Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
???? Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique…
📄 Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui.
O foco global continua nas negociações comerciais e na tramitação do Orçamento de Trump no Senado norte americano. Ontem (04), no entanto, uma série de dados mais fracos nos EUA derrubou os juros e pressionou o dólar.
A atividade do setor de serviços nos EUA recuou inesperadamente em maio, para 49,9 pontos — abaixo da marca que separa expansão de contração, além de frustrar a projeção de 52,1 pontos. Da mesma forma, o número de vagas criadas no setor privado foi de apenas 37 mil em maio, bem abaixo da estimativa de 110 mil.
Os dados decepcionantes aumentaram a preocupação dos investidores com o enfraquecimento do mercado de trabalho e os possíveis impactos econômicos, o que provocou uma forte queda nas taxas. A taxa de juros dos títulos de 10 anos caiu mais de 10 pontos base na quarta-feira.
Os investidores agora aguardam com expectativa os dados mensais de emprego que serão divulgados na sexta-feira (06), em busca de mais sinais sobre a situação do mercado de trabalho.
As taxas dos Treasuries se estabilizaram nesta quinta-feira (05). A taxa de 2 anos sobe para 3,88%, enquanto a taxa de 10 anos também avançou, para 4,37%. A taxa de juros dos títulos de 30 anos manteve-se estável em 4,89%.
O dólar caiu de forma generalizada ontem após os dados mais fracos sobre emprego no setor privado dos EUA. Hoje, o índice do dólar (DXY) — que mede a moeda americana frente a uma cesta de seis pares — sobe 0,10%, para 98,80 pontos. Os preços do ouro operam estáveis nesta quinta, com o ouro à vista cotado a US$ 3.372,91 por onça.
Os preços do petróleo caíram após o aumento nos estoques de gasolina e diesel nos EUA e a decisão da Arábia Saudita de reduzir os preços de julho para os compradores asiáticos. Os contratos futuros do Brent recuaram US$ 0,21, ou 0,30%, para US$ 64,65 por barril.
Os mercados da Ásia-Pacífico operaram de forma mista nesta quinta-feira. As bolsas europeias sobem levemente, com os investidores antecipando um corte de juros pelo Banco Central Europeu ainda hoje. Os futuros das ações nos EUA também registram leve alta.
Ontem o Ibovespa encerrou o dia em queda de 0,40%, aos 137.002 pontos. O dólar fechou em alta de 0,17%, a R$ 5,644, enquanto os juros futuros encerraram sem direção única, com os vértices curtos em leve alta e os mais longos em queda.
China: O PMI medido pelo Caixin subiu de 50,7 em abril para 51,1 em maio, indicando uma leve aceleração do setor. As empresas relataram que os esforços para expandir os negócios e atrair novos clientes impulsionaram o crescimento dos novos pedidos, apesar do desempenho fraco das exportações. O emprego também mostrou melhora, refletindo contratações para atender à maior carga de trabalho.
Por outro lado, os indicadores de preços sugerem pressão sobre as margens. Os custos de insumos aumentaram, impulsionados por maiores despesas com compras e mão de obra, enquanto os preços cobrados pelas empresas caíram levemente. Essa redução foi atribuída à intensificação da concorrência e a promoções para atrair novos clientes.
EUA: O emprego no setor privado aumentou em 37 mil vagas na margem em maio, segundo o relatório da ADP. Esse resultado veio após uma revisão para baixo no dado de abril, de 62 mil para 60 mil novas vagas.
O setor de serviços respondeu por 36 mil dessas vagas, com destaque para os segmentos de lazer e hospitalidade (+38 mil) e serviços financeiros (+20 mil). Os setores produtores de bens registraram queda de 2 mil vagas, refletindo um aumento de 6 mil postos na construção e uma redução de 5 mil em recursos naturais e mineração.
Esse resultado mais fraco antecede a divulgação amanhã do relatório de emprego (payroll) de maio, que deverá registrar abertura de 126 mil vagas — uma desaceleração em relação ao ritmo de 177 mil vagas de abril.
EUA: O ISM recuou 1,7 ponto em maio, para 49,9 pontos, abaixo das expectativas do mercado. A composição do relatório foi mista: enquanto os subíndices de atividade empresarial e de novos pedidos apresentaram queda, o componente de emprego subiu.
Os novos pedidos para exportação caíram, enquanto o índice de importações subiu. O indicador de preços pagos aumentou 3,6 pontos, atingindo 68,7 pontos, sinalizando pressões inflacionárias mais fortes.
O relatório de maio mencionou o termo “tarifas” 14 vezes, frente a 13 em abril e 5 em janeiro. Os participantes destacaram que “as tarifas aumentaram o custo de fazer negócios” e que “a instabilidade tarifária causou caos nas cadeias de suprimento da construção residencial”.
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
Por:
Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |