Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
???? Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique…
📄 Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui.
Após múltiplos recordes nas últimas semanas, os mercados globais iniciam o dia em modo de realização nesta terça-ceira (04).
Nos EUA, o impasse que mantém o governo parcialmente paralisado deve persistir ao longo da semana, atrasando a divulgação do relatório JOLTS. A ausência de dados tem dificultado a avaliação do cenário econômico no país.
Os diretores do Fed mantêm um embate de visões sobre a economia, com alguns mais preocupados com a inflação do que com os riscos para o mercado de trabalho. A probabilidade de corte de juros em dezembro recuou para 65% — ante mais de 90% antes das declarações de Jerome Powell na semana passada.
As taxas dos Treasuries recuam. A taxa do título de 10 anos está em 4,08%, enquanto a nota de 2 anos cede para 3,57%. A taxa do título de 30 anos está mais baixa, em 4,67%.
O dólar opera estável. O índice DXY — que mede a moeda americana frente a seis pares — sobe 0,10%, a 99,99 pontos, maior nível em três meses.
O ouro volta a ser negociado abaixo de US$ 4.000 por onça nesta terça, pressionado pela resiliência do dólar e pelo alívio nas tensões comerciais entre EUA e China. O ouro à vista recua 0,20%, cotado a US$ 3.992,23 por onça.
O Ether caiu até 9% na segunda-feira (03), rompendo o suporte de US$ 3.600 após um ataque atingir um protocolo da rede nativa do token. A criptomoeda, emitida na plataforma Ethereum, recua 6,60%, cotada a US$ 3.600.
Os preços do petróleo operam próximos da estabilidade nesta manhã, enquanto o mercado avalia a decisão da Opep+ de pausar os aumentos de produção no primeiro trimestre de 2026, em meio à persistência de preocupações com excesso de oferta. O Brent recua 0,10%, ou US$ 0,09, a US$ 64,80 por barril.
Os mercados asiáticos encerraram o pregão em queda hoje, sem gatilhos relevantes após dois dos principais índices de Wall Street subirem na véspera — impulsionados por otimismo no setor de tecnologia.
As bolsas europeias operam em baixa nesta manhã, revertendo o sentimento positivo observado no início do mês. O índice pan-europeu STOXX 600 recua 1,10%. Os futuros das ações nos Estados Unidos também operam em queda.
Aqui no Brasil, a Bolsa iniciou novembro rompendo mais uma marca histórica: o Ibovespa encerrou o pregão de ontem em alta de 0,61%, aos 150.454,24 pontos. O dólar encerrou em baixa de 0,42%, cotado a R$ 5,35. Os juros futuros fecharam em leve alta.
EUA: O índice ISM de manufatura recuou 0,4 ponto em outubro, para 48,7 pontos, permanecendo em território contracionista e abaixo das expectativas do mercado. A composição dos dados mostrou sinais mistos: enquanto os subíndices de novos pedidos e emprego registraram melhora, o de produção caiu. As encomendas de exportação e de importações avançaram.
As entregas de fornecedores aumentaram para 54,2 pontos, indicando ritmo mais lento, enquanto o prazo médio para recebimento de insumos caiu para 80 dias — ainda acima dos níveis pré-pandemia. Os índices de estoques e de preços pagos recuaram. A pesquisa citou 13 menções a tarifas, reflexo da persistente preocupação com custos e incertezas comerciais.
Paralelamente, o índice PMI de manufatura medido pela S&P Global foi revisado para cima em 0,3 ponto, alcançando 52,5 pontos na leitura final de outubro, sinalizando expansão moderada da atividade industrial. Os componentes de produção, novos pedidos e emprego apresentaram revisão positiva, indicando melhora generalizada nas condições de negócios.
Os custos de insumos recuaram para o menor nível desde fevereiro, e os preços de venda também foram revisados ligeiramente para baixo — sugerindo algum alívio nas pressões inflacionárias da cadeia produtiva.
O contraste entre o ISM e o PMI reforça a leitura de um setor manufatureiro que segue enfraquecido, mas com sinais pontuais de estabilização no início do quarto trimestre.
EUA: O governo planeja suspender, a partir do dia 10 de novembro, as tarifas portuárias aplicadas a embarcações chinesas por um ano, em um gesto para aliviar tensões comerciais com Pequim. Em resposta, a China deve retirar suas medidas de retaliação. As tarifas haviam elevado os custos de frete e prejudicado o comércio global, especialmente no transporte marítimo de contêineres.
EUA: O governo Trump anunciou que usará verbas de contingência para financiar parcialmente o programa federal de auxílio alimentar durante o atual shutdown, atendendo a decisões judiciais que exigiram o pagamento dos benefícios de novembro. A medida busca evitar interrupções no apoio a milhões de famílias de baixa renda.
Segundo a administração, cerca de US$ 600 milhões serão destinados a custos administrativos dos Estados e outros US$ 4,6 bilhões cobrirão metade das cotas atuais do SNAP, o principal programa de assistência alimentar dos EUA.
O impasse sobre o fim do shutdown permanece, mantendo o governo paralisado há 35 dias — igualando a duração do mais longo fechamento registrado em 2018, durante o primeiro mandato de Donald Trump. O bloqueio reflete divisões persistentes no Congresso sobre o financiamento de programas federais.


(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.


Por:
| Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
| Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |