Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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Os mercados globais operam em modo de cautela antes da divulgação da ata do Fed. Enquanto isso, incertezas ligadas à guerra comercial e ao orçamento dos EUA persistem.
A ata da reunião de maio do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) será divulgada nesta quarta-feira (28) às 15h (horário de Brasília). Os mercados buscarão pistas sobre como os formuladores de política monetária do estão avaliando o cenário atual de maior incerteza macroeconômica.
Os juros dos títulos do Tesouro dos EUA subiram levemente hoje. A taxa de juros dos papéis de 30 anos avançou para 4,47%. Os títulos de 10 anos estão em 4,47% e os de 2 anos atingiram 3,96%.
O dólar permanece estável frente às demais moedas, com o índice DXY subindo para 99,50 pontos.
O ouro avançou nesta quarta, com o ouro à vista registrando alta de 0,60%, cotado a US$ 3.320,58 por onça.
Os preços do petróleo mantiveram-se estáveis hoje após os EUA proibirem a Chevron de exportar petróleo bruto da Venezuela, mas uma decisão esperada da Opep+ ainda nesta semana, no sentido de aumentar a produção em julho, limitou os ganhos. Os contratos futuros do Brent subiram 6 centavos, ou 0,10%, para US$ 64,15 por barril.
Os mercados asiáticos fecharam com desempenho misto na quarta-feira. O índice Nikkei 225 do Japão ficou estável, o sul-coreano Kospi subiu 1,25%, o Hang Seng de Hong Kong recuou 0,55% e o CSI 300 da China continental encerrou o pregão sem variação.
Os mercados europeus operam em leve alta, enquanto os futuros das ações americanas recuam levemente nesta manhã.
Os resultados da Nvidia serão divulgados após o fechamento do mercado. Os analistas estarão atentos ao impacto das restrições impostas pela China sobre a fabricante de chips de inteligência artificial, que segue registrando forte demanda por seus processadores gráficos.
Ontem (27), por aqui o Ibovespa fechou em alta de +1,50%, aos 140.140 pontos. O dólar comercial fechou em queda de 0,50%, valendo R$ 5,6500, enquanto os juros recuaram ao longo de toda a curva.
EUA: O índice de confiança do consumidor subiu para 98,0 pontos em maio, superando o resultado anterior e as expectativas do mercado. Esse avanço refletiu tanto a melhora das expectativas futuras, que subiram significativamente, quanto a avaliação da situação atual. Apesar da melhora nas condições de negócios, a percepção sobre o mercado de trabalho foi mista: aumentou o número de consumidores que acham difícil conseguir emprego, mas também cresceu levemente a parcela que vê vagas disponíveis. Além disso, as intenções de consumo aumentaram em várias categorias, como imóveis, veículos, eletrodomésticos e viagens.
EUA: Os pedidos de bens duráveis caíram 6,3% em abril, menos do que o esperado (-7,8%), após uma alta de 7,6% em março, com destaque para a queda de 51,5% nas encomendas de aeronaves comerciais. O núcleo dos pedidos, que exclui defesa e aeronaves, recuou 1,3%, indicando menor investimento futuro, enquanto as remessas desses bens — que impactam o PIB — caíram 0,1%. Embora os investimentos em equipamentos tenham crescido 22,5% no primeiro trimestre, impulsionados por antecipações frente às tarifas, os dados de abril revelam que, diante da elevada incerteza, as empresas mostram pouca disposição para expandir no longo prazo, preocupadas com os efeitos das tarifas sobre a demanda e suas margens.
Brasil: O IPCA-15 de maio subiu 0,36%, abaixo das expectativas do mercado e da nossa projeção, que eram 0,45% e 0,48%, respectivamente. O comportamento da inflação foi benigno, com surpresas positivas tanto no índice cheio quanto nos núcleos de inflação. Isso reforça a expectativa de manutenção da taxa Selic em 14,75% a.a. na próxima reunião do Copom, com tendência de estabilidade por um período prolongado.
A surpresa positiva veio das deflações em eletrodomésticos e passagens aéreas, além da menor pressão dos segmentos de serviços e alimentos. Os núcleos de inflação desaceleraram, com destaque para o núcleo de serviços, que vinha pressionado desde o início do ano. O núcleo de bens também perdeu força, refletindo repasse mais contido da depreciação cambial. Os alimentos mostraram melhora, com queda em itens como arroz e tubérculos.
Os núcleos subiram 0,40% em maio, abaixo do esperado, e acumulam alta de 5,1% em 12 meses. O núcleo de bens desacelerou na margem, enquanto os serviços foram beneficiados pela forte queda nas passagens aéreas e menor pressão em serviços de reparos, manutenção e entretenimento. A projeção para o IPCA de maio é de alta de 0,33% — refletindo alimentos mais favoráveis, menor repasse cambial e preços de serviços sob controle.
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
Por:
Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |