Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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Os mercados globais permanecem atentos ao cenário tarifário. Ontem (11), o presidente dos Estados Unidos Donald Trump prorrogou por mais 90 dias o aumento das tarifas sobre produtos chineses. Washington e Pequim concordaram em estender a trégua comercial, embora persistam divergências que impedem um acordo definitivo.
Nos Estados Unidos, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de julho será divulgado às 9h30, com expectativa de aceleração na inflação, impulsionada pelas tarifas. A inflação ao consumidor deve refletir o repasse gradual das tarifas impostas em abril. Um imposto de importação de 10% representa, em média, um aumento de cerca de 4% nos preços ao consumidor, embora os serviços tendam a ser menos impactados. As projeções indicam avanço anual de 2,80%, ante 2,70% em junho. O núcleo do índice, que exclui alimentos e energia, deve subir de 2,90% para 3,00%.
Este dado será crucial para o debate sobre a política monetária em setembro. Uma inflação mais elevada, combinada a um mercado de trabalho fraco, colocaria o Federal Reserve diante de um dilema. Por ora, o mercado mantém a expectativa de corte de juros em setembro, com os contratos futuros atribuindo 86% de probabilidade para uma redução de 0,25 ponto percentual.
As taxas dos Treasuries permanecem estáveis nesta terça-feira (12). O rendimento dos títulos de 10 anos está em 4,27%, enquanto os de 2 anos operam a 3,76% e os de 30 anos a 4,85%.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas, está estável em 98,60 pontos, acumulando queda de 1,4% no mês e de 9,2% no ano.
Os preços do petróleo também se mantêm estáveis. O Brent para entrega futura registra alta de 0,39%, cotado a US$ 66,89 por barril, e acumula queda de 7,6% no mês e de 10,8% no ano.
Na Ásia, os mercados encerraram majoritariamente em alta. O Hang Seng, de Hong Kong, avançou 0,25%, enquanto o CSI 300, da China continental, subiu 0,52%. No Japão, o Nikkei 225 fechou com valorização de 2,15%.
Na Europa, os mercados operam majoritariamente em leve queda, enquanto nos EUA os futuros apontam para um ganho marginal.
Ontem, por aqui o Ibovespa encerrou o pregão em queda de 0,21%, aos 135.623 pontos. O dólar comercial fechou em alta de 0,14%, cotado a R$ 5,443. Os juros futuros recuaram ao longo de toda a curva.
Zona do euro: O índice de expectativas econômicas da Alemanha recuou para 34,7 pontos em agosto, de 52,7 em julho, segundo o instituto ZEW. Apesar da queda, o resultado superou as previsões, que esperavam uma retração maior, para 28,9 pontos.
O levantamento também apontou deterioração nas avaliações sobre as condições atuais da economia, com o índice caindo de -59,5 para -68,6 no mesmo período. O resultado sinaliza maior pessimismo em relação ao momento econômico do país.
EUA: O otimismo das pequenas empresas atingiu em julho o maior nível em cinco meses, segundo a National Federation of Independent Business (NFIB). O índice subiu para 100,3 pontos, superando as expectativas de 98,9, impulsionado pela melhora em seis dos dez componentes, reflexo de maior confiança no cenário econômico. Um saldo líquido de 36% dos empresários prevê condições de negócios mais favoráveis — o maior percentual do ano —, enquanto 16% consideram o momento ideal para expandir operações.
As pressões inflacionárias também cederam: apenas 24% das empresas aumentaram preços recentemente, e menos ainda planejam fazê-lo nos próximos três meses. A principal preocupação passou a ser a qualidade da mão de obra, citada por 21% dos entrevistados, embora a proporção de vagas abertas tenha caído para 33%, o menor patamar desde janeiro de 2021. A preocupação com impostos também diminuiu após a aprovação do pacote fiscal do presidente Donald Trump.
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
Não houve divulgações de eventos relevantes.
Por:
Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |