Selic em 15% a.a.: onde investir?

31/07/2025 • 5 mins de leitura

A cada 45 dias, o noticiário econômico se faz a mesma pergunta: onde investir com a Selic no nível atual? Hoje, a taxa básica de juros brasileira está em 15% ao ano, sem perspectiva de redução.

Apesar de repetitivo, esse processo é importante para entender os rumos da economia e revisar sua estratégia de investimentos — assim, ela fica sempre adequada ao seu perfil e aos seus objetivos.

Mas como a Selic afeta os investimentos?

Entenda a seguir os motivos de a Selic permanecer em 15% a.a., qual é sua influência sobre cada tipo de aplicação financeira e como revisar sua carteira de maneira estratégica.

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Por que o Copom decidiu manter a Selic em 15% a.a.? 

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação, o nível dos preços na economia. O principal índice de inflação no Brasil hoje é o IPCA.

Quando a perspectiva é de inflação alta, o BC aumenta a taxa para tornar o crédito mais caro e, assim, restringir a circulação de dinheiro na economia. Isso, em teoria, faz os preços baixarem.

Em sua última reunião, em 30/07/2025, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) manteve a Selic em 15% ao ano, sem perspectiva de redução. A taxa está no maior nível desde 2006.

Isso indica que o BC enxerga uma inflação resistente adiante. Para se ter uma ideia, a meta de inflação perseguida pelo BC é de 3%. Hoje, o IPCA-15 (prévia da inflação) está em 5,30% no acumulado de 12 meses até julho.

Além disso, conforme as expectativas do mercado divulgadas no Relatório Focus, o IPCA deve terminar 2025 perto dos 5% e seguir em torno de 4,5% em 2026. Em resumo: a Selic deve continuar alta por mais algum tempo.

Como a Selic em 15% a.a. impacta os investimentos?

Uma Selic mais alta puxa para cima o custo dos empréstimos e o retorno dos investimentos de renda fixa em geral.

Isso porque os novos títulos emitidos e aqueles negociados entre investidores no mercado secundário usam a taxa como referência de retorno mínimo. Logo, para um investimento ser atraente, precisa oferecer rentabilidade próxima ou superior aos juros básicos brasileiros.

Além disso, a Selic também influencia decisões de investimento em outros mercados.

Ela é o que se chama de taxa livre de risco: o retorno do investimento mais seguro que um país pode oferecer. No caso do Brasil, esse investimento é o Tesouro Selic (LFT), que acompanha diretamente a taxa.

É olhando para a Selic que investidores pesam o custo de oportunidade de um investimento: o que vale mais a pena? Investir em Tesouro Selic e deixar o dinheiro render ou tomar um pouco mais de risco em outras aplicações?

O que vai determinar essa resposta é a rentabilidade do investimento em função do nível de risco que ele oferece. E, claro, o perfil do investidor, seus objetivos, seu momento de vida.

Entenda mais detalhes sobre o que acontece com os investimentos nestes tempos de Selic alta.

Renda fixa pós-fixada

No cenário atual, os investimentos com maior apelo ao investidor são os títulos pós-fixados, que podem ser associados à Selic (como o Tesouro Selic ou LFT) ou a um percentual do CDI (taxa muito próxima da Selic que é referência para títulos privados). Exemplos: títulos que pagam 110% do CDI, CDI + 2% ao ano, e assim por diante.

Por terem rentabilidade diretamente ligada à Selic, o rendimento desses títulos sobe quando a taxa aumenta e vice-versa.

Como o Copom já sinalizou que os juros permanecerão em patamar alto por um bom tempo, esses investimentos vão continuar interessantes. Mesmo que os juros comecem a cair a partir do início de 2026, as projeções do mercado apontam que ainda teremos juros de dois dígitos ao final do próximo ano. 

Renda fixa prefixada

Os títulos prefixados emitidos antes de a Selic atingir 15% a.a. costumam perder atratividade, uma vez que a rentabilidade deles foi fixada num cenário diferente. Vale analisar caso a caso.

Os novos títulos prefixados, emitidos depois da alta da Selic, já levam em conta o cenário atual.

Além disso, à medida que se aproximar o momento de redução da Selic, esses papéis tendem a ganhar atratividade por terem fixado a rentabilidade perto dos 15% a.a..

Os primeiros cortes na Selic, conforme as projeções da nossa equipe de Análise, só devem ocorrer em 2026, caso não haja mudanças no cenário.

Renda fixa crédito privado

O mercado de crédito privado (títulos como CRI, CRA e debêntures) oferece prêmios maiores aos investidores, especialmente nos ativos isentos de Imposto de Renda.

Vale lembrar que a isenção é válida para títulos emitidos até o fim de 2025. Depois, em 2026, as novas emissões estarão sujeitas a 5% de IR.

Mas é importante destacar que esses investimentos têm maior nível de risco. Por isso, é importante fazer uma seleção rigorosa dos papéis mais adequados para a sua carteira.

Nos últimos anos, o spread (diferencial em relação aos títulos mais seguros) desses títulos vem caindo. Eles vêm entregando um retorno menor para o nível de risco oferecido.

Existem, no entanto, oportunidades interessantes no mercado. O ideal é fazer uma boa análise dos riscos de investir em cada ativo e contar com a ajuda de especialistas para desenhar a estratégia ideal para você. A Monte Bravo pode ajudar você nessa tarefa.

Renda fixa inflação (IPCA+)

Os títulos que oferecem um retorno híbrido, parte prefixado e parte indexado à inflação (IPCA+) também respondem às altas da Selic.

As novas emissões tendem a vir com a parte prefixada maior enquanto os títulos mais antigos, ainda que emitidos num cenário diferente, continuam protegendo o capital investido contra a inflação.

É interessante observar que esses investimentos têm foco no longo prazo e, portanto, o ideal é mantê-los até o vencimento para receber a rentabilidade contratada, mais a variação da inflação no período do investimento.

Novamente, o ideal é fazer uma seleção criteriosa dos papéis para investir de acordo com seu perfil, necessidades e objetivos.

Ações

A Selic também influencia indiretamente os investimentos na bolsa de valores, como as ações.

Quando ela está mais alta, o crédito fica mais caro e isso pode aumentar os custos operacionais das empresas, comprometendo seu lucro.

Por isso, o ideal é dar preferência a setores menos sensíveis à variação dos juros, como o das companhias de utilidades públicas (utilities).

Outro ponto importante é investir com estruturas de proteção, operações que podem ser feitas na própria bolsa de valores.

Por meio da compra e venda de opções de ações (call e put), investidores podem se proteger da queda de papéis ao negociar uma venda no futuro a um preço determinado. Fale com nossos especialistas para saber mais.

Fundos imobiliários (FIIs)

Para os fundos imobiliários, juros altos também podem encarecer custos e dificultar a viabilidade de novos projetos.

Mas, os fundos de recebíveis (ou FIIs de papel) tendem a ganhar atratividade. Caso os ativos em suas carteiras sejam atrelados ao CDI ou ao IPCA, uma Selic mais alta puxa para cima a rentabilidade desses investimentos.

Além disso, com a Selic estacionada em 15% a.a. sem perspectiva de novas altas, os setores de logística e shopping centers também podem se beneficiar.

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