Ata da última reunião do Fed mostra divergências na condução dos juros nos EUA

09/10/2025 • 4 mins de leitura

📄 Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui.

Mercados

Não há divulgação relevante de indicadores econômicos nos Estados Unidos nesta quinta-feira (09), em razão da paralisação do governo federal.

Ainda assim, os investidores acompanham atentamente as declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em conferência de bancos comunitários. Além de Powell, outras autoridades da instituição, como Michelle Bowman e Mary Daly, também realizam discursos ao longo do dia.

Essas aparições ocorrem um dia após a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, que revelou divergências sobre os próximos passos em relação às taxas de juros. A principal mensagem do documento é clara: “a maioria considerou que provavelmente seria apropriado flexibilizar ainda mais a política monetária ao longo deste ano”.

No entanto, o cenário está preparado para que as divisões internas do Fed se tornem mais evidentes na reunião de dezembro. Por trás da aparente unidade, alguns membros demonstram preocupação com a persistência da inflação, o que pode tornar o caminho à frente mais complexo à medida que o comitê pondera esses riscos diante da desaceleração do mercado de trabalho.

O índice do dólar dos Estados Unidos — que mede o desempenho da moeda frente a seis pares, incluindo o euro e o iene — sobe 0,10%. O DXY é negociado próximo da máxima em dois meses, a 98,90 pontos.

O preço do ouro permanece acima do patamar de US$ 4.000. O ouro à vista está estável, cotado a US$ 4.035,70 por onça. A valorização do metal tem sido impulsionada por fatores geopolíticos, como os conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia, pela forte demanda dos bancos centrais, entrada de recursos via ETFs, expectativas de cortes de juros nos EUA e incertezas econômicas relacionadas a tarifas comerciais.

O metal acumula alta superior a 53% no ano e caminha para registrar o maior ganho anual desde a crise do petróleo de 1979. Os preços do petróleo recuam nesta quinta, após Israel e Hamas concordarem com a primeira fase de um plano para encerrar o conflito em Gaza. O contrato futuro do Brent cede US$ 0,11, ou 0,20%, para US$ 66,13 o barril.

Os mercados asiáticos encerraram o pregão majoritariamente em alta.

Na Europa, as bolsas operam em queda, com o índice pan-europeu STOXX 600 recuando 0,30%. Os futuros do S&P 500 operam estáveis hoje, após o índice de referência ter atingido máximas históricas na sessão anterior.

Ontem (08) o Ibovespa fechou em alta de 0,56%, aos 142.145 pontos. O dólar à vista fechou em baixa de 0,11%, cotado a R$ 5,34, enquanto os juros cederam levemente ao longo de toda a curva.

Economia

EUA: A ata da reunião de setembro do Fed mostrou que a maioria dos dirigentes considera apropriado promover novos cortes de juros até o fim do ano. Embora quase todos tenham apoiado a redução de 25 pontos base decidida em setembro, alguns membros defenderam manter a taxa inalterada, enquanto o diretor Stephen Miran preferia um corte maior, de 50 pontos base. Parte dos dirigentes também alertou que as condições financeiras favoráveis recomendam cautela nos próximos passos de política monetária.

Os dirigentes observaram que, apesar do desaquecimento recente, o mercado de trabalho segue relativamente sólido e sem sinais de deterioração acentuada. Indicadores como a taxa de desemprego, o número de vagas abertas e o ritmo de demissões apontam um arrefecimento gradual. No entanto, alguns membros destacaram que revisões nos dados e a desaceleração entre grupos mais sensíveis ao ciclo econômico — como jovens e trabalhadores negros — sugerem aumento dos riscos negativos para o emprego.

Quanto à inflação, a maioria dos dirigentes vê riscos inclinados para cima, refletindo dados recentes acima da meta de 2%, incertezas sobre o impacto das tarifas e o temor de que expectativas mais altas se tornem persistentes. Ainda assim, alguns consideram que o avanço da produtividade pode conter pressões inflacionárias. O Fed revisou levemente para cima sua projeção de crescimento do PIB e espera que o desemprego suba acima do nível natural antes de recuar. Também estima que as reservas bancárias atinjam cerca de US$ 2,8 trilhões no início de 2026, quando o processo de redução do balanço deve ser concluído.

Mantemos a expectativa de dois cortes de 25 pontos base nas reuniões de outubro e dezembro desse ano, levando a taxa de juros para 3,75% aao ano. Em janeiro de 2026, esperamos um corte adicional de 25 p.b., encerrando o ciclo de cortes com a taxa de juros em 3,5% a.a.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

Indicadores de hoje

Indicadores do dia anterior

Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

Se você tem
Monte Bravo, Bravo!

Invista com quem ajuda você a alcançar o próximo topo.

Abra sua conta