Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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Os mercados globais subiram ontem (03). O S&P 500 e o Nasdaq Composite atingiram novas máximas após um relatório de empregos melhor do que o esperado alimentar o otimismo com a economia dos EUA, mesmo com as incertezas na política comercial e no cenário geopolítico.
Nesta sexta-feira (04), o feriado do “Dia da Independência” nos EUA deixa o mercado com pouca liquidez.
A legislação de corte de impostos do ex-presidente Donald Trump superou seu último obstáculo no Congresso dos EUA na quinta-feira. O Escritório de Orçamento do Congresso, órgão apartidário, estima que isso adicionará US$ 3,40 trilhões à dívida nacional de US$ 36,20 trilhões ao longo de uma década.
O relatório de emprego de junho nos EUA (veja detalhes adiante) foi suficientemente forte para afastar a ideia de um corte nas taxas de juros americanas em julho.
Os juros das Treasuries de 10 anos avançaram na ontem após a divulgação do payroll de junho. A taxa de referência de 10 anos subiu para 4,34%. Os juros do título de 30 anos estão em 4,86%, enquanto os títulos de 2 anos avançaram mais de 9 pontos base, para 3,89%.
O índice do dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de moedas, recuou 0,3%, para 96,90 pontos.
O ouro subiu levemente nesta sexta. O ouro à vista avançou 0,1%, para US$ 3.329,67 por onça.
Os preços do petróleo caíram levemente na ontem. Os contratos futuros do Brent recuaram US$ 0,68, ou 0,98%, para US$ 68,43 por barril.
Os mercados da Ásia fecharam majoritariamente em queda hoje. As bolsas europeias abriram no vermelho em toda a região, com o índice regional STOXX 600 recuando 0,4%.
O Ibovespa fechou em forte alta de 1,35%, a 140.928 pontos, renovando sua máxima histórica. O índice já apresenta alta de 17,16% em 2025, superando os 10% de perda acumulados no ano passado.
O dólar comercial fechou em leve queda de 0,29%, a R$ 5,404, no menor patamar desde junho de 2024. Mesmo assim, os juros futuros encerraram em alta ao longo de toda a curva, refletindo o risco fiscal e a alta dos Treasuries.
EUA: A economia criou 147 mil postos de trabalho em junho, superando as expectativas dos analistas. Os dados de meses anteriores também foram revisados positivamente: o número de vagas em maio foi ajustado de 139 mil para 144 mil, enquanto o resultado de abril subiu de 147 mil para 158 mil. Com isso, a média trimestral de crescimento do emprego ficou em 150 mil vagas, um ritmo moderado em comparação com os padrões pré-pandemia.
Os maiores avanços foram registrados nos setores público, saúde e lazer e hospitalidade. Dentro do setor público, no entanto, houve queda de 7 mil vagas no governo federal, enquanto os governos estaduais e locais adicionaram 80 mil postos — impulsionados, sobretudo, por um aumento de 64 mil empregos na educação pública. Esse salto pode refletir ruídos no ajuste sazonal, já que normalmente há forte recuo nesse segmento em junho, com o fim do ano letivo.
Apesar da criação líquida de vagas, alguns sinais indicam enfraquecimento na base do mercado de trabalho. A taxa de desemprego recuou 0,1 ponto percentual, para 4,1%, com queda de 130 mil pessoas na força de trabalho e aumento de 93 mil no número de empregados.
O relatório de emprego mais forte que o esperado reforça a visão de que o Fed deverá esperar até setembro para iniciar o ciclo de redução dos juros. Na reunião de setembro, o Fed deve retomar o ciclo de cortes de juros com uma redução de 25 pontos base. Prevemos mais dois cortes de mesma magnitude nas últimas reuniões do ano, levando a taxa básica para 3,75% ao ano em dezembro.
EUA: O ISM de serviços subiu 0,9 ponto em junho, alcançando 50,8 — patamar que indica leve expansão e em linha com as expectativas do mercado. Apesar da alta no indicador geral, os resultados mostraram sinais mistos: enquanto os componentes de atividade empresarial e novos pedidos avançaram com força, o subíndice de emprego recuou 3,5 pontos, para 47,2, sinalizando contração nas contratações do setor.
As tarifas voltaram a ocupar espaço central nas preocupações do setor. Segundo o ISM, “o tema mais comum entre os participantes da pesquisa continuou sendo o impacto das tarifas”, com empresários relatando que a incerteza gerada pelas condições econômicas globais — influenciadas pelas tarifas dos EUA — tem adiado decisões de negócios no curto e médio prazo. Ainda assim, alguns entrevistados apontaram uma melhora recente, afirmando que “após vários meses fracos, a atividade começou a ganhar força”.
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
Não há divulgação de indicadores relevantes
Por:
Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |