Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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Nos Estados Unidos, o risco de paralisação do governo federal é elevado, com prazo para um acordo se encerrando em 1º de outubro. Após reunião entre o presidente Trump e líderes democratas e republicanos, o vice-presidente JD Vance afirmou: “Acredito que estamos caminhando para uma paralisação porque os democratas não farão o que é certo”.
Embora esse tipo de impasse normalmente não provoque grandes movimentos nos mercados, desta vez o cenário pode ser diferente. O ambiente de incerteza diante da desaceleração do mercado de trabalho e das avaliações elevadas das ações pode levar a uma realização dos mercados. Uma paralisação também poderia levar agências de classificação de risco a reavaliar a condição do crédito norte-americano, rebaixado em maio pela Moody’s.
O Departamento do Trabalho anunciou que o relatório de empregos não agrícolas de setembro, previsto para sexta-feira (03), não será divulgado caso o governo suspenda as operações. Isso deixaria o Fed em voo cego.
As taxas dos Treasuries norte-americanas operam próximas da estabilidade. A taxa do Treasury de 10 anos recua para 4,13%, enquanto a de 2 anos cai para 3,61%. A taxa de 30 anos permanece praticamente estável em 4,71%.
O índice do dólar (DXY) — que mede o desempenho da moeda frente a uma cesta de divisas estrangeiras — recua 0,20% nesta segunda-feira, para 97,80 pontos.
O preço do ouro avança e atinge nova máxima nesta terça-feira (30). O ouro à vista sobe 0,40%, cotado a US$ 3.848,65 por onça. O metal acumula alta de 11,60% em setembro.
Os preços do petróleo recuam nesta hoje. O contrato futuro do Brent para novembro, que expira hoje, cede US$ 0,47, ou 0,69%, para US$ 67,50 por barril.
Os mercados da Ásia-Pacífico encerraram o pregão com desempenho misto, após dados oficiais da China indicarem contração da atividade industrial pelo sexto mês consecutivo.
As bolsas europeias abriram em queda hoje, com o índice pan-europeu STOXX 600 recuando 0,20%. Nos EUA, os futuros de ações operam próximos da estabilidade.
Ontem (29), por aqui o Ibovespa fechou em alta de 0,61%, aos 146.337 pontos. O dólar encerrou a segunda-feira em desvalorização de 0,31%, aos R$ 5,32, enquanto os juros futuros fecharam em alta ao longo de toda a curva.
China: o Índice de Gerentes de Compras (PMI) da indústria de setembro ficou em 49,80, acima da expectativa de 49,60. Embora ainda em território contracionista, o resultado é o mais forte desde março. O avanço foi impulsionado principalmente pelo componente de produção, que saltou de 50,8 para 51,9. As novas encomendas também subiram levemente (49,7 vs. 49,5), com destaque para exportações (47,8 vs. 47,2). Setores como máquinas, alta tecnologia e bens de consumo lideraram o desempenho positivo na indústria.
China: o PMI não manufatureiro recuou de 50,3 para 50,0 pontos, reflexo da retração em serviços ligados ao turismo. O setor de construção permaneceu em contração pelo segundo mês, embora tenha havido leve melhora (49,3 vs. 49,1), o que sugere que os investimentos públicos seguem fracos.
Os dados reforçam a necessidade de intensificar o suporte à economia. Espera-se um afrouxamento monetário moderado no 4º trimestre e políticas públicas que priorizem investimentos em grandes projetos. Estímulos ao consumo, como subsídios, também devem ser acelerados.
Brasil: Criação de empregos formais desacelera em agosto. O Caged registrou criação líquida de 147,4 mil vagas formais, abaixo da expectativa do mercado de 182 mil. Na série com ajuste sazonal, o ritmo de geração de empregos caiu de 90 mil em julho para 49 mil em agosto. A média móvel trimestral está em 81 mil vagas, nível inferior aos aproximadamente 100 mil necessários para manter a taxa de desemprego estável.
Todos os setores apresentaram desaceleração no saldo entre admissões e desligamentos na série com ajuste sazonal. No acumulado do ano, foram criadas 1,5 milhão de vagas formais, número inferior ao observado no mesmo período de 2024 (1,7 milhão). O salário real de admissão subiu 0,6% no mês, após queda de 0,7% em julho. Em relação a agosto do ano passado, houve aumento de 1,3%, acelerando em relação ao crescimento anual de 0,2% registrado no mês anterior.
Brasil: Governo central registra resultado primário de -R$ 15,6 bilhões em agosto. O Tesouro Nacional anunciou o resultado de -R$ 15,6 bilhões, acima da mediana do mercado de -R$ 20,3 bilhões. O desvio ocorreu principalmente em receita de Imposto de Renda acima do esperado. O governo central registrou um resultado de -R$ 30,4 bilhões em 12 meses, ou -0,2% do PIB.
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
Por:
Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |