Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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A redução das tensões no Oriente Médio é o principal fator que move os mercados. As bolsas globais subiram e o dólar caiu na terça-feira (24) após a notícia do cessar-fogo entre Israel e Irã.
O dólar recua também porque alguns diretores do Fed sinalizaram uma inclinação maior para cortes. Michelle Bowman afirmou que o momento para cortar as taxas de juros parece iminente, enquanto Christopher Waller já havia dito na sexta-feira (20) que a instituição deveria considerar cortes na próxima reunião — por conta dos dados recentes de inflação moderada e da percepção de que qualquer choque decorrente das tarifas de importação será de curta duração.
Jerome Powell reafirmou ontem no Congresso que a economia está saudável e ainda não precisa de cortes. Contudo, embora tenha dito que esperar seria aceitável, ele reconheceu que “muitos caminhos são possíveis”, incluindo “cortar antes”, dependendo dos dados de inflação e emprego. Para o mercado, esse reconhecimento da complexidade fomentou a esperança de cortes.
Os contratos futuros de juros do Fed agora embutem 55,00 pontos base de corte neste ano, ante cerca de 46,00 p.b. na sexta-feira. Os Treasuries dos EUA permanecem estáveis nesta quarta-feira (25), após recuarem ontem. A taxa de juros do Treasury de 10 anos está em 4,30%, enquanto a de 2 anos marca 3,80%, e a de 30 anos atinge 4,84%.
O dólar está amplamente mais fraco na terça-feira, com o índice do dólar (DXY) em queda de 0,60%, aos 97,87 pontos.
O ouro à vista cai 1,50%, negociado a US$ 3.316,80 por onça. No mercado de criptomoedas, o bitcoin avançou 1,37%, chegando a US$ 105.221,00.
Os preços do petróleo sobem levemente. Os contratos futuros do Brent subiram US$ 0,75, ou 1,10%, para US$ 67,89 por barril. O petróleo WTI dos EUA avançou US$ 0,71, ou 1,10%, para US$ 65,08.
Os mercados da região Ásia-Pacífico operaram de forma mista nesta quarta, à medida que investidores ponderam os efeitos do cessar-fogo entre Israel e Irã, bem como os novos comentários do Federal Reserve dos EUA.
As bolsas europeias abriram ligeiramente em baixa, enquanto os futuros dos índices acionários dos EUA operavam próximos da estabilidade.
Ontem, no Brasil o Ibovespa encerrou em alta de 0,45%, aos 137.165,00 pontos. O dólar à vista fechou em alta de 0,29%, cotado a R$ 5,518.
EUA: Em seu testemunho semianual ao Congresso, Jerome Powell afirmou que — não fosse pelas preocupações com os efeitos inflacionários das novas tarifas — os dados recentes justificariam a continuidade dos cortes de juros. Embora não tenha descartado uma redução já na próxima reunião, ele sinalizou que o Fed tende a esperar até setembro para avaliar melhor o impacto dessas medidas sobre a inflação.
Powell destacou que as tarifas impostas recentemente devem elevar a inflação a partir de junho e manter essa pressão até setembro, interrompendo a tendência de desaceleração observada nos últimos dois anos. No entanto, há incerteza sobre a magnitude e a velocidade desse repasse aos preços. Ele também ressaltou que o FED está atento ao mercado de trabalho e que uma deterioração relevante no emprego poderia antecipar o início da flexibilização monetária.
Por fim, Powell evitou se alinhar explicitamente às posições de membros como Waller e Bowman, que defendem cortes já em julho, e afirmou que o Fed permanece aberto a diferentes cenários. Caso o impacto das tarifas seja menor do que o esperado, isso poderá influenciar as próximas decisões. Segundo ele, o foco segue em controlar a inflação e sustentar o crescimento, sem agir com precipitação.
Mantemos a projeção de retomada do ciclo de cortes de juros a partir da reunião de setembro, com três reduções de 25 pontos base até o fim do ano, levando a taxa para 3,75% ao ano em dezembro. Após o testemunho do presidente do Fed no Congresso, os contratos futuros passaram a embutir uma probabilidade de 81% para um corte de 25 p.b. na reunião de setembro.
EUA: O índice de confiança do consumidor do Conference Board recuou 5,4 pontos em junho, para 93,0 — bem abaixo das expectativas, que previam alta — partindo de um nível de maio revisado para cima. Tanto o componente de expectativas quanto o da situação atual apresentaram queda.
As expectativas de inflação para os próximos 12 meses caíram 0,4 ponto percentual, para 6,0%. Segundo o Conference Board, “os consumidores se mostraram mais pessimistas quanto às condições de negócios e à oferta de empregos nos próximos seis meses, e o otimismo em relação à renda futura recuou levemente”.
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
Por:
Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |