Noticiário político agita os mercados no início da semana

06/10/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

Os mercados globais têm ignorado os temores em torno da paralisação do governo dos EUA, mesmo após mais uma rodada de negociações fracassadas entre parlamentares. Segundo a Casa Branca, o presidente Trump poderá iniciar demissões em massa caso considere que as tratativas com os Democratas no Congresso estejam “absolutamente estagnadas”.

As últimas 20 interrupções do governo americano tiveram duração média de oito dias. A atual paralisação já provocou o adiamento da divulgação de dados econômicos relevantes — entre eles, o relatório de empregos de setembro, originalmente previsto para a última sexta-feira (03).

Os investidores aguardam a divulgação da ata da reunião do Federal Reserve de 16 e 17 de setembro, marcada para quarta-feira (08). Na ocasião, o Fed promoveu um corte de 25 pontos base na taxa de juros. Agora, as apostas do mercado apontam para novos cortes de mesma magnitude em outubro e dezembro, com probabilidades de 95% e 83%, respectivamente.

As taxas dos Treasuries sobem nesta segunda-feira (03). Os juros do Treasury de 10 anos avançam mais de dois p.b., para 4,14% ao ano, enquanto a taxa de 30 anos mais de quatro p.b., para 4,76%. Os juros do título de dois anos têm leve alta, a 3,58%.

A política domina os mercados cambiais nesta segunda-feira. O iene japonês registra a maior desvalorização frente ao dólar em cinco meses, diante da perspectiva de que Sanae Takaichi se torne a próxima primeira-ministra do Japão. Ao mesmo tempo, o euro recua após o anúncio da renúncia do novo primeiro-ministro da França, Sebastien Lecornu. Com isso, o índice DXY — que mede o dólar americano frente a seis pares, incluindo euro e iene — avança 0,70%, para 98,70 pontos.

O ouro dispara e supera pela primeira vez ao patamar de US$ 3.900 por onça nesta segunda, impulsionado pela busca por ativos de proteção diante da queda do iene e da paralisação do governo dos EUA. O ouro à vista sobe 0,90%, cotado a US$ 3.922,28 por onça.

Os preços do petróleo avançam cerca de 1% nas negociações iniciais hoje, após a Opep+ anunciar um aumento de produção mensal mais modesto do que o esperado e aliviar parte das preocupações com a oferta. O contrato futuro do Brent sobe US$ 0,63, ou 1,00%, para US$ 65,16 por barril.

Nos mercados asiáticos, o índice Nikkei 225, do Japão, saltou mais de 4% e renovou máxima histórica após o Partido Liberal Democrata eleger Sanae Takaichi como nova líder, abrindo caminho para que ela se torne a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra do país. Ela é vista como uma liderança pró-crescimento e já sinalizou ceticismo quanto à persistência da inflação, o que pode adiar expectativas de alta de juros pelo Banco do Japão.

A nova administração, ciente da fragilidade da economia, deve promover uma guinada na política econômica, com foco na expansão dos investimentos e da demanda por meio de parcerias público-privadas. O iene caiu mais de 1,81%, rompendo o patamar de 150 ienes por dólar.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 0,22%, enquanto o Hang Seng Tech recuou 0,66%. Os mercados da China e da Coreia do Sul permaneceram fechados devido a feriados. Na Europa, as bolsas operam em queda nesta segunda, reagindo à renúncia inesperada do primeiro-ministro francês, Sebastien Lecornu. Os futuros das ações em Wall Street operam em leve alta.

Na sexta-feira, o Ibovespa encerrou em alta de 0,17%, aos 144.201 pontos. O dólar à vista caiu 0,05%, cotado a R$ 5,33, e os juros futuros fecharam em leve alta.

Economia

Brasil: A produção industrial brasileira, ajustada sazonalmente, cresceu 0,8% em agosto, revertendo a queda de 0,1% registrada no mês anterior. A média móvel de três meses foi de +0,3%, encerrando uma sequência de duas variações negativas consecutivas. A recuperação observada em agosto foi disseminada, mas ocorreu sobre uma base enfraquecida após quatro leituras modestas.

EUA: Os serviços permaneceram estáveis em setembro, com sinais de enfraquecimento da demanda. O PMI de Serviços, medido pelo ISM, recuou de 52,0 em agosto para 50,0 pontos em setembro, indicando estabilidade na atividade, sem crescimento. Economistas projetavam recuo para 51,70. O setor de serviços representa mais de dois terços da atividade econômica americana. Diante desse cenário, a autoridade monetária americana deve voltar suas atenções para os riscos de desaceleração econômica mais do que para pressões inflacionárias.

Destaques do Boletim Focus do Banco Central (03/10/2025):

  • IPCA/2025 caiu de 4,81% para 4,80%, enquanto o IPCA/2026 ficou estável em 4,28%;
  • PIB/2025 ficou estável em 2,16%, enquanto o PIB/2026 ficou estável em 1,80%;
  • Dólar/2025 ficou caiu de R$ 5,48 para R$ 5,45, enquanto o Dólar/2026 caiu de R$ 5,58 para R$ 5,53;
  • Selic/25 ficou estável em 15,00% a.a., enquanto a Selic/2026 ficou estável em 12,25% a.a.;
  • Primário/25 melhorou de -0,51% para -0,50%, enquanto Primário/26 ficou estável em -0,60%.

Para acessar o relatório completo, clique aqui.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

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