Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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Os mercados globais sobem na manhã desta terça-feira (24) após o presidente Trump afirmar que um cessar-fogo entre Israel e Irã entrou em vigor.
As Forças de Defesa de Israel confirmaram o cessar-fogo com o Irã que “entrou em vigor nesta manhã”, acrescentando que permanecem em “alto alerta e prontidão”. Após isso, no entanto, as Forças de Defesa de Israel acusaram o Irã de violar o cessar-fogo anunciado por Trump.
Irã e Israel parecem adotar a postura de “se eles pararem, eu paro”, ainda que tenha havido algumas trocas de mísseis durante a madrugada. Isso já é suficiente para os mercados, com os preços do petróleo retornando aos níveis de algumas semanas atrás e anulando o impacto econômico destrutivo.
Embora o conflito ainda não esteja totalmente encerrado, caso o risco geopolítico deixe de ser o centro das atenções, o mercado voltará a se concentrar no panorama macroeconômico.
A vice-presidente do Fed, Michelle Bowman, afirmou na segunda-feira (23) que o momento para cortar as taxas de juros está se aproximando, diante dos potenciais riscos ao mercado de trabalho.
As taxas dos Treasuries dos EUA sobem. A taxa do título de 10 anos avança para 4,34%, a de 2 anos atinge 3,84% e a de 30 anos está em 4,89%.
O dólar norte-americano cai nesta terça-feira, com o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda frente a uma cesta de pares relevantes — recuando 0,35%, para 98,00.
Os preços do ouro caem à medida que o apetite ao risco melhora. O ouro à vista recua 0,50%, cotado a US$ 3.351,47 por onça.
Os futuros do petróleo despencam nesta terça-feira: o Brent negociado na ICE está em US$ 69,13 por barril, queda de 3,29% em relação à sessão anterior. O contrato de agosto do WTI na Nymex está cotado a US$ 66,25 por barril, 3,30% abaixo do fechamento da segunda-feira. Os preços do petróleo haviam acumulado alta de cerca de 10% desde o início das hostilidades entre Irã e Israel em meados de junho.
Os mercados asiáticos encerraram em alta nesta terça-feira. As ações europeias abriram em alta, com o índice regional STOXX 600 subindo cerca de 1,20%. Os futuros de Wall Street operam em alta.
Ontem, no Brasil o Ibovespa fechou em baixa de 0,41%, aos 136.551 pontos. O dólar à vista fechou em baixa de 0,39%, cotado a R$ 5,50.
EUA: Os dados econômicos dos EUA mostraram resultados mistos. O PMI de serviços caiu 0,6 ponto, para 53,1 pontos, em junho — em linha com as expectativas. Houve queda nos novos negócios, enquanto o componente de emprego subiu levemente. Os preços de insumos e de venda também recuaram. O PMI da indústria ficou estável, contrariando expectativas de queda, com alta na produção e no emprego, embora os novos pedidos tenham caído. Os preços de insumos e produtos subiram para os maiores níveis em mais de dois anos, impulsionados por estoques preventivos frente à incerteza com custos e oferta.
EUA: No setor imobiliário, as vendas de imóveis usados subiram 0,8% em maio, superando as projeções. O preço mediano das residências teve leve queda de 0,1% no mês, embora ainda registre alta anual de 1,3%. A oferta de imóveis permaneceu estável, com 4,5 meses de estoque disponível, patamar ainda superior à média pré-pandemia.
Brasil: A ata do Copom reforçou sinalização da interrupção do ciclo de alta de juros, mantendo a taxa Selic estável em 15,00% ao ano na reunião de julho, a fim de observar os efeitos defasados do aperto já empreendido. O Copom manteve a avaliação de que o cenário de inflação segue prescrevendo uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado para assegurar a convergência da inflação.
Na discussão do cenário, o BC avaliou que os sinais de desaceleração da atividade são mistos, com os indicadores da indústria, varejo e serviços sinalizando uma moderação do ritmo de crescimento. O mercado de trabalho segue dinâmico com ganhos de renda real, geração de empregos formais e queda da taxa de desemprego. O cenário de inflação segue adverso, apesar de surpresas baixista de curto prazo. A inflação de serviços ainda elevada é o principal fator de risco. As expectativas desancoradas também são um dos fatores que exigem uma política monetária mais contracionista por um período bastante longo.
A ata é compatível com o cenário de estabilidade da taxa Selic em 15,0% a.a. até o final de 2025. Avaliamos que o ciclo de cortes de juros deverá ser iniciado em janeiro de 2026, com o horizonte relevante da política monetário se deslocando para o primeiro semestre de 2027. Nesse horizonte, as projeções do BC deverão indicar que a inflação está convergindo para a meta de inflação, abrindo espaço para a flexibilização da taxa Selic, que deverá atingir 11,00% a.a. em dezembro de 2026.
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
Por:
Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |