Mercado monitora avanços nas negociações comerciais dos EUA

02/07/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

Os mercados globais estão levemente positivos na manhã desta quarta-feira (02). Investidores avaliam o status das negociações comerciais e a perspectiva de acordos antes do término do prazo de 90 dias. Trump afirmou ontem (01) que não está considerando estender o prazo, que vence em 9 de julho.

Os mercados também digerem os comentários mais recentes do presidente do Fed, Jerome Powell, que reiterou que o banco central planeja aguardar mais dados antes de iniciar uma flexibilização da política monetária, mas não descartou um corte já em julho. Powell discursou em uma conferência sobre política monetária realizada em Portugal.

O projeto de gastos de Trump foi aprovado no Senado ontem, com votação final de 51 a 50. O megaprojeto agora precisa passar pela Câmara, onde ainda há resistência por parte de alguns parlamentares republicanas.

A expectativa é que o projeto acrescente US$ 3,30 trilhões ao déficit fiscal na próxima década e algumas republicanas continuam demonstrando resistência à proposta. Trump tem insistido que quer assinar o projeto até 4 de julho.

O foco agora será sobre os dados sobre empregos nos Estados Unidos, que serão divulgados na amanhã (03).

Os juros dos Treasuries norte-americanas estão em alta nesta quarta. A taxa de juros do título de 10 anos subiu para 4,282%. O papel de 30 anos está em 4,814%, enquanto o de 2 anos permanece estável em 3,793%.

O índice do dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda norte-americana ante uma cesta de moedas, registra alta de 0,10%, a 96,90 pontos. Os preços do ouro recuam nesta quarta-feira. O ouro à vista cai 0,20%, sendo cotado a US$ 3.330,68 por onça. Os contratos futuros do metal nos Estados Unidos recuam 0,30%, negociados a US$ 3.340,60.

Os contratos futuros de petróleo apresentam pouca variação nesta quarta, com investidores cautelosos diante da reunião entre as principais produtoras que ocorrerá esta semana, na qual serão definidos os níveis de produção para agosto. O Brent permanece estável em US$ 67,12 por barril.

Os mercados acionários asiáticos encerraram o pregão de forma mista. As bolsas europeias operam em alta, em linha com os futuros norte-americanos.

Ontem, por aqui o Ibovespa encerrou em alta de 0,50%, a 139.549 pontos. O dólar comercial fechou em alta de 0,51%, cotado a R$ 5,461, enquanto os juros futuros fecharam sem direção única.

Economia

EUA: As ofertas de emprego pelas empresas aumentaram em 374 mil em maio, totalizando 7,77 milhões de vagas em aberto acima das expectativas do mercado. O avanço foi impulsionado principalmente pelo setor de lazer e o segmento de hotéis, com alta de 279 mil vagas. A taxa de abertura de vagas subiu para 4,6% e a de pedidos de demissão para 2,1%, enquanto as taxas de contratação e demissão caíram para 3,4% e 1,0%, respectivamente.

EUA: O ISM da indústria subiu 0,5 ponto em junho, para 49,0 pontos, levemente acima do esperado, mas ainda sinalizando contração. Os dados detalhados mostraram queda nos componentes de novos pedidos e emprego, enquanto produção e exportações avançaram. Os prazos de entrega de insumos aumentaram para 85 dias e os preços pagos atingiram o maior nível desde julho de 2022. A incerteza sobre tarifas e o ambiente geopolítico instável foram destacados como fatores que dificultam o planejamento de curto prazo e pressionam os custos de materiais.

EUA: O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o banco central teria promovido novos cortes de juros neste ano, não fosse o impacto inflacionário causado pelo aumento das tarifas comerciais adotadas pelo governo Trump. Durante o Fórum do BCE em Sintra, ele ressaltou que o Fed segue atento aos efeitos dessas medidas, que devem pressionar os índices de inflação nos próximos meses. Powell não descartou um corte já na reunião de julho, destacando que as decisões dependerão da evolução dos dados econômicos.

Apesar da pressão política por afrouxamento monetário, os indicadores recentes mostram um mercado de trabalho estável e inflação sob controle, o que gera divisão entre os membros do Fed quanto à necessidade de cortes. Enquanto alguns dirigentes projetam duas reduções de juros ainda este ano, outros não veem espaço para flexibilização sequer em 2025. Diante do cenário externo incerto e do efeito das tarifas, a política monetária permanece em compasso de espera.

Mantemos a expectativa de que o Fed deverá retomar o ciclo de cortes em setembro, com uma redução de 25 pontos base da taxa de juros, seguida por dois cortes de 25 p.b. nas duas últimas reuniões do ano, reduzindo a taxa de juros para 3,75% ao ano.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

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