Mercados abrem em queda com tarifas e resultados de Amazon e Apple

01/08/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

Os futuros das bolsas americanas abrem o dia em baixa nesta sexta-feira (01), refletindo a confirmação da entrada em vigor das tarifas recíprocas para os países que não chegaram em acordos comerciais com os EUA. Os resultados mais fracos da Amazon e Apple também ajudam a tirar um pouco o frenesi sobre as 7 Magníficas.

O dia ainda traz os dados de emprego, que serão acompanhado com uma lupa, já que o dado é considerado pelo mercado um dos principais condicionantes para as decisões de juros pelo Fed nos próximos meses. Dados acima das expectativas do mercado podem levar os participantes a retirar cortes de suas projeções, o que pode acabar pesando sobre as bolsas. Por outro lado, dados muito fracos podem levar o mercado a reprecificar possíveis impactos das tarifas na atividade americana, aumentando a probabilidade de um cenário recessivo, o que também impactaria o mercado.

A resposta do mercado às projeções da Amazon para o 3º trimestre com as ações caindo mais de 7% podem indicar um mercado em dúvidas sobre as tarifas, já que consideramos a companhia uma das mais sensíveis ao tema, por ter fornecedores globais e vendedores que dependem de cadeias de comércio global.

As taxas dos Treasuries norte-americanos operam em alta na manhã de hoje. A taxa de 10 anos opera em 4,396%, a de dois anos está em 3,951% e a de 30 anos negocia a 4,934%.

O índice do dólar (DXY) opera próximo da estabilidade, aos 100,01 pontos. O índice voltou a ganhar força nos últimos dias após o fechamento dos acordos que parecem favorecer a economia americana.

O ouro à vista opera em alta, cotado a US$3.295,31 por onça. Entre as criptomoedas, o Bitcoin cai  0,75%, negociado a US$114.866,90.

O petróleo opera em queda, com o Brent sendo cotado a US$71,32 por barril. A commodity apresenta uma alta nos últimos dias após o presidente Donald Trump ter  afirmado que está cogitando diminuir o prazo para impor novas sanções à Rússia.

Na Ásia-Pacífico, os mercados encerraram o pregão em baixa, com destaque para as bolsas chinesas, que operam em queda após dados econômicos mais fracos. Na Europa, as bolsas operam em queda digerindo os impactos das negociações comerciais para o continente.

O Ibovespa encerrou a quinta-feira (31) em queda de 0,69%, aos 133.071 pontos. O  dólar à vista fechando em alta  de 0,19%, cotado a R$5,60.

Economia

EUA: O núcleo do PCE subiu 0,26% em junho, levemente abaixo das expectativas do mercado. Revisões para cima nos dados de abril e maio elevaram o ritmo anual para 2,8%. No trimestre encerrado em junho, a inflação anualizada do núcleo do PCE acelerou para 2,6%, ante 1,97% em maio, enquanto a média dos últimos seis meses ficou em 3,2%.

Os dados de junho também trouxeram as primeiras evidências claras do impacto das tarifas sobre os preços. Itens mais expostos como vestuário, eletrodomésticos e móveis apresentaram alta mais acentuada do que os menos afetados. Embora setores fortemente tarifados, como o de automóveis, ainda não tenham reagido, a expectativa é de pressão inflacionária nos próximos meses. Serviços essenciais como saúde, habitação e serviços financeiros puxaram o núcleo de serviços para cima, enquanto hotéis e passagens aéreas voltaram a recuar, em linha com a demanda mais fraca por viagens desde o início do ano.

EUA: A renda pessoal subiu 0,3% em junho, levemente acima das expectativas do mercado. O avanço foi impulsionado por um aumento de 1% nos recebimentos de transferências, com destaque para altas nos benefícios de seguro-desemprego, Previdência Social e assistência a veteranos. A compensação a empregados perdeu força, avançando 0,2% no mês, ante 0,4% em maio.

O consumo das famílias cresceu 0,3% em junho, resultado um pouco abaixo do consenso. Em termos reais, os gastos pessoais subiram apenas 0,1%, com avanços equivalentes tanto no consumo de bens quanto de serviços. A taxa de poupança ficou estável em 4,5%, sugerindo que os consumidores seguem cautelosos diante de um ambiente econômico com inflação persistente e desaceleração gradual na renda do trabalho.

Brasil: O setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 47,1 bilhões em junho, acima das expectativas do mercado. O resultado foi pressionado principalmente pelo desempenho negativo das estatais, que somaram déficit de R$ 2,6 bilhões. No acumulado em 12 meses, o superávit primário somou R$ 24,1 bilhões, equivalente a 0,2% do PIB.

O resultado nominal do setor público em junho foi um déficit de R$ 108,1 bilhões, acumulando saldo negativo de R$ 894,4 bilhões em 12 meses, ou 7,3% do PIB. A dívida bruta do governo geral avançou para R$ 9,39 trilhões, o equivalente a 76,6% do PIB — uma alta de 0,2 ponto percentual em relação ao mês anterior. O aumento foi impulsionado tanto pelo déficit primário quanto pelo custo dos juros. Mantemos a expectativa de déficit primário de 0,8% do PIB para o setor público consolidado em 2025, com a dívida bruta subindo para 81,6% do PIB.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

Indicadores de hoje

Indicadores do dia anterior

Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

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