Discurso de Powell em Jackson Hole deve ditar rumos da política monetária americana

22/08/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

Hoje (22), os mercados aguardam com ansiedade o discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, às 11h, durante o simpósio econômico anual do Fed em Jackson Hole.

A perspectiva de juros mais baixos tem impulsionado segmentos do mercado de ações nos EUA, que haviam ficado à margem da alta deste ano, com investidores trocando ações de gigantes da tecnologia por papéis de menor capitalização e apostas em valor beneficiárias de juros mais baixos.

No entanto, uma postura mais dura por parte de Powell pode esfriar o entusiasmo e gerar uma correção. Em sua fala, o presidente do Fed precisará delinear os próximos passos da política monetária, equilibrando os dois pilares de seu mandato: estabilidade de preços e pleno emprego.

Os contratos futuros de juros nos Estados Unidos apontam para uma probabilidade de quase 74% de que o banco central reduza a taxa básica na próxima reunião, que ocorre em setembro.

As taxas dos Treasuries norte-americanos sobem nesta manhã. Os juros do Treasury de 10 anos avançam para 4,32%, a taxa de 2 anos sobe para 3,79%.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas, registra alta de 0,1%, aos 98,80 pontos.

O ouro recua nesta sexta-feira, pressionado pela valorização do dólar. O preço do ouro à vista cai 0,2%, para US$ 3.333,01 por onça.

O petróleo opera estável. Os contratos futuros do Brent recuam 4 centavos, cotados a US$ 67,63 por barril.

Os mercados da Ásia encerraram o pregão majoritariamente em alta. O índice Nikkei 225, referência em Tóquio, fechou estável. Na China continental, o CSI 300 subiu mais de 2%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, avançou 0,32%.

Na Europa, os mercados abriram em queda, com investidores ainda avaliando os impactos do acordo comercial firmado entre a União Europeia e os Estados Unidos. Nos EUA, os futuros estão praticamente estáveis na noite de quinta-feira.

Ontem (21), por aqui o Ibovespa fechou em leve queda de 0,12%, a 134.511 pontos. O dólar comercial encerrou em alta de 0,09%, cotado a R$ 5,477, enquanto os juros futuros encerraram em alta ao longo de toda a curva, com exceção do prazo mais curto, que ficou estável.

Economia

EUA: As vendas de casas usadas surpreenderam em julho, com alta de 2% na taxa anualizada ajustada sazonalmente, para 4,01 milhões de unidades, contrariando a expectativa de queda. O avanço foi disseminado, com destaque para moradias unifamiliares (+2%) e apartamentos em condomínios (+2,8%).

O preço mediano das residências teve queda marginal de 0,3% no mês, embora ainda registre leve alta de 0,2% em relação a julho de 2024. A melhora na acessibilidade — favorecida pelo crescimento dos salários em ritmo acima do das moradias — tem ampliado as opções para os compradores. Ainda assim, a oferta segue restrita: o estoque de casas disponíveis caiu para o equivalente a 4,2 meses de vendas, abaixo da média de 2019.

EUA: Os PMIs mostraram resiliência em agosto. O setor de serviços recuou apenas 0,3 ponto, para 55,4 pontos, melhor que o previsto, com alta em novos negócios e emprego, mas também com avanço nos preços cobrados, que atingiram o maior nível desde 2022.

A indústria surpreendeu com forte aceleração de 3,5 pontos, a 53,3 pontos, sustentada por ganhos em produção, pedidos e emprego. No relatório do PMI, foi destacado que a atividade no terceiro trimestre tem sido robusta, mas as empresas vêm repassando custos ligados a tarifas, elevando pressões inflacionárias ao maior patamar em três anos.

Brasil: A arrecadação federal somou R$ 254,2 bilhões em julho, superando as expectativas do mercado. O resultado representou alta real de 4,6% na comparação anual, impulsionada principalmente pelo desempenho do Imposto de Renda, cuja receita ficou acima do esperado.

Entre os tributos, destacaram-se os avanços no Imposto de Importação — beneficiado pela alta no valor em dólar das importações —, no Imposto de Renda — com recolhimentos elevados sobre rendimentos de capital — e no IOF — reforçado pelo aumento de alíquotas. No acumulado do ano, a arrecadação total registra crescimento real de 4,4%.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

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