Informe Diário
16/09/2024 • 4 mins de leitura
Antes da superquarta, ativos de risco seguem em compasso de espera
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A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou na manhã desta quinta-feira (22) o projeto de lei orçamentária, em uma votação de 215 a 214. O pacote também precisa ser aprovado no Senado.
O Senado, onde os republicanos detêm uma maioria de 53 a 47, não deve aprovar o projeto até o início de junho. Vários senadores republicanos já declararam que exigirão mudanças significativas antes de votar a favor.
A legislação acrescentará cerca de US$3,8 trilhões nos próximos 10 anos à dívida de US$36,2 trilhões do governo federal na próxima década, de acordo com o Escritório de Orçamento do Congresso. Isso deve aumentar o déficit, pressionar a inflação e está pressionando o mercado de títulos.
Com isso tudo somado, o mercado está elevando o prêmio de risco exigido para os títulos de longo prazo. Há uma reavaliação global diante dos sinais de aumento da dívida e muita incerteza. Ontem (21), o Tesouro dos EUA enfrentou uma demanda fraca por uma emissão de US$ 16 bilhões em títulos de 20 anos.
As taxas dos títulos do Tesouro dos EUA permaneceram elevadas hoje. A taxa do papel de 30 anos está em 5,14%, maior nível desde novembro de 2023. A taxa do título de 10 anos está em 4,58%, enquanto a taxa do título de 2 anos segue em 4,00%.
O dólar opera próximo das mínimas, com o DXY a 99,8 pontos. Os preços do ouro com o ouro à vista avançam 0,8%, a US$ 3.340,53 por onça. O Bitcoin atingiu uma nova máxima histórica e negocia a US$ 110.793.
Os preços do petróleo recuaram hoje, com estoques inesperadamente altos de petróleo bruto e combustíveis nos EUA alimentando preocupações com a demanda. O Brent caiu 0,5%, para US$ 64,58 por barril.
Os mercados da Ásia recuaram nesta quinta, acompanhando as quedas em Wall Street na véspera. Na Europa, as bolsas estão em queda, enquanto os futuros de ações em Wall Street estão quase estáveis.
Ontem (21), aqui no Brasil, o Ibovespa fechou em baixa de 1,59%, aos 137.881 pontos. O dólar fechou o dia em queda de 0,46%, valendo R$ 5,64, e os juros futuros fecharam em alta.
Zona do euro: O PMI composto da zona do euro caiu para 49,5 pontos em maio (contra 50,4 pontos em abril), abaixo do consenso e das nossas próprias expectativas. O declínio foi novamente liderado pelo índice de atividade de serviços, que caiu 1,2 ponto para 48,9 pontos, o nível mais baixo em mais de um ano, enquanto a produção industrial mostrou resiliência contínua, movendo-se lateralmente para 51,5 pontos. Entre os países, o declínio composto foi impulsionado pela Alemanha e pela periferia, enquanto a França permaneceu praticamente inalterada em níveis fracos. As expectativas, principalmente em serviços, deterioraram-se para o nível mais baixo em quase 3 anos.
Brasil: Nilton David, diretor de Política Monetária do Banco Central, afirmou que a última ata do Copom continua válida, refletindo preocupações e incertezas ainda relevantes para a condução da política monetária. Ele ressaltou que decisões são tomadas com base nas informações disponíveis, que muitas vezes são incompletas, e comentou que, apesar do armistício na guerra tarifária entre Estados Unidos e China, ainda é cedo para reduzir as incertezas do cenário global.
Sobre a atividade econômica, Nilton destacou que os sinais de desaceleração ainda são incipientes e que o BC mantém uma postura restritiva, sem reagir a dados pontuais ou de curto prazo. Segundo ele, momentos de inflexão tornam os sinais mais heterogêneos, devido à sensibilidade variada dos setores aos juros. A desaceleração, portanto, já faz parte do cenário considerado pelo Banco Central, que não trabalha com metas para o nível de atividade.
Nilton também expressou preocupação com a desancoragem das expectativas de inflação, apontando que as projeções do boletim Focus estão incompatíveis com a meta de 3% perseguida pela autoridade monetária. Ainda assim, reforçou que o BC está comprometido com o cumprimento da meta, e que o tempo demonstrará a efetividade dessa atuação.
Mantemos nossa expectativa de manutenção da taxa Selic em 14,75% a.a. na reunião de junho com o fim do ciclo de aperto dos juros. A comunicação do Banco Central na última ata e no comunicado da decisão, ao mencionar o montante de aperto monetário realizado, a taxa de juros reais em nível contracionista e os efeitos defasados da política monetária, indica a opção de manter os juros em patamar restritivo por um período prolongado, com o objetivo de assegurar a convergência da inflação para as metas estabelecidas.
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
Não houve divulgação de indicadores relevantes.
Por:
Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |