Guerra comercial de Trump mantém mercados instáveis

08/07/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

Os mercados globais têm oscilado com a incerteza gerada por Trump e sua guerra comercial. Ontem (07), o presidente dos EUA iniciou comunicações com parceiros comerciais — entre eles Coreia do Sul e Japão, além de exportadores menores como Sérvia, Tailândia e Tunísia — informando que tarifas significativamente mais altas entrarão em vigor em 1º de agosto, sinalizando uma nova fase da guerra comercial iniciada no começo do ano.

As taxas dos Treasuries de 10 anos se mantiveram próximas às máximas de duas semanas, enquanto o índice do dólar dos EUA estabilizou após atingir pico de uma semana na sessão anterior.

A taxa dos Treasuries de 10 anos subiu para 4,41%. Os juros do título de 30 anos avançaram cerca de 7 pontos base, chegando a 4,95%. A taxa das Treasuries de 2 anos cresceu 2 p.b., alcançando 3,90%.

O índice do dólar (DXY), que mede a moeda americana em relação a seis pares principais, manteve-se estável em 97,50, após atingir um pico semanal. Ainda assim, permanece próximo da mínima de três anos e meio e acumula queda de 10% no ano.

Os mercados asiáticos fecharam o pregão de forma mista. O índice japonês Nikkei 225 avançou 0,26%, encerrando aos 39.688,81 pontos. Na China continental, o CSI 300 subiu 0,84%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, teve alta de 1,09%.

O ouro se manteve estável nesta terça-feira (08), com o metal à vista cotado em US$ 3.334 por onça.

Os preços do petróleo recuaram nesta terça-feira, após alta de quase 2% na sessão anterior, diante da avaliação de novas tarifas pelos EUA e do aumento acima do esperado na produção da OPEP+ para agosto. Os contratos futuros do Brent recuaram US$ 0,21, para US$ 69,37 o barril.

Os mercados europeus iniciaram o dia estáveis, alinhados com os futuros das bolsas norte-americanas.

No Brasil, ontem, sob influência das tensões comerciais, o Ibovespa fechou em queda de 1,26%, a 139.490 pontos. O dólar comercial subiu 0,99%, cotado a R$ 5,477, e os juros futuros avançaram em toda a curva nesta segunda.

Economia

EUA: Trump adia prazo para tarifas e aumenta pressão sobre parceiros comerciais. O presidente americano assinou uma ordem executiva adiando de 9 de julho para 1º de agosto o prazo para aplicação de novas tarifas comerciais. Ao mesmo tempo, ameaçou impor tarifas entre 25% e 40% a 14 países — incluindo Japão, Coreia do Sul, Tailândia e África do Sul — caso não haja avanços em negociações bilaterais. As tarifas são semelhantes às divulgadas em abril e, se implementadas, poderiam elevar em 1,4 ponto percentual a tarifa efetiva média dos EUA. No entanto, parece improvável que todas as medidas entrem em vigor.

A lista exclui parceiros relevantes como União Europeia, Índia e Taiwan, o que pode sinalizar maior probabilidade de acordos nesses casos. A expectativa é de que o governo americano anuncie em breve tarifas específicas por setor, como nos segmentos farmacêutico e de eletrônicos. Apesar da retórica agressiva, o governo parece buscar margem para negociação, com risco moderado de tarifas mais elevadas em alguns casos pontuais.

Brasil: O IGP-DI recuou 1,80% em junho, após queda de 0,85% em maio. Com isso, o índice acumula baixa de 1,76% no ano, mas ainda registra alta de 3,83% em 12 meses.

A principal contribuição para a deflação no mês veio das matérias-primas brutas, que puxaram para baixo o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o componente de maior peso no IGP-DI. O preço do café, por exemplo, tem caído significativamente no atacado, tendência que já começa a se refletir no varejo, com uma desaceleração mais intensa nos preços ao consumidor. Da mesma forma, a forte queda no preço do minério de ferro tem levado a menores repasses nos preços dos materiais metálicos utilizados em estruturas, impactando o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).

Brasil: A produção de veículos no Brasil avançou 2,6% em junho, com ajuste sazonal, segundo a Anfavea, revertendo parte da queda de 9,6% registrada em maio. Sinalizando acomodação do mercado, as vendas de junho, de 212,9 mil veículos, recuaram 0,6% ante junho de 2024, e caíram 5,7% em relação a maio. Os custos do financiamento de veículos atingiram níveis historicamente altos, com taxas para pessoas físicas chegando a 27,6% ao ano, o que tem inibido a demanda no mercado doméstico. Os estoques aumentaram e chegaram a 39 dias de vendas, acima da média histórica de 35 dias.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

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