Perspectiva de relação mais amena entre EUA e China eleva o apetite ao risco nos mercados globais

13/05/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

No domingo, após dois dias de negociações, EUA e China anunciaram reduções tarifárias pelos próximos três meses. As tarifas norte-americanas sobre importações chinesas caíram de 145% para 30%, enquanto as tarifas chinesas sobre produtos dos EUA recuaram de 125% para 10%.

A perspectiva de relações mais amenas entre as duas maiores economias do mundo elevou o apetite por risco e reduziu a busca por ativos considerados portos seguros. Assim, ontem (12) os mercados globais reagiram com uma postura pró-risco, o que levou as ações nos EUA a fortes altas: o índice S&P 500 subiu mais de 2%, enquanto o dólar também se valorizou.

As chances de um corte de juros pelo Fed diminuíram. Isso acontece pois pode haver menos necessidade de intervenção do banco central para estimular o mercado de trabalho, caso a economia americana evite uma recessão.

As taxas dos Treasuries avançaram cerca de 0,10 p.p. na segunda-feira após o acordo entre EUA e China para cortar tarifas. O juro do título de 10 anos estão em 4,46% nesta terça-feira (13), enquanto o título de 2 anos está em 3,99%.

O índice do dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda americana ante uma cesta de divisas — incluindo o iene e o euro — avançou 1,5% ontem e está em 101,6 pontos hoje, reduzindo a queda do dólar no ano para 6,4%.

Os preços do ouro à vista mantêm-se estáveis nesta terça, cotados a US$ 3.230,99 por onça.

O foco hoje estará sobre o índice de preços ao consumidor de abril, que sai às 9h30. Espera-se que a taxa fique em 2,40% na comparação anual. Excluindo alimentos e energia, o índice deve ficar 2,8º% na taxa anual.

Os preços do petróleo recuam nesta terça-feira após atingirem máxima de duas semanas, pressionados por preocupações com o aumento da oferta. Os contratos futuros do Brent caíram 0,3%, para US$64,74 por barril.

Os mercados asiáticos fecharam com desempenho misto hoje. O índice Nikkei 225 subiu 1,43%, enquanto o Hang Seng de Hong Kong recuou 1,87%. Na China continental, o CSI 300 encerrou o dia com alta de 0,15%.

As bolsas europeias abriram em território positivo, enquanto os futuros das ações nos EUA recuam nesta manhã.

Ontem o Ibovespa subiu 0,04%, fechando o dia aos 136.563 pontos. O dólar à vista fechou em alta de 0,50%, aos R$5,6833.

Economia

EUA: Austan Goolsbee, presidente do Fed de Chicago, alertou para os riscos econômicos das políticas comerciais da Casa Branca, especialmente em relação às tarifas e a incerteza envolvendo a relação com a China. Apesar de uma trégua temporária nas tensões, ele destacou preocupações com a estagflação, já que os custos mais altos podem atingir os consumidores e desacelerar o crescimento. Goolsbee avaliou positivamente a suspensão temporária de tarifas por 90 dias, mas apontou que o caráter provisório da medida e a manutenção de outras tarifas ainda representam um peso significativo para a economia.

Ele também observou que a incerteza gerada por essas políticas tem afetado o sentimento dos consumidores e a confiança das empresas para investir e contratar. Diante desse cenário, o Federal Reserve tem mantido uma postura cautelosa, aguardando mais clareza sobre os impactos dessas medidas antes de decidir sobre possíveis cortes nos juros.

Brasil: A ata do Copom reiterou as mensagens do comunicado e sancionaou nossa visão de que Banco Central encerrou o ciclo de alta com a Selic em 14,75% ao ano.

Mesmo considerando que “o cenário prospectivo de inflação segue desafiador” — ao analisar o cenário internacional, a perspectiva da atividade econômica e da demanda agregada, as expectativas de inflação e a inflação corrente —, entendemos que o Copom tende a manter a taxa nas próximas reuniões.

Esta percepção vem da ênfase sobre a “elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação”.

Além disso, o Copom “entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”, o que tende a ser mais claro à medida em que o horizonte for se alongando para 2027.

Por fim vale destacar que o Copom debateu o balanço de riscos, considerando que “o cenário de maior incerteza aumentou os riscos tanto de alta quanto de baixa para o cenário de inflação”, mantendo ainda um debate sobre se “ainda se mantinha levemente assimétrico, mas menos assimétrico do que na reunião anterior, ou se já se podia defini-lo como neutro”.

Parece provável que na próxima reunião o balanço seja visto como neutro e que a prescrição seja de manter ”uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta”.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

Indicadores de hoje

Indicadores do dia anterior

Não houve divulgação de indicadores relevantes.

Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

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