mantém-se firme próximo à máxima histórica nesta segunda, aproximando-se do nível-chave de US$ 3.600. O desempenho do metal é sustentado pela crescente expectativa de corte de juros pelo Fed após o relatório de empregos mais fraco da semana passada. O ouro à vista está estável em US$ 3.586,81 por onça.

Os preços do petróleo sobem hoje, recuperando parte das perdas da semana anterior após decisão da Opep+ no fim de semana de efetuar um aumento de produção menor que o esperado a partir de outubro. O Brent avança US$ 0,34, ou 0,50%, para US$ 65,84 por barril.

Os mercados asiáticos encerraram o pregão majoritariamente em alta nesta segunda, enquanto investidores digeriam o anúncio de renúncia do primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba no fim de semana e dados de exportação da China. O índice Nikkei 225, referência em Tóquio, subiu 1,45%. O índice Hang Seng, de Hong Kong, avançou 0,80%, enquanto o CSI 300, da China continental, teve alta de 0,16%.

As bolsas europeias iniciam a semana em território positivo, com os investidores atentos à votação de confiança na França, prevista para ocorrer ainda hoje. Nos Estados Unidos, os futuros de ações operam próximos da estabilidade.

Na sexta-feira, o Ibovespa encerrou o dia em alta de 1,17%, aos 142.640 pontos, renovando a máxima histórica de fechamento. O dólar encerrou em baixa, valendo R$ 5,41 — queda de 0,63% — enquanto os juros futuros fecharam em queda ao longo de toda a curva.

Economia

EUA: A economia registrou a abertura de apenas 22 mil empregos em agosto, abaixo do esperado. Houve revisões mistas nos meses anteriores: julho foi revisado para cima, com 79 mil vagas, enquanto junho passou a mostrar perda líquida de 13 mil postos. Na média dos últimos três meses, o crescimento do emprego ficou em 29 mil. O setor público encolheu 16 mil vagas, principalmente no governo federal, ao passo que a geração de empregos no setor privado foi puxada por saúde, lazer e hospitalidade, enquanto setores como bens duráveis, serviços profissionais e comércio atacadista registraram quedas.

A taxa de desemprego subiu para 4,3%, refletindo aumento simultâneo do emprego e da força de trabalho. A taxa de participação avançou para 62,3%. O emprego domiciliar ajustado cresceu 781 mil, influenciado por mais trabalhadores autônomos, queda em afastados sem remuneração e aumento de pessoas com múltiplos empregos.

Os salários médios por hora avançaram 0,27% em agosto, em linha com as projeções, acumulando alta de 3,7% em 12 meses. Entre trabalhadores de produção e não supervisores, a variação mensal foi maior, de 0,38% (+3,9% em um ano). Por setor, as maiores altas salariais ocorreram em utilidades públicas, construção e transporte, enquanto varejo, educação e saúde, além de informação, registraram ganhos mais modestos. Após a divulgação dos dados de emprego, o mercado passou a precificar como certo o início dos cortes de juros em setembro, e passou a esperar uma sequência de três cortes de 25 pontos base até dezembro ficando em linha com o nosso cenário base.

Destaques do Boletim Focus do Banco Central (05/09/2025):

  • IPCA/2025 ficou estável em 4,85%, enquanto o IPCA/2026 caiu de 4,31% para 4,30%;
  • PIB/2025 caiu de 2,19% para 2,16%, enquanto o PIB/2026 caiu 1,87% para 1,85%;
  • Dólar/2025 caiu de R$ 5,56 para R$ 5,55, enquanto o Dólar/2026 caiu de R$ 5,62 para R$ 5,60;
  • Selic/25 ficou estável em 15,00% a.a., enquanto a Selic/2026 ficou estável em 12,50% a.a.;
  • Primário/25 ficou estável em -0,52%, enquanto Primário/26 ficou estável em -0,60%.

Para acessar o relatório completo, clique aqui.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

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